Favela global : ambiguidades e tensões na ... - Revista Mutações

Nota do Autor
Talvez se possa usar este texto como uma cidade, na qual
se entra pelo caminho do culto, do popular ou do massivo.
Dentro, tudo se mistura, cada capítulo remete aos outros,
e já não importa saber por qual acesso se entrou.
(CANCLINI: 2000: 20)
Na segunda metade do século XX, aparecem no cenário
mundial, novas formas de sociabilidades juvenis. Os punks, darks,
funkeiros, rappers, entre outros. São formações que exibem suas
marcas e presenças nas mais variadas formas e sentidos, estabelecendo
contatos marcados por elementos ambíguos, que chegam
ao limite da indeterminação. Este fato institui uma crise aguda de
identificação vista como parte de um processo ampliado de mudanças
que deslocam estruturas e processos centrais nas sociedades
modernas abalando com isso, os quadros de referencia que
davam sustentação aos indivíduos ou grupos sociais.
O próprio conceito “identidade” torna-se demasiadamente
fluido, pouco desenvolvido e pouco compreendido na ciência
social e por isso se situa como objeto de reflexão. A única certeza
é que este processo produz um outro tipo de sujeito (pós-moderno)
concebido não mais como uma identidade fixa, essencial ou
permanente, pois o próprio processo de identificação, através do
qual nos projetamos em nossas identidades culturais, tornou-se
mais provisório variável e problemático. (HALL: 2001:7/8)
É como se caminhássemos – no que diz respeito às formas
de representações juvenis – à beira do indefinível, ou pelo menos
da exigência de um fenômeno que gesta positivamente novas
formas de apreensão dos processos em curso. São acontecimentos
que parecem exigir uma nova dinâmica conceitual, indicando
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