Obra Completa - Universidade de Coimbra
Obra Completa - Universidade de Coimbra
Obra Completa - Universidade de Coimbra
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Editor<br />
MANUEL D'OLIVEIRA AMARAL<br />
Liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> imprensa<br />
W» yèheiPfiflte» <strong>de</strong> quem tem ? çtyé*<br />
PUBLICA-SE AOS DOMINGOS E QUINTAS FEIRAS<br />
Redacção e administração, ARCO D'ALMEDINA, 6, 2.° andar<br />
Partido republicano<br />
ciência d'um acto justo, todas estas im-<br />
Por <strong>de</strong>sgostos, por ingratidão, por<br />
pu<strong>de</strong>ntes mentiras!<br />
<strong>de</strong>salentos hauridos na comtemplação<br />
Nós lemos O Imparcial, lemos o<br />
do quadro triste da nossa vergonhosa<br />
<strong>de</strong>composição social.. .<br />
Mundo, e po<strong>de</strong>mos affirmar, com a<br />
Mas isso só justifica um abatimento<br />
Na camara dos <strong>de</strong>putados cantou-se mais absoluta segurança, que qualquer<br />
Dada a plena concordância <strong>de</strong> opi- <strong>de</strong> instantes, nunca um affastamento<br />
mais uma vez a velha aria da Liber- <strong>de</strong>sses jornaes que o governo tám asniões que temos observado acerca da brusco <strong>de</strong> longos annos.<br />
da<strong>de</strong>. Foi a proposito <strong>de</strong> se apprehenquerosamente perseguiu, nada escre-' convocação d'um congresso, em que Já o temos explicado.<br />
<strong>de</strong>rern e supprimirem jornaes, fóra <strong>de</strong> veram que justificasse o regimen <strong>de</strong> todos os homens do partido republicano Des<strong>de</strong> que o partido republicano<br />
toda a lei, em flagrante <strong>de</strong>trimento <strong>de</strong> assalto permanente que lhe impunham. assentassem, por maneira <strong>de</strong>cisiva e começou, pois, a <strong>de</strong>sorganisar se, járnais<br />
unanime, a forma da sua immediata teve nas quesiões graves,—e frequentes<br />
todos os principios, com uma summa- Mas se prevaricaram, porque se reorganisação, não vemos, realmente, foram! — que, surgiram, uina interferieda<strong>de</strong><br />
inquisitorial revoltante. não remetteu aos tribunaes o conheci- que estorvos possam oppôr se ou <strong>de</strong> rencia apreciavel. Não as discutiu, como<br />
De novo a <strong>de</strong>ida<strong>de</strong> foi incensada mento das suas faltas ? Porque se não morar a effectivisação duma tal pro- <strong>de</strong>via e podia discutil-as, não tentou<br />
por <strong>de</strong>votos ferventes, em <strong>de</strong>clamações exigiu perante elles, á face das leis, posta.<br />
interessar o paiz por ellas, fazendo que,<br />
bastantemente esclarecido por campa-<br />
sonorosas <strong>de</strong> Palmeirim e reptos in- as responsabilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>vidas ?<br />
A nossa impaciência em ver que, no<br />
nhas intelligentes, elle interviesse na<br />
domínio das manifestações praticas,<br />
flammados <strong>de</strong> Mirabeau.<br />
Simplesmente porque o governo<br />
sua solução.<br />
alguma cousa se faça, ten<strong>de</strong>nte a crear<br />
Liberda<strong>de</strong>! O' Liberda<strong>de</strong>! Oh! Li- receiou soffrcr uma ex3uctoração for- esperanças no <strong>de</strong>salento <strong>de</strong> tantos, e a Isto está dito, bem o sabemos, mas<br />
berda<strong>de</strong> !<br />
mal, apenas porque os tribunaes e os <strong>de</strong>ter a onda <strong>de</strong> scepticismo, <strong>de</strong> <strong>de</strong>scon- nada se per<strong>de</strong> em repetil o.<br />
Em todos os tons, em todas as atti- juizes não sám sempre succursaes e fiança crescente, que a uma maioria Convoque se, pois, um congresso<br />
tu<strong>de</strong>s, <strong>de</strong> olhos em alvo ou face aque- agentes do ministério do reino. expectante assoberba, filia-sena neces- do partido republicano, e vão a esse<br />
sida<strong>de</strong> urgente <strong>de</strong> pôr aos <strong>de</strong>svarios congresso todos os homens que tem na<br />
cida pela indignação, ella foi invoca- Somos pela mais ampla liberda<strong>de</strong> criminosos dos homens do regimen as <strong>de</strong>mocracia portugueza um logar emi<br />
da n'aquelle synedrio augusto <strong>de</strong> S. <strong>de</strong> pensamento que consi<strong>de</strong>ramos a ferropeias d'um protesto energico/fa- nente, provar que não <strong>de</strong>sertaram nem<br />
Bento...<br />
condicção essencial <strong>de</strong> todas as outras zendo que, por meio d'uma fiscalisação <strong>de</strong>sesperaram, e que são bem capazes<br />
Mas afinal que afirmações novas, conquistas. E a historia diz-nos que é intelligentemente brganisada e persis <strong>de</strong> fazer reviver em todos nós o antigo<br />
inéditas, brilharam n'esse torneio <strong>de</strong> num regimen assim que a imprensa<br />
tentemente rrantida, a marcha dos ne- espirito <strong>de</strong> sacrifício e <strong>de</strong> lucta.<br />
gocios públicos siga nova e melhor Mas vão todos, todos, pessoalmente<br />
palavras graves, cuidadas?<br />
se <strong>de</strong>pura e eleva, attingindo todas as rota, ou lhes saia das mãos inpotentes dar a sua opinião, apresentar as suas<br />
O que se disse alli que nós, os da brilhantes proporções duma instituição e torpes.<br />
propostas, dizer da sua justiça, procla-<br />
humanitarissima.<br />
imprensa, já não houvessemos procla-<br />
E <strong>de</strong>s<strong>de</strong> qu* se reconhece, sem resmar emfim, bem alto, que são pela Remado?<br />
Tem a imprensa <strong>de</strong>svios con<strong>de</strong>tricção <strong>de</strong> qualquer especie, a necessipublica contra a monarchia, que são<br />
Nós também queremos a imprensa<br />
mnaveis, abusos <strong>de</strong>sconsoladores, conda<strong>de</strong><br />
e a urgência d'um <strong>de</strong>terminado pela Patria contra os traidores que a<br />
procedimento, não ha nada que justi- infamam.<br />
responsável e a calumnia escrava. Sotem<br />
se por vezes a <strong>de</strong>ntro dum regimen fique estranhas <strong>de</strong>moras em adoptal-o, Para longe puerilida<strong>de</strong>s, melindres,<br />
mos contra as baixas campanhas <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> pronunciado abaixamento moral ? não havendo <strong>de</strong> resto a constatar a aggravos!<br />
injurias, diffamações, dicterios grossei- Ha para a corrigir o principio da superveniencia <strong>de</strong> quaesquer motivos Acabe-se com isso!<br />
ros, contra os ataques cegos, irracio- responsabilida<strong>de</strong> legal. Appliquem-no,<br />
occasionaes pon<strong>de</strong>rosos.<br />
E vão cheios <strong>de</strong> confiança, e disnados,<br />
injustos, contra as systematicas sem esquecer aquella maxima <strong>de</strong> Fal-<br />
Convoque-se, pois, esse congresso, ponham-se a trabalhar com ardor e<br />
e que a elle concorram, no intuito ak- sincerida<strong>de</strong>, que hão-<strong>de</strong> ver, breve,<br />
<strong>de</strong>preciações dos factos como dos indireguetes : — a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> imprensa vantado <strong>de</strong> cooperarem com mais <strong>de</strong>sin- compensados os seus exforços e envíduos.<br />
é como a lança d'Achilles: só ella pô<strong>de</strong> teressada boa-vonta<strong>de</strong>, numa obra <strong>de</strong> grossadas as suas fileiras por elementos<br />
Queremos a imprensa honesta,<br />
curar as feridas que fa\.<br />
superior valia partidaria e <strong>de</strong> incontes- valiosíssimos.<br />
consciente, livre, contribuindo com os<br />
Consequentemente nós somos contável interesse patriotico, todos os que Quantos homens <strong>de</strong> superior valia<br />
ao culto dos princípios republicanos <strong>de</strong>ixam <strong>de</strong> alistar-se no partido reputra<br />
a tyrannia immunda que tem oppri<br />
seus <strong>de</strong>poimentos quotidianos para fa-<br />
consagraram já uma porção da sua blicano por o verem esphacelado, dis-<br />
mido a imprensa portuguêsa e que<br />
zer a historia, nunca para a <strong>de</strong>svirtuar<br />
vida e a que dão ainda o melhor da perso, impotente ?<br />
vários cretinos e farçolas da troupe sua fé.<br />
Muitos, muitos — po<strong>de</strong>mos affir-<br />
com apaixonamentos <strong>de</strong> sectarismo<br />
ministerial ousam <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r e preconi- Ha muito que se abriu o ensejo <strong>de</strong> mal-o.<br />
odiento.<br />
sar; e porque o somos, estamos sem- tentarmos, n'um exforço, n'um lance Unamo-nos. A hora é <strong>de</strong> lucta.<br />
Mas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que ha leis regulando o<br />
pre dispostos a acompanhar todas as supremo, uma <strong>de</strong>cisiva victoria.<br />
Ha uma revolução profunda a fazer<br />
assumpto, distribuindo responsabilida-<br />
Mas a tentativa alguma nos podíamos revolução que é preciso prégar nos úl-<br />
campanhas ten<strong>de</strong>ntes a libertai a do<br />
<strong>de</strong>s aos que <strong>de</strong>smandarem em abusos<br />
abalançar, porque não tem havido entimos recantos do paiz, revolução que<br />
arbítrio violento que a <strong>de</strong>prime e que tre nós o minimo laço <strong>de</strong> cohesão nem è, na sua formula momentaneamente<br />
puníveis, queremos essas leis acatadas,<br />
constitue um extranho e audaciosb se tem feito ouvir, para nos conduzir or<strong>de</strong>ira, uma condicção essencial do<br />
temos o direito <strong>de</strong> reclamar que a sua attentado, que só com a cumplicida<strong>de</strong> e animar, uma única voz <strong>de</strong> disciplina nosso triumpho <strong>de</strong>finitivo.<br />
rigorosa observância se substitua ao do povo consegue passar impune. e <strong>de</strong> commando.<br />
Sejamos apostolos, antes <strong>de</strong> sermos<br />
Critério arbitrario d'um chefe <strong>de</strong> poli-<br />
Pouco a pouco <strong>de</strong>ixamos dissolver soldados. Préguemos a Republica antes<br />
cia.<br />
os últimos núcleos d'uma organisação <strong>de</strong> a acclamarmos nas ruas, <strong>de</strong> armas<br />
que promettia exten<strong>de</strong>r-se e fructificar na mão.<br />
E' o que temos feito. Des<strong>de</strong> que a<br />
liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada um expressar os seus l>r. Augusto Cymbron em excellentes resultados, a tal ponto E uma vez accordado o paiz, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
que não encontramos hoje, por esse que interessado pelas nossas pugnas,<br />
pensamentos está consignada nas leis,<br />
paiz fóra, meia dúzia <strong>de</strong> aggremiaçÕes que cada um tome o seu posto para o<br />
Deve ir ámanhã á assignatura régia<br />
nós queremos essa liberda<strong>de</strong> primor-<br />
<strong>de</strong>mocráticas, trabalhando pela repu- ultimo combate.<br />
o <strong>de</strong>creto que nomeia o nosso presado<br />
blica na subordinação a um <strong>de</strong>termi- O congresso cuja convocação prodial,<br />
condição <strong>de</strong> todas as outras liber amigo e <strong>de</strong>dicado correligionário sr. nado programma e sob a intelligencia pomos é, em nosso círiterio, o melhor<br />
da<strong>de</strong>s, integralmente respeitada. dr. Augusto Cymbron Borges <strong>de</strong> Sou- <strong>de</strong> qualquer força directora.<br />
meio <strong>de</strong> iniciar a urgentíssima tarefa<br />
Ha abusos ? Ahi está a lei para os sa, médico director do hospital das<br />
Caldas da Rainha.<br />
Tudo <strong>de</strong>sappareceu, tudo se per- <strong>de</strong> reconstituição partidária.<br />
punir. Ha criminosos? Ahi estão os<br />
<strong>de</strong>u, e com os elementos para tentar Fallem os homens do partido repu-<br />
O dr. Augusto Cymbron, caracter<br />
tribunaes para os julgar.<br />
uma lucta <strong>de</strong>s<strong>de</strong> então dificílima, fal blicano.<br />
levantado e espirito lúcido, é dos raros<br />
Mas o que se tem feito em Portu-<br />
tou-nos, confesse-se, a força moral, a Fallem os orgãos da opinião repu-<br />
que <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> terem atravessado toda<br />
auctorida<strong>de</strong> dominadora <strong>de</strong> arguir nos blicana.gal<br />
n'esta epocha <strong>de</strong> tyrannia mansa a suí vida académica sem nunca <strong>de</strong>s-<br />
*<br />
aggrupamentos adversos os conflictos<br />
é calcar com o mais cynico <strong>de</strong>sprezo cer ao favoritismo <strong>de</strong> ninguém, conti-<br />
<strong>de</strong>sorganisadores, as fraquezas intimas,<br />
nuam pela vida fóra cumprindo o seu<br />
Da Vanguarda:<br />
todas as leis. A imprensa tem vivido<br />
as flagrantes incoherencias que eram<br />
<strong>de</strong>ver intransigentemente, conquistando<br />
n'um regimen oppressivo <strong>de</strong> illegalida-<br />
thema favorito dos nossos ataques.<br />
«Temos ahi a mo<strong>de</strong>rna Bastilha<br />
somente pelo mérito pessoal os logares<br />
<strong>de</strong>s e violências que na nossa historia<br />
Porque fracos e incoherentes nos<br />
nessas oligarchias que não reconhe-<br />
a que ascen<strong>de</strong>m, sem receios <strong>de</strong> affir-<br />
affirmamos! Porque conflictos creamos<br />
cem o nosso publico e o substituem<br />
não <strong>de</strong>pára egual, ainda mesmo nas mar em toda a parte as suas opiniões<br />
com os nossos erros e imprudências, e<br />
por leio <strong>de</strong> policia que affrontam<br />
phases mais agitadas da lucta liberal, republicanas.<br />
sem escrupulos, e sem senso'os arras- as melhores liberda<strong>de</strong>s: é justamente<br />
E, assim, Augusto Cymbron tem<br />
quando os antagonistas se permutavam<br />
tamos para os olhos <strong>de</strong> todo um pu- esse po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> arbítrio que tem <strong>de</strong><br />
um logar inconfundível entre os da<br />
os mais pesados duestos e os jornaes,<br />
blico ávido <strong>de</strong> escandalos — não fosse ser <strong>de</strong>rrubado.<br />
pleia<strong>de</strong> <strong>de</strong> homens <strong>de</strong> quem o Pais tudo per<strong>de</strong>r —se o ensejo a um jogo <strong>de</strong>stro «Arme-se o partido republicano<br />
como nota Oliveira Martins, pareciam espera e <strong>de</strong> que tudo tem a esperar. <strong>de</strong> palavras duras e insinuações avil- para sua dampanha e confie nos<br />
escripios por arrieiros sobre os albar- Com elle conta na verda<strong>de</strong> o partido tosas!<br />
<strong>de</strong>sígnios da justiça.»<br />
dões dos machos em <strong>de</strong>scanço. republicano para a realisação do supre-<br />
Ficaram p'ra ahi, a pelejar, meia<br />
*<br />
mo exforço — a salvação da Patria.<br />
Nem mesmo nesses momentos crí-<br />
dúzia <strong>de</strong> crentes, sob sua inspiração<br />
Ao nosso querido amigo os nossos<br />
D'õ Democrata, <strong>de</strong> Funchal:<br />
ticos, <strong>de</strong> odio e <strong>de</strong> intolerância, a im-<br />
pessoal, <strong>de</strong>sajudados <strong>de</strong> todo o appoio<br />
parabéns.<br />
prensa soffreu os vexames e os atten-<br />
da colleetivida<strong>de</strong> partidaria a que se «Felizmente, o partido republicano<br />
haviam a<strong>de</strong>scripto. E os homens mais enervado por uma longa paz, parece<br />
tados <strong>de</strong> agora, em plena época <strong>de</strong><br />
em evi<strong>de</strong>ncia no partido, aquelles que entrar n'um periodo <strong>de</strong> reorganisação.<br />
constitucionalismo e sob os auspícios Insaciaveis<br />
podiam congregar á sua volta tantas e Por toda a parte congregam-se os ele-<br />
da mais invejável paz.<br />
tão puras energias, tantos e tão sincementos que o <strong>de</strong>sleixo a pouco e pouco<br />
E como se justificam essas inaudi-<br />
Informa um jornal í ':<br />
ros exforços, encaminhando-os no sen- foi <strong>de</strong>ixando adormecer.<br />
tido d'um combate profícuo, batendo se Tudo se prepara para o <strong>de</strong>cisivo<br />
tas violências ?<br />
«O sr. Reis Torgal vae renovar a e sacrificando se com elles para os en- ataque ao anachronico regimen monar-<br />
Com a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r o iniciativa <strong>de</strong> um projecto <strong>de</strong> lei, que corajar, retrahiram-se,<strong>de</strong>sappareceram, chico.<br />
credito do país, e garantir o respeito apresentou na sessão passada, restabe- sumiram-se como por encanto, atira- Aos republicanos ma<strong>de</strong>irenses comlecendo<br />
o subsidio aos <strong>de</strong>putados». ram para longe a sua çspada gloriosa,<br />
pela real familia, <strong>de</strong> assegurar a perpete<br />
não cruzar os braços quando todos<br />
calaram nos lábios o grito febril da<br />
manência da or<strong>de</strong>m publica e social!<br />
os <strong>de</strong>mocratas continentaes tratam <strong>de</strong><br />
È' isto! êstes advogados acostu- sua antiga fé I •<br />
reorganisar o partido, promovendo o<br />
E' extraordinário <strong>de</strong> cynismo e <strong>de</strong> èaam se n^ Boa-Hora a <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r gatu- E porque foi isso ? & porque foi alistamento <strong>de</strong> todos os nossos corre-<br />
audaCia como se vem affirmar, em ter- nos f*«rj>erdçm a vergonha <strong>de</strong> todo. iseo/<br />
ligionários,<br />
Officina typográphica<br />
12"-RUA DA MOEDA —14<br />
CORREGEDORIA<br />
O monstruoso <strong>de</strong>çreto <strong>de</strong> 19<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1902 que concentrá<br />
no juiz <strong>de</strong> Ínstrucção criminal<br />
attribuições <strong>de</strong> superintendência no<br />
conhecimento <strong>de</strong> certos crimes, o<br />
que manifestamente constitue uma<br />
ameaça e um perigo para todas as<br />
garantias individuaes e sociaes, não<br />
logrou levantar na imprensa chamada<br />
liberal um protesto em fórma,<br />
vigoroso e persistente, <strong>de</strong> maneira<br />
a inutilisal-o para sempre.<br />
Essa tentativa <strong>de</strong> <strong>de</strong>spotismo<br />
odiento, num país que não fosse o<br />
nosso, falho <strong>de</strong> energias e <strong>de</strong> educação,<br />
daria ensejo a uma conjugação<br />
<strong>de</strong> todos os elementos que<br />
prestam culto aos principios <strong>de</strong><br />
liberda<strong>de</strong> e <strong>de</strong> justiça.<br />
Em Portugal, raras impugnações<br />
soffreu o diploma ominoso que<br />
larga extraordináriamente o po<strong>de</strong>r<br />
nefasto da corregedoria; e <strong>de</strong>ssas<br />
raras afiirmações <strong>de</strong> incompatibilida<strong>de</strong>,<br />
nobremente expressas, <strong>de</strong>stacaremos,<br />
por insuspeito, o do<br />
Mundo Legal e Judiciário no artigo<br />
que gostosamente transcrevemos.<br />
« O Governo do sr. Hintze Ribeiro,<br />
que tám funestamente tem<br />
assignado a sua passagem pelo po<strong>de</strong>r<br />
com os seus attentados contra<br />
as liberda<strong>de</strong>s publicas, quiz, êste<br />
anno, acompanhar os absolutistas<br />
portuguêses na sua festa, prestando<br />
a mais solemne homenagem aos<br />
seus principios, já que não ao idolo<br />
real das suas esperanças.<br />
Assim, a 19 <strong>de</strong> setembro, dia<br />
do anniversário do sr. D. Miguel,<br />
levou á assignatura régia um <strong>de</strong>creto<br />
dictatorial, que fez do Juiz<br />
<strong>de</strong> ínstrucção Criminal <strong>de</strong> Lisboa<br />
o arbitro supremo das nossas pessoas<br />
em todo o Reino.<br />
Cria-se uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> policia da<br />
espionagem tám numerosa e anonyma<br />
como a da Gardunha, que<br />
tám bons serviços prestou á Inquisição<br />
<strong>de</strong> Espanha; como a da Inquisição<br />
<strong>de</strong> Veneza; como a dos<br />
Bourbons <strong>de</strong> Nápoles; como a dos<br />
Papas nos Estados Pontifícios; como<br />
a do tenebroso Filippe II, o<br />
Diabo do Escurial; como o da<br />
Restauração em França; como a<br />
<strong>de</strong> Isabel II no país vizinho.<br />
O Juiz <strong>de</strong> ínstrucção Criminal,<br />
por meio dos seus agentes, será<br />
como um Argus <strong>de</strong> milhares <strong>de</strong><br />
olhos: <strong>de</strong> tudo será informado, <strong>de</strong><br />
tudo conhecerá, sobre tudo terá <strong>de</strong><br />
provi<strong>de</strong>nciar.<br />
Em se tratando <strong>de</strong> moeda falsa,<br />
segurança do Estado ou crimes <strong>de</strong><br />
anarchistno, as garantias consignadas<br />
no artigo 145. 0 da Carta cessam<br />
ante o seu arbitrio. Qualquer<br />
<strong>de</strong>nuncia, qualquer suspeita, fundada<br />
ou infundada, porão aquelle<br />
sobre quem incida na sua <strong>de</strong>pendência.<br />
As auctorida<strong>de</strong>s todas (!!!),<br />
civis, militares ou ecclesiásticas,<br />
todas lhe ficam subordinadas para<br />
o effeito (art. 4. 0 ): todas teem obrigação<br />
<strong>de</strong> o pôr ao corrente das<br />
suas suspeitas ou do que souberem<br />
relativamente áquellas cathegorias<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>lictos e seus agentes, reaes<br />
ou supostos.<br />
Çomprehen<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>sta sor*