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Editor MANUEL D'OLIVEIRA AMARAL EXE1PL0 O partido republicano hespanhol, que começa a ser encarado com interesse pela politica europea, é um nobre exemplo a seguir pelos republicanos portuguêses. A sua organização forte, a pertinácia da propaganda, a audacia na <strong>de</strong>cisão mostram a todos os que se interessam pelas questões politicas, que o partido republicano hespanhol, na conquista dum i<strong>de</strong>al elevado, marcha seguro <strong>de</strong> si, forte por um passado <strong>de</strong> sacrifício e lucta intransigente, com o passo dos triumphadores. O partido republicano tem em hespanha mais que o fim da conquista da republica, como garantia du liberda<strong>de</strong>, progresso e or<strong>de</strong>m, o partido republicano tem um programma <strong>de</strong>finido, tem já os seus homens <strong>de</strong> estado indigitados pela opinião publica, que lhe conhece os trabalhos especiaes e proprios, e lhes reconhece superiorida<strong>de</strong> incontestada sobre os chefes e directores dos bandos monarchicos. A própria imprensa monarchica Cala <strong>de</strong>speitos e odios velhos, para chamar a attenção <strong>de</strong> governantes governados .sobre as idéâs advogadas pelos republicanos, que bem cedo viram os perigos da administração monarchica, <strong>de</strong>nunciáram os seus crimes políticos, e indicáram a orientação a seguir. O que hoje pe<strong>de</strong> a imprensa monarchica hespanhola, cançada das <strong>de</strong>silluções e affrontas, a que a expozeram as facções monarchicas, é o que <strong>de</strong> ha muito pediam os chefes e directores do partido republicano. O programma que hoje apresentam os partidos monarchicos era já o da republica hespanhola tám cedo sacrificada aos interesses da realêsa, e hoje a Hespanha pergunta a si mesma se a continuação do regimen republicano a não teria salvo da humilhação e das affrontas porque tam cruelmente a tem feito passar os partidos monarchicos. Hoje, o partido republicano hespanhol é a esperança <strong>de</strong> toda a hespanha, e a imprensa européa discutindo e analizando o seu programma dá-lhe direitos <strong>de</strong> lucta, quasi que o consi<strong>de</strong>ra já como po<strong>de</strong>ndo entrar em guerra contra o regimen existente na conquista da liberda<strong>de</strong>, do engra<strong>de</strong>cimento e progresso da patria. Fim tám alto e tám nobre conseguiu-o apenas com a energia da propaganda, com a pertinacia no combate, com a força da sua organização partidaria. Naquella gran<strong>de</strong> nação em que ha quasi tantos países, como as províncias, tal é a differença <strong>de</strong> caractéres, <strong>de</strong> aptidões commerciaes e artísticas, <strong>de</strong> talento litterario, e quasi até <strong>de</strong> lingua, ha apenas, com força, um partido político, o partido republicano, caminhando em esquadrão cerrado, em linha <strong>de</strong> combate, para a batalha próxima. Nós que temos tido pouco que iouvar-nos da administrarão e dos PUBLICA-SE AOS DOMINGOS E QUINTAS FEIRAS Redacção e administração, ARCO D'ALMEDINA, 6, 2.° andar Carta <strong>de</strong> Lisboa Officina typogràphica 12 —RUA DA MOEDA —14 (Q (garnaval em féisboa governos monarchicos, em Hespanha, temos <strong>de</strong> contar com os republicanos hespanhoes. Por mais <strong>de</strong> uma vês tem havido aproximação dos republicanos dos dois países, e sempre nos tem ligado o mal commum, a <strong>de</strong>sorganização e o abandono a que nos tem reduzido os serventuários da monarchia. Nunca se sacrificou <strong>de</strong> lado a lado a integrida<strong>de</strong> da patria ao triumpho dum i<strong>de</strong>al politico. Traidores tem os havido nas fileiras monarchicas; êsses tem vendido a patria, e tem a <strong>de</strong>ixado infamada, sempre que tem havido quem lhes pague o salario da infamia. Republicanos, portuguêses ou hespanhoes trabalham apenas para conservar com honra os restos do patrimonio que os maiores lhes <strong>de</strong>ixaram coberto <strong>de</strong> gloria. Os republicanos portuguêses <strong>de</strong>vem respeitar os hespanhoes como irmãos d'armas e <strong>de</strong>vem seguirlhes o nobre exemplo <strong>de</strong> disciplina e organização partidaria. E' tempo <strong>de</strong> pensarmos que se aproxima o dia, em que possamos ser chamados a combate, e que <strong>de</strong>vemos sab/,r-nos apresentar preparados para saber triumphar com gloria. ' Aos nomes republicanos conhecidos pelo seu civismo experimentado, pela nobrêsa da sua lucta, pela força do seu talento, compete congregar os elementos para combater com um fim mais alto que a victoria immediata, a satisfação momentânea dum capricho. O partido republicano preciza <strong>de</strong> discutir o seu programma para <strong>de</strong>pois o tornar conhecido; necessita <strong>de</strong> fazer ouvir officialmente a sua voz em todas as occasiões em que o reclame o interesse da patria. E' necessário que se saiba como tencionam resolver os republica nos os problemas graves da nossa administração publica. E' necessário que os nomes, que o talento e a auctorida<strong>de</strong> incontestada trazem no respeito e na memoria <strong>de</strong> todos os republicanos, entrem também na lucta que os ha<strong>de</strong> fazer conhecidos e respeitados <strong>de</strong> todos. E' necessário que o partido republicano mostre a todos que saberá triumphar com gloria e salvação segura da patria. Com honra, todos saberemos morrer. Regressaram <strong>de</strong> Lisboa a passar o carnaval com seus filhos os srs. con<strong>de</strong> e con<strong>de</strong>ssa do Ameal, que tinham partido para a capital, no dia immediato ao do gran<strong>de</strong> baille, dado pela occasião dos annos do illustre titular. Na segunda-feira, por uma surpresa <strong>de</strong> amigos do sr. con<strong>de</strong>, encheu-se o palacio <strong>de</strong> animação, improvisando se uma soirée masquée, que foi sem duvida a festa mais finamente elegante do entrudo <strong>de</strong>ste anno. As estatuas, as figuras dos quadros riam como se tivessem acordada em extase para uma surprêsa alegre, e por os grupos andava espalhando a alegria a figura affavel da sr. a Conhecem-no? E' o mui nobre Fernando Mattoso dos Santos. II Eu conheci-o socialista... doutrinário, ha i8 annos, a pregar pelas me- AMIGOS E CORRELIGIONÁRIOS: sas do Martinho os immortaes princípios; um pouco mais tar<strong>de</strong> acceitou Maus dias os que vám correndo uma candidatura republicana, <strong>de</strong>pois para lhes dar noticias <strong>de</strong> Lisboa. <strong>de</strong>clarou se progressista, arranjou se Terça feira <strong>de</strong> entrudo!... vantajosamente nos melhores logares Que po<strong>de</strong>rá interessar ao nosso da alfan<strong>de</strong>ga, e, para ser ministro, fez- jornal e aos seus leitores a chronica se regenerador. da doidice? Veio para Lisboa, como tantos ou Lisboa nêste momento, é uma tros que sentem phosphoro no cerebro, cida<strong>de</strong> embriagada e adormecida. Em- para se lançar, e tantas figurinhas fez briagada a parte que se fascina pelo que chegou a ministro e <strong>de</strong> duas im- prazer da orgia; adormecida a outra portantes pastas. parte que <strong>de</strong>scança dos labores do Mas o sr. Mattoso era socio politi- trabalho sem que a guisalhada dos co do sr. Marianno <strong>de</strong> Carvalho. Até foliões os <strong>de</strong>sperte para a alegria. se diz que foi este velho jornalista que Uns-divertem se, outros soffrem! o impingiu ao sr. Hintze Ribeiro em Divertem se os que procuram sen- troca do seu appoio. Fosse como fosse, sações novas no re<strong>de</strong>moinho da bacha- o sr. Mattoso tantas tem feito que acanal carnavalesca; soffrem os que senbou <strong>de</strong> <strong>de</strong>sacreditar o governo, e o sr. tem o espinho da miséda a ferir lhe o Marianno <strong>de</strong> Carvalho, pelo seu precá- coração. Diverte se a gente moça que rio estado <strong>de</strong> saii<strong>de</strong>, tem perdido impor- põe o traço da natural jovialida<strong>de</strong> no tancia politica e já lhe não po<strong>de</strong>rá va- gran<strong>de</strong> quadro dos prazeres; soflre a ler; por si, o ministro da fazenda, nada gente velha que recorda tempos que peza na balança das eleições, por tan- vám longe com duas lagrimas furtivas to : olho da rua! que escon<strong>de</strong> dos novos. E' o que se diz. Não <strong>de</strong>verá, po- Uns aconchegam-se á familia com rém, causar surprêsa se a recomposi- maior ternura do que nos dias vulgação fôr mais larga, ou, mesmo, se tires, porque êstes dias sám para intimas ver chegado a hora da cambalhota to- commoções; outros lançam se na onda tal por accordo, é claro, entre os dois da gargalhada porque o Carnaval abre chefes dos rotativos, que, doutra forma, <strong>de</strong> par em par os portaes da loucura. não ha quedas nem recomposições mi- Dois quadros bem diiferentes: a nisteriaes <strong>de</strong>ntro do regimen constitu- alegria triumphante, a iristêsa acabrucional <strong>de</strong>stes tempos que vám passando. nhada! E por aqui me fico. No meio <strong>de</strong> tudo ha em Lisboa Na próxima carta me refirerei a uma enorme multidão estes casos com mais larguêsa, e á in- que fluencia que o partido republicano <strong>de</strong>- ruas; que enxameia nas pragas; qus veria ter nos acontecimentos políticos. sfflue estonteadamente a toda a parte on<strong>de</strong> appareça uma dança vulgar ou Civis. uma mascarada notável; que disputa o previlégio do disparate; que se salienta pelo ordinário grotesco ou pela gritaria ensur<strong>de</strong>cedora que tanto se assemelha O sr, Bispo-con<strong>de</strong>, que chegou on- á grita dos filhos do sertão; que se tem da Carregosa no comboio da tar- embebeda na tasca e vocifera mesmo <strong>de</strong>, ontem mesmo partiu para Lisboa. em juizo perfeito, que, finalmente, Sua ex. refila com a policia e vae dormir á esquadra. Estes formam o quadro bárbaro dos <strong>de</strong>serdados <strong>de</strong> educação. Os tristes pân<strong>de</strong>gos nem sabem o que seja digni da<strong>de</strong> pessoal! Perdoae-lhe que não sabem o que fazem! Outro tanto não <strong>de</strong>vemos dizer dos que em vês <strong>de</strong> se embebedarem na tasca se embebedam no botequim; em vês <strong>de</strong> emborcarem um litro <strong>de</strong> carrascão, saboreiam, por um copo <strong>de</strong> fino crystal, o <strong>de</strong>licioso vinho; em vês <strong>de</strong> se embebedarem a gran<strong>de</strong>s tragos se embebedam ás pinguinhas. O bebedo é o mesmo, a fórma da bebe<strong>de</strong>ira é que é differente. A fórma, e a apparencia! Um bebedo <strong>de</strong> casaca até parece chic, distincto, com seus tons <strong>de</strong> elegancia. A policia sorri e quasi lhe faz continência. O outro, o bebedo <strong>de</strong> chapéu <strong>de</strong>sabado, <strong>de</strong> blusa ou jaquetão, é corrido a encontrões, leva a sua conta e tem por cama as taboas do calaboiço! O bebedo fino vae curtil-a para os theatros, renova-a nos gabinetes reservados, e quando as pernas se recusam, vae <strong>de</strong> carruagem, em companhia da amante, passar os ameaços do enjoo recostado em ricas poltronas, ou em fofas cabeceiras. Ao outro dia a parte da policia não diz nada a seu respeito. Estes formam também um quadro: o dos <strong>de</strong>vassos! Emfim, mesmo no carnaval, esta Lisboa compõe-se <strong>de</strong> tudo, Deveria ficar por aqui, mas os leitores da Resistencia <strong>de</strong>sejarão vêr alguma coisa mais que não seja quadros do carnaval. Dir lhe-hei alguma coisa <strong>de</strong> politica visto que, quando me lêrem, já estará passada a confusão dos últimos dias. con<strong>de</strong>ssa, com Annuncia-se uma recomposição mi- o sorriso <strong>de</strong> felicida<strong>de</strong>, que agora traz, nisterial. Já estava annunciada antes ao ver outra vez em socego e paz o das folias. O ministro da fazendà foi lar çjue a doença ameaçara. con<strong>de</strong>mnado ás urtigasi a Parece ter gorado a tentativa <strong>de</strong> um carnaval artístico. O mau tempo dizem ter prejudicado c effeito dos cortejos, e a popular Dança da Pica, que todos os annos era vista com aborrecimento, dispertou este anno interesse. E' que se não implantam facilmente festas que não estám no caractér nacional. Os promotores dos festejos do Carnaval não viram que a única forma <strong>de</strong> dar brilho e animação ás festas <strong>de</strong> entrudo era accomodal as ao nosso caracter e temperamento. E é para extranhar que se copie o carnaval <strong>de</strong> Nice, nas ruas, quando dos salões aristocráticos da capital se estám banindo as danças francesas, e com uma intenção finamente artística se resuscitaram as danças antigas e se implantam as danças populares. Foi esse um dos maiores successos das soirées da sr. reverendíssima vai apresentar os seus respeitos <strong>de</strong> <strong>de</strong>spedida a S. Majesta<strong>de</strong> a rainha D. Amélia, antes da sua partida para o extranjeiro. Museu <strong>de</strong> antiguida<strong>de</strong>s O sr. dr. Teixeira <strong>de</strong> Carvalho <strong>de</strong>positou no museu <strong>de</strong> antiguida<strong>de</strong>s do Instituto algumas peças <strong>de</strong> olaria nacional. Sám quatro pratos; dois <strong>de</strong> pintura azul com <strong>de</strong>coração <strong>de</strong> ramos soltos <strong>de</strong> flores sobre esmalte branco, outros <strong>de</strong> <strong>de</strong>coração azul e côr <strong>de</strong> castanho escuro sobre esmalte também branco. Os primeiros dois tem a marca F. R., e pela <strong>de</strong>coração <strong>de</strong>vem ser attri buídos á fabrica do Rato, apezar das duvidas que possa levantar o não vir a<strong>de</strong>ante das lettras F. R. (fabrica real) o monogramma do director da mesma fabrica. Dos outros dois um tem a azul a marca Porto, e o outro Porto 3. Sám evi<strong>de</strong>ntemente da mesma procedência, e imitam na <strong>de</strong>coração a louça <strong>de</strong> Rouen. Devem attribuir-se á olaria portuense. No museu do Instituto, havia já com a marca Porto um cangirão <strong>de</strong> vinho <strong>de</strong> barro vermelho e amarello, bella peça dum tom quente e alegre, tendo ao cimo do bojo a inscripçâo: Do reverendo frei Paulo da Fatella. Esta curiosa peça <strong>de</strong>ve datar do começo do século passado e é uma das poucas coisas <strong>de</strong> geito que se possam attribuir a um fra<strong>de</strong>. Missa do sétimo dia Amanhá,'pelas 8 horas da manhã, resar-se-ha na egreja <strong>de</strong> S. Bartholo meu, a missa do sétimo dia, commemorando o fallecimento do nosso amigo José Augusto Correia <strong>de</strong> Brito, , a Con<strong>de</strong>ssa <strong>de</strong> Almedina. A sr. a Con<strong>de</strong>ssa <strong>de</strong> Proença a Velha, uma das mais distinctas virtuose da capital, fês obra parallela, adoptando para o canto versos dos nossos poêtas, adaptando lhe musica impregnada da alma portuguêsa. O Diário <strong>de</strong> Noticias <strong>de</strong>ixa-nos, á sua leitura, a mesma impressão que os outros jornaes. Em todos se vê que a festa não passou <strong>de</strong> uma curiosida<strong>de</strong> artística vista com friêsa por quem, no carnaval, está habituado a rir e a folgar á solta. Havia policia <strong>de</strong> mais e alegria <strong>de</strong> menos. Transcrevemos do Diário <strong>de</strong> ticias: U m j antar original Não é só com o estimulo ou a imitação do que se faz no estrangeiro que se po<strong>de</strong>m constituir graciosos divertimentos cheios da pura graça portuguêsa, que não é menos espirituosa. Vamos escrever, neste genero, um jantar que foi dado no sabbado gordo em casa <strong>de</strong> uma familia, cujo appellido é bem conhecido por ser o pae da dona da casa um dos nossos mais estimados collegas da imprensa. Tratava-se <strong>de</strong> festejar o regresso <strong>de</strong> um também nosso presadissimo collega do jornalismo—Lorjó Tavares—» que dois dias antes chegara, com sua esposa do Brasil e coincidindo essa pequena festa intima com o Carnaval, a idéa da graciosa senhora foi dar uma comida caracteristicamente carnavalesca. A sala <strong>de</strong> jantar foi, pois, ornamentada com gran<strong>de</strong>s resteas <strong>de</strong> alhos, couves, mãos <strong>de</strong> nabos, cenouras, etc., formando tropheus e bouquets pelas pare<strong>de</strong>s. O tecto cobria-o um largo toldo <strong>de</strong> papeis <strong>de</strong>-cores variadas, á laia <strong>de</strong> cobertura <strong>de</strong> palanquim oriental. A toalha da mêsa era uma coberta <strong>de</strong> cama <strong>de</strong> vistosa chita e sobre esta a baixella... que baixella! Por pratos, frigi<strong>de</strong>iras vidradas; para a sopa gran<strong>de</strong>s gamellas; os talheres constavam <strong>de</strong> facas <strong>de</strong> sapateiro garfos^<strong>de</strong> taberna <strong>de</strong> iscas e colheres <strong>de</strong> pau. Copos <strong>de</strong> agua e <strong>de</strong> vinho <strong>de</strong> pasto e fino eram uns vasos <strong>de</strong> louça <strong>de</strong> vários tamanhos que teem um nome especial. Os palitos eram achas <strong>de</strong> lenha maiores que a caneta com que escrevemos; a campainha electrica fôra substituída por uma cabeça <strong>de</strong> nabo rendilhada, semelhando uma camélia. Ao centro da mesa ostentava-se um syphão <strong>de</strong> pia servindo <strong>de</strong> fructeiro e porta-bouquet, que era <strong>de</strong> camélias <strong>de</strong> nabos, crysantemos <strong>de</strong> cenouras beterrabas e outras hortaliças. Um gran<strong>de</strong> vaso <strong>de</strong> quarto, cheio a trasbordar <strong>de</strong> dôce que cheirava <strong>de</strong>liciosamente, figurava também no meio da mesa. Deve se notar que toda a comida era perfeitamente asseiada, sendo a,