14.04.2013 Views

Obra Completa - Universidade de Coimbra

Obra Completa - Universidade de Coimbra

Obra Completa - Universidade de Coimbra

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Editor<br />

MANUEL D'OLIVEIRA AMARAL<br />

PUBLICA-SE AOS DOMINGOS E QUINTAS FEIRAS<br />

Redacção e administração, ARCO D'ALMEDINA, 6, 2.° andar<br />

OfBcina typográphica<br />

12 —RUA DA MOEDA —14<br />

N.° 774 8.° ANNO<br />

MAGISTRATURA<br />

(Ao (girectorio<br />

Partido republicano<br />

Por tal fórma se enkistou no<br />

espirito publico a convicção <strong>de</strong><br />

que, acima <strong>de</strong> todas as leis e <strong>de</strong><br />

todas as judicaturas, domina incontestado<br />

e triumphante o arbitrio<br />

<strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nado do po<strong>de</strong>r: a tám longe<br />

se esten<strong>de</strong>u a <strong>de</strong>sconfiança por<br />

todos os homens e por todos os<br />

princípios, uns e outros apreciádos<br />

segundo o critério doloroso <strong>de</strong> que<br />

tudo falliu estrondosamente: costumou-se<br />

tanto o país a vêr no<br />

funccionalismo <strong>de</strong> todas as variadas<br />

cathegorias um compácto rebanho<br />

<strong>de</strong> servos obdientes, movendo-se<br />

sob âs or<strong>de</strong>ns dos tangedores<br />

do alto, que a minima affirmação<br />

<strong>de</strong> in<strong>de</strong>pendência, o culto prestado<br />

á lei e á justiça, constitue um verda<strong>de</strong>iro<br />

protesto, uma digna rebeldia,<br />

a <strong>de</strong>stacar nobremente no<br />

meio da submissão abjecta <strong>de</strong> todo<br />

um povo.<br />

Extranha-se, sempre que alguém<br />

ousa fazer justiça. Pasma-se,<br />

quando a lei restabelecida em todo<br />

o seu pleno vigor revoga e con<strong>de</strong>mna<br />

o arbitrio supposto omnipotente<br />

dos governos ou dos gran<strong>de</strong>s.<br />

E quando alguma <strong>de</strong>cisão marca<br />

a con<strong>de</strong>mnação austéra da tyrannia<br />

governativa-; e <strong>de</strong>sfaz ! fórme e extenda, visto como os Os salvadores<br />

governos tudo tem invadido e do-<br />

Parece que morreu, á nascença, a<br />

minádo, tudo contagiando com o tentativa vilnenista para a formação<br />

virus da sua triumphante immora- dum grupo politico on<strong>de</strong> caberiam<br />

lida<strong>de</strong>.<br />

homens <strong>de</strong> todas as nuances, ainda as<br />

As últimas <strong>de</strong>cisões emanadas<br />

mais hostis, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o socialismo íurtacôres<br />

do sr. Fuschini ao nacionalismo<br />

<strong>de</strong> vários tribunaes, implicando o puro do sr. Jacintho Candido, e que<br />

conceito <strong>de</strong> que alguma ,cousa <strong>de</strong> se proporia salvar o país da situação<br />

áobre e livre se alteia àinda em fundamente precária em que se en-<br />

meio <strong>de</strong>sta infecta podridão, <strong>de</strong>ixa contra.<br />

em todos os espíritos honestos e Ninguém se <strong>de</strong>ixa já arrastar pelo<br />

verda<strong>de</strong>iramente amantes da justiça<br />

cântico seductor das sereias ex-rotativas.<br />

Enfastia, se não revolta, essa<br />

uma impressão consoladora; e nós comédia. Os salvadores passam a ser<br />

sinceramente <strong>de</strong>sejaríamos surpre- recebidos com aquelle cumprimento<br />

hen<strong>de</strong>r a meudo o ensejo <strong>de</strong> archi- expressivo, muito <strong>de</strong> mol<strong>de</strong> a sublivar<br />

taes manifestações <strong>de</strong> in<strong>de</strong>pennhar engenhosas artes <strong>de</strong> empalmadência,<br />

que constituem uma valoção...<br />

Comprehen<strong>de</strong> se bem que se uma<br />

rosa resistencia a dominar victo-<br />

forte sincerida<strong>de</strong> patriótica animasse<br />

riosamente o po<strong>de</strong>r das oligarchias êsses homens, elles não <strong>de</strong>ixariam <strong>de</strong><br />

immundas que exploram o país. por todqs as formas, e aproveitando a<br />

Parta da magistratura o exem-<br />

liberda<strong>de</strong> da sua situação, organizarem<br />

uma opposiçao honesta e intransigénte<br />

plo <strong>de</strong> protesto viril contra o <strong>de</strong>s- aos governos immoraes e perdulários<br />

potismo do Po<strong>de</strong>r: negue-se ella que exploram o po<strong>de</strong>r.<br />

sempre a sanccionar os crimes e Mas o que toda a gente vê é què<br />

as vergonhas que enchem toda a êsses salvadores tem um único <strong>de</strong>sejo:<br />

sua miserável vida: recuse-se a ser governar. E no que toda a gente<br />

medita é nas consequências do advento<br />

o instrumento das suas torpes vin-<br />

ao po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> qualquer dêsses droguisganças,<br />

o meio fácil da cobardia duns tas milagreiros: as <strong>de</strong>spêsas da conso-<br />

tantos goliardos conseguir seus fins, lidação do novo grupo a pesarem sobre<br />

e terá feito pela pátria e pela justiça o mísero contribuinte.<br />

a mais alta e purificadora cam- Os salvadores já náo logram lançar<br />

panha.<br />

raízes na opinião. As suas tentativas<br />

fracassam. A sua velha cantáta provoca<br />

Com a repetição frequente <strong>de</strong> <strong>de</strong>sesperados bocejos.<br />

exemplos tám salutares <strong>de</strong>pressa se E senão é vêr como se vae ao mar<br />

<strong>de</strong>sfará a atmosphéra <strong>de</strong> <strong>de</strong>pri- o homem rijo que se dizia ser João<br />

mente syspeição em que a magis- Franco, pouco e pouco abandonado da<br />

o precon-<br />

sua côrte' Iuzíd"á.<br />

tratura. vive, e os juizes, a lei, os<br />

ceito que affirma virem do alto as<br />

Assim falia O Liberal, que por<br />

tribunaes voltarão a constituir para<br />

normas por on<strong>de</strong> a justiça ha-<strong>de</strong><br />

elle queimou, em peleja accesa, fartas<br />

todos uma suprema e sagrada ga-<br />

pautar as suas sentenças, resoa<br />

mun:ções:<br />

rantia.<br />

usualmente êste grito <strong>de</strong> jubiloso<br />

«A verda<strong>de</strong> é que os homens<br />

<strong>de</strong>safogo: ainda ha jui{es!<br />

Então, voltando a justiça a mais illustrados do grupo foram<br />

Os magistrados judiciaes ha<br />

fazer-se normalmente, cómo regra pouco a pouco <strong>de</strong>bandando, e nós<br />

muito que sám olhados como func-<br />

que não como excepção, livre <strong>de</strong> que fomos sempre espectadores benevolos<br />

da vida esmorecida e sem<br />

cionários <strong>de</strong> accentuada <strong>de</strong>pendên-<br />

todas as peias, superior a todas as<br />

energias daquelle infeliz grupo policia<br />

politica e a opinião, amargurada<br />

influências, <strong>de</strong>sprezando todas as tico, sentimos sinceramente o seu<br />

e por vêses injusta, envolve-os no<br />

ameaças, nós po<strong>de</strong>remos resistir mallogro, tanto mais que muitas<br />

mesmo juizo <strong>de</strong>preciativo, irma-<br />

com energia á oppressão dos go- vêses animámos os franquistas e<br />

nados na mesma profunda <strong>de</strong>sconvernos,<br />

intimamente convencidos<br />

os aconselhámos a entrarem num<br />

caminho franco <strong>de</strong> lucta para reifiança.<br />

<strong>de</strong> que ainda ha juizes, e <strong>de</strong> que vindicar as liberda<strong>de</strong>s públicas».<br />

Os tribunaes, longe <strong>de</strong> se en-<br />

êsses juizes hão-<strong>de</strong> saber aquilatar<br />

cararem como logares augustos<br />

dos motivos <strong>de</strong>terminantes da nos- A miserável inconstância dos ho-<br />

on<strong>de</strong> a justiça impera soberanasa<br />

conducta com seguro e in<strong>de</strong>mens<br />

a inutilizar a obra dos Fortes...<br />

A<strong>de</strong>us, João!<br />

mente, castigando inflexível todos<br />

pen<strong>de</strong>nte critério.<br />

os crimes, <strong>de</strong>sfazendo todas as<br />

Hoje ainda se <strong>de</strong>sconfia muito.<br />

mentiras, fallando alto a Verda<strong>de</strong>,<br />

O receio é gran<strong>de</strong>. A maioria não Sursum corda!<br />

COnsi<strong>de</strong>ram-se tám sómente como<br />

vê nos tribunaes uma garantia <strong>de</strong> Portuguêses, <strong>de</strong> todos os partidos e<br />

méras <strong>de</strong>legações dum po<strong>de</strong>r absor-<br />

<strong>de</strong>fêsa justiceira.<br />

<strong>de</strong> todas as classes erguei bem alto os<br />

vente e ominoso que lhfcs dieta<br />

E é por isso que se admira, vossos corações e em Te-Deum solemne<br />

arbitrariamente a sua conducta, e<br />

louva e archiva como caso singular, agra<strong>de</strong>cei á Providência veladora dos<br />

em' que a lei se torce, amolda e<br />

extranho, aquelle em que a justiça<br />

nossos <strong>de</strong>stinos as prosperida<strong>de</strong>s incríveis<br />

que da seguinte informação cons-<br />

espésinha em beneficio das mil<br />

se affirma em toda a sua livre e<br />

tam:<br />

torpezas dum bando previlegiádo.<br />

explendorosa soberania...<br />

«A nota da divida fluctuante<br />

Êste <strong>de</strong>scrédito que peza sobre<br />

referida a 3o <strong>de</strong> novembro, que<br />

com as <strong>de</strong> julho, agosto, setem-<br />

a magistratura prepararam-no os<br />

bro e outubro vem no Diário<br />

governos do regimen, preten<strong>de</strong>ndo As notas diplomáticas<br />

do Governo era na citada data:<br />

fazer <strong>de</strong>lia o instrumento da sua<br />

Informa o SMoniteur <strong>de</strong>s Interêts Interna. 53.-440:314^710 réis, ex-<br />

politica odiosa, invadindo crescen- QAatériels que a Bolsa <strong>de</strong> Paris aco<br />

terna réis 3.384:3895» 120. Total,<br />

temente a área da sua jurisdicção, lheu satisfatoriamente a divulgação<br />

57.324:70326860 réis. Além disso da<br />

offen<strong>de</strong>ndo-lhes as prerogativas ex- feita pela câmara dos pares das notas<br />

in<strong>de</strong>mnisação <strong>de</strong> Berne 4.266:000$.<br />

clusivas, oppondo-lhes judicaturas<br />

diplomáticas trocadas entre os governos<br />

Assim o total geral era <strong>de</strong> réis<br />

6i:5qo:7o3$86o, e como em 3i<br />

francês, allemão e português que con-<br />

<strong>de</strong> excepção, absurdas e infames. A<br />

<strong>de</strong> julho era <strong>de</strong> 5g.598:33í®633<br />

firmam a regularização da divida.<br />

<strong>de</strong>sconfiança e o <strong>de</strong>sprezo pela lei<br />

vê-se que no intervallo<br />

Esta satisfação...<br />

angmentou 1.992:371^227.<br />

fomentaram-no êsses mesmos go- Não ha motivo para <strong>de</strong>sconfianças.<br />

Des<strong>de</strong> 3O cie junho o<br />

vernos com os seus frequentes e Entám não temos nós a palavra'<strong>de</strong> aug-inento íoi <strong>de</strong> 2,941<br />

perniciosos exemplos, sobrepondo Hintze e do patriota Navarro ?<br />

contos.<br />

<strong>de</strong>spoticamente o seu capricho a<br />

Sursum Cordal Portuguêses sem<br />

todos os vãos empecilhos <strong>de</strong> uma<br />

distineção <strong>de</strong> cores politicas enchei<br />

legislação boa... para os outros. © leilão<br />

vossas almas <strong>de</strong> esperanças no futuro<br />

Evi<strong>de</strong>ntemente que êste juizo 0 ministro da fazenda mandou in-<br />

e... continuae a dormir.<br />

da opinião, assim generalisado, tem ventariar os objectos que se acham na<br />

muito <strong>de</strong> injusto, visto que é na Caixa Geral <strong>de</strong> Depósitos, pertencentes<br />

magistratura que ainda hoie <strong>de</strong>pa- á Fazenda Nacional, afim <strong>de</strong> serem «Triiumo Popular»<br />

postos em praça.<br />

rámos os mais rectos espíritos e as<br />

Entrou no seu 47.<br />

Toca a espatifar esses tarecos!<br />

mais austéras almas; mas compre- Irão <strong>de</strong>pois, em lotes seductores,<br />

Jien<strong>de</strong>-se bem que um tal juizo se ás cubiçadas colonias.<br />

0 Circumstancias algo imperiosas exigem<br />

que se convoque sem perda <strong>de</strong><br />

tempo o xongresso do Porto.<br />

Accentua o nosso presado collega<br />

Urge que nos preparemos para toda Jornal <strong>de</strong> Abrantes uma verda<strong>de</strong> que<br />

e qualquer eventualida<strong>de</strong>. O perigo da por mais duma vez neste logar consi-<br />

situação cifra-se no enorme e pavoroso gnamos: que a actual <strong>de</strong>ca<strong>de</strong>ncia do<br />

ponto <strong>de</strong> interrogação que nos apre- partido republicano é mais o effeito<br />

senta o sombrio e enygrnatico futuro logico do abandono, do indifferentismo,<br />

preparado pelos <strong>de</strong>svarios dum regimen dos erros dos seus homens, do que o<br />

con<strong>de</strong>tpnado, aggravado pela nossa in- resultado fatal <strong>de</strong> toda uma serie <strong>de</strong><br />

differença.<br />

perseguições in fames que este ou aquel-<br />

Seria prolixo repetir que o povo já le grupo da monarchia lhe haja movido.<br />

nada <strong>de</strong> bom espera da monarchia: esta Evi<strong>de</strong>ntemente. Essas perseguições<br />

phrase banal, á força <strong>de</strong> repetida, sim- só vieram e se amiudaram, e redobraboliza<br />

comtudo a ignominia da situação! ram <strong>de</strong> audacia quando se sentiu que<br />

Sobre o partido republicano paira o partido republicano as não repellia<br />

por isso uma grave responsabilida<strong>de</strong>; com toda a vehemencia <strong>de</strong>nunciadora<br />

tremenda responsabiiida<strong>de</strong>tambemcom- dum organismo forte.<br />

partilhada por vós, a quem os suffra- Uma resistencia <strong>de</strong>cidida, bem orgios<br />

dos legítimos representantes da ganisada e melhor dirigida, teria sem<br />

Democracia Portuguêsa no congresso duvida annulladoa acção liberticida dos<br />

<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, investiu solemnemente na governos da monarchia. O regimen<br />

direcção do Partido!<br />

animon-se na nossa fraqueza. Não nos<br />

Pon<strong>de</strong>rae bem no vosso animo es- bateu no nosso posto, luctando: não<br />

clarecido as agruras duma crise supre- lhe <strong>de</strong>mos tempo a isso: <strong>de</strong>sertamos.<br />

ma; medi, no recondito dos vossos Momentos opportunissimos se pro-<br />

gabinetes d'estudo e <strong>de</strong> trabalho a trepiciaram para uma intervenção impomenda<br />

responsabilida<strong>de</strong> que sobre vós nente do parti Jo republicano. A occor-<br />

impen<strong>de</strong>; calculae os enormes prejuízos rencia <strong>de</strong> factos graves, implicando um<br />

<strong>de</strong> or<strong>de</strong>m moral que ao Partido Repu- verda<strong>de</strong>iro perigo nacional, repetidas<br />

blicano ha originado a vossa inércia!... vezes lhe tem offerecido ensejo ás ma-<br />

Sim, consi<strong>de</strong>rae tudo isto, e a vossa nifestações ds sua força e da sua sin-<br />

conscienciá vos dirá a verda<strong>de</strong> d'estas cerida<strong>de</strong> patriótica.<br />

affirmações, vos dictará a linha <strong>de</strong> con- Mas o partido republicano ha muiducta<br />

que urge adoptar nesta sublime to que esqueceu o seu programma <strong>de</strong><br />

cruzada da luminosa re<strong>de</strong>mpeão da propagandae.<strong>de</strong> lucta e se <strong>de</strong>sinteresou<br />

Patria!...<br />

por completo dos mais altos e respei-<br />

O Partido Republicano abranje hoje tiveis interesses do país.<br />

a maioria da Nação. Des<strong>de</strong> 1890 que Por isso se o partido republicano<br />

tem constantemente reforçado as suas está morto não lancemos mais este<br />

fileiras com valiosas adhesoes, espraian- crime na conta corrente da monarchia.<br />

do-se como uma formidável e impe- Não, não foi ella que o matou: foi o<br />

tuosa onda por essas províncias a for- partido republicano que se suicidou.<br />

mar preciosos núcleos <strong>de</strong> prestigio mo- Abandonando systhematicamente a<br />

ral e <strong>de</strong> força politica. Unicamente lhe opportunida<strong>de</strong> da lucta, o partido repu-<br />

tem faltado isto: — Direcção!<br />

blicano alheiou <strong>de</strong> si a confiança publica.<br />

Como se explica que haja succedido Deixou supeitas on<strong>de</strong> creara espe-<br />

tão extranho phenomeno politico no seio ranças;<br />

dum Partido que possue em tão larga<br />

escala os homens mais eminentes do<br />

país pelo seu vasto saber, pela sua superior<br />

illustração, pelo prestígio imma<br />

culado do seu robusto talento, por tão<br />

preciosos dotes d'espirito, que tão po<strong>de</strong>rosamente<br />

ha concorrido para lhes<br />

marcar distincto e privilegiado logar na<br />

socieda<strong>de</strong> portuguêsa ?!... Sim,"como<br />

se explica tão extranho facto ?!...<br />

Foi já um erro grave a pouca, ou<br />

nenhuma consi<strong>de</strong>ração votada á execução<br />

da Lei Organica do Partido appro<br />

vada no congresso <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>.<br />

E todavia esta Lei perfeita em suas<br />

tão sensatas disposições mereceu, diás<br />

muito justificadamente os especiaes votos<br />

<strong>de</strong> louvor <strong>de</strong> tre.s republicanos <strong>de</strong><br />

prestigio e d'elevado talento: Augusto<br />

Barreto, Magalhães Bastos e Affonso<br />

Costa.<br />

Terminando esta carta aberta, affirmamos<br />

a nossa opinião extremamente<br />

favoravel á Lei Organica do Partido.<br />

O congresso do Porto, que urge convocar,<br />

fazia obra <strong>de</strong> mérito e <strong>de</strong> patriotismo<br />

se apenas lhe introduzisse leves<br />

modificações.<br />

A' vossa esclarecida pon<strong>de</strong>ração e<br />

á das respectivas Juntas Directoras,<br />

submettemos as nossas francas e in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes<br />

consi<strong>de</strong>rações animados do<br />

<strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> bem servirmos a causa da<br />

Republica... já agora a <strong>de</strong>rra<strong>de</strong>ira esperança<br />

da Patria.<br />

Fazenda Juniort<br />

Os professores que exerciam o ensino<br />

primário particular em qualquer<br />

estabelecimento ou nos domicílios á<br />

data da publicação do <strong>de</strong>creto n.° 2 <strong>de</strong><br />

24 <strong>de</strong> Dezembro <strong>de</strong> 1901 sám obrigados<br />

á sua inscripção nos termos do<br />

artigo 368 do Regulamento <strong>de</strong> 19 <strong>de</strong><br />

Setembro <strong>de</strong> 1902, na Secretaria da<br />

respectiva Inspecção Primaria, até ao<br />

fim do próximo mês <strong>de</strong> março; sendo<br />

anno <strong>de</strong> publi- mandados encerrar os estabelecimentos<br />

cação o nosso presado collega local, cujos professores não cumprirem no<br />

Tribuno Popular.<br />

prazo <strong>de</strong>terminado as disposições do<br />

As nossas felicitações* , referido artijjo,<br />

1 <strong>de</strong>salentos on<strong>de</strong> accen<strong>de</strong>ra estimules.<br />

E hoje, se ainda para elle se voltam<br />

os pensamentos <strong>de</strong> muitos homens sensíveis<br />

ás <strong>de</strong>sgraças da patria, é tão somente<br />

por este irresistível, dominador<br />

impulso que a todos força, n'um momento<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sespero cruciante, a olhar<br />

com ancia soffrega para o que pensamos<br />

representar a salvação.<br />

Mas o que é tristemente verda<strong>de</strong>iro<br />

é que os homens mais illustres do<br />

partido republicano, confugindo-se num<br />

inexpugnável isolamento, não alimentam<br />

por forma alguma a fé que o povo<br />

possa ter na Republica. Ao contrario,<br />

com o exemplo da sua inércia, do seu<br />

<strong>de</strong>sapêgo ou do seu egoísmo, contribuem<br />

po<strong>de</strong>rosamente para que sua a<br />

fé <strong>de</strong>sapareça e a <strong>de</strong>sconfiança justificada<br />

com que se olham todos os políticos<br />

do regimen nos envolvo também a<br />

nós.<br />

Porque é indubitável que hoje não<br />

damos matéria para gran<strong>de</strong>s esperanças.<br />

Temos sempre a pesar sobre nós<br />

a acussação dum extenso período <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>soladora esterilida<strong>de</strong>, que todavia só<br />

por nossa culpa <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> ser fecundo<br />

em campanhas profícuas e úteis protestos.<br />

Quando um novo salvador forma<br />

salto para cair no po<strong>de</strong>r, não <strong>de</strong>ixamos<br />

<strong>de</strong> proclamar a especulação que<br />

se apresenta rebuçada em programma<br />

vistoso, e <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>mos a proposição <strong>de</strong><br />

que só <strong>de</strong>rrubando a monarchia. e fazendo<br />

a Republica o país pô<strong>de</strong> resurgir<br />

do abysmo a que o bal<strong>de</strong>aram.<br />

Perfeitamente. Mas reconheçamo a<br />

qúemquer que seja o direito <strong>de</strong> nos perguntar<br />

com que homens nós contamos<br />

para realizar a obra <strong>de</strong> honrada energia<br />

e <strong>de</strong> fervente patriotismo que a Republica<br />

exige, mais dos processos<br />

que tencionamos applicar á administração<br />

publica e as i<strong>de</strong>ias que nos orientam<br />

acerca dos múltiplos problemas<br />

nacionaes.<br />

Sim, porque esses homens que nós<br />

dizemos abrilhantar as nossas fileiras,<br />

e sobrupujâr por sua superiorida<strong>de</strong> os<br />

jpoliticos do regimen, são os primeiros

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!