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Visão Judaica - março de 2002 Nissan/Iyar 5762

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20<br />

Existe um jornal <strong>de</strong> bairro em<br />

Curitiba que vem sistematicamente<br />

atacando os ju<strong>de</strong>us e Israel<br />

em suas páginas, promovendo<br />

abertamente o anti-semitismo,<br />

crime enquadrado na legislação<br />

brasileira como preconceito<br />

racial. A publicação,<br />

cujo nome é “Folha do Batel”,<br />

parece ser mais um instrumento<br />

<strong>de</strong> disseminação <strong>de</strong> ódio contra<br />

ju<strong>de</strong>us, dissimulada em jornal<br />

<strong>de</strong> prestação <strong>de</strong> serviços à<br />

comunida<strong>de</strong>, tal é a insistência<br />

com a qual vem agredindo os ju<strong>de</strong>us.<br />

O que surpreen<strong>de</strong>, no<br />

caso, é que a tal “folha” vem<br />

agindo livremente sem que as<br />

autorida<strong>de</strong>s tomem providências<br />

contra essa afronta à Constituição<br />

do País.<br />

<strong>Visão</strong> <strong>Judaica</strong> - <strong>março</strong> <strong>de</strong> <strong>2002</strong> <strong>Nissan</strong>/<strong>Iyar</strong> <strong>5762</strong><br />

Folha promove anti-semitismo<br />

publicando textos neonazistas<br />

Tudo serve para cumprir os<br />

objetivos escusos <strong>de</strong>sse preconceito,<br />

inclusive mentir para os<br />

leitores, como o texto <strong>de</strong> uma<br />

pretensa “carta aberta ao presi<strong>de</strong>nte<br />

Bush” que teria sido escrita<br />

por um indivíduo <strong>de</strong> nome<br />

David Duke, e apresentado na<br />

edição <strong>de</strong> novembro pelo jornal<br />

como sendo “ex-candidato a<br />

Presi<strong>de</strong>nte dos Estados Unidos”.<br />

Duke, que nunca chegou a<br />

concorrer à Presidência dos<br />

EUA, é, na verda<strong>de</strong> um notório<br />

neonazista norte-americano e lí<strong>de</strong>r<br />

da Ku Klux Klan, centrou os<br />

escritos <strong>de</strong> sua “carta” nos rescaldos<br />

<strong>de</strong> 11 <strong>de</strong> setembro para<br />

aproveitar o choque da opinião<br />

pública com os atentados aos<br />

edifícios do World Tra<strong>de</strong> Centrer<br />

e do Pentágono, e as milhares<br />

<strong>de</strong> mortes, em conseqüências<br />

<strong>de</strong>les, para culpar ninguém menos<br />

que os ju<strong>de</strong>us pelo ocorrido,<br />

vinculando o fato ao apoio do<br />

governo norte-americano a Israel.<br />

Escrita num estilo totalmente<br />

distorcido e repleta <strong>de</strong> ódio e<br />

<strong>de</strong> referências típicas anti-semitas<br />

— como a velha e surrada<br />

balela que ainda encontra eco<br />

entre os menos esclarecidos, <strong>de</strong><br />

que o judaísmo controla a imprensa<br />

— a tal “carta” não foi<br />

publicada em nenhum veículo da<br />

mídia norte-americana. Ela só<br />

encontrou eco em uma série <strong>de</strong><br />

websites nazistas que infestam<br />

a Internet. E foi <strong>de</strong>la que responsável<br />

pela Folha do Batel retirou<br />

toda essa patuscada. Além<br />

disso, constatou-se que anos<br />

atrás essa mesma pessoa esteve<br />

envolvida com um núcleo<br />

neonazista que atuava em Curitiba<br />

distribuindo publicações racistas<br />

principalmente entre estudantes<br />

universitários. O fato foi<br />

<strong>de</strong>nunciado na época pelo jornal<br />

Correio <strong>de</strong> Notícias, hoje extinto.<br />

No ano passado, a Agência<br />

Estado, ligada ao jornal “O Estado<br />

<strong>de</strong> S. Paulo”, distribuiu uma<br />

notícia que iniciava assim: “Moscou<br />

— Um ex-chefe da organização<br />

racista americana Ku Klux<br />

Klan está promovendo em Moscou<br />

um livro que expõe teses<br />

anti-semitas, <strong>de</strong> acordo com informações<br />

da televisão privada<br />

NTV. Fundador da Organização<br />

Nacional pró-Direitos dos Americanos<br />

Europeus, David Duke,<br />

<strong>de</strong>fen<strong>de</strong> o livro “A supremacia<br />

final: um exame da questão judia”.<br />

Na página <strong>de</strong> sua organização<br />

na internet, David Duke<br />

elogia a Rússia como “reduto da<br />

raça branca”. Ele afirma que<br />

quer fazer nesse país o primeiro<br />

elo <strong>de</strong> uma corrente <strong>de</strong> “tomada<br />

<strong>de</strong> consciência racial” através do<br />

mundo. “O povo russo também<br />

tem um gran<strong>de</strong> conhecimento da<br />

potência do sionismo internacional<br />

e do papel dominante dos<br />

ju<strong>de</strong>us na orquestração da imigração<br />

e o multiculturalismo que<br />

minam o Oci<strong>de</strong>nte”, <strong>de</strong>clarou.<br />

A propósito disso, algumas<br />

pessoas da comunida<strong>de</strong> israelita<br />

<strong>de</strong> Curitiba resolveram <strong>de</strong>nunciar<br />

à imprensa o anti-semitismo<br />

praticado pelo jornal <strong>de</strong> bairro.<br />

“Com o mais recente <strong>de</strong>sses crimes,<br />

que afrontam a Constituição<br />

brasileira e envergonham a<br />

Lei nº 5.250 (Lei <strong>de</strong> Imprensa),<br />

o responsável pela edição nº 26,<br />

relativa ao mês <strong>de</strong> novembro do<br />

corrente, daquele panfletário,<br />

que, a propósito, não indica,<br />

como manda a legislação, seu<br />

respectivo registro profissional,<br />

zomba da justiça e <strong>de</strong> toda a socieda<strong>de</strong><br />

brasileira, que sempre<br />

têm rechaçado qualquer espécie<br />

<strong>de</strong> racismo em nosso País — observa<br />

a carta-<strong>de</strong>núncia enviada à<br />

redação dos jornais da Capital.<br />

Mais além, a carta observa:<br />

Além <strong>de</strong> disseminar anti-semitismo,<br />

uma das faces do racismo,<br />

a publicação mente acintosamente<br />

para o leitor ao apresentar<br />

o texto, <strong>de</strong> página inteira, recheado<br />

<strong>de</strong> ódio e preconceito<br />

contra os ju<strong>de</strong>us e Israel, como<br />

sendo <strong>de</strong> um “ex-candidato a presi<strong>de</strong>nte<br />

do Estados Unidos da<br />

América”, um certo David Duke,<br />

que, em realida<strong>de</strong>, é um notório<br />

neonazista norte-americano e lí<strong>de</strong>r<br />

da tristemente famosa Ku Klux<br />

Klan. Esse fanfarrão nunca concorreu<br />

a uma eleição presi<strong>de</strong>ncial<br />

nos Estados Unidos. Em 1996, ele<br />

foi candidato a candidato, mas<br />

evi<strong>de</strong>ntemente rejeitado antes<br />

mesmo das primárias. O que é<br />

bem diferente <strong>de</strong> ser candidato.<br />

Pois bem, para alcançar seu<br />

intento criminoso, o (ir)responsável<br />

pela tal “Folha” omitiu<br />

para os leitores do Batel esses<br />

fatos reveladores, escon<strong>de</strong>ndo<br />

o racista sob a aura da<br />

serieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> “um candidato a<br />

presi<strong>de</strong>nte dos EUA”. Tudo<br />

para <strong>de</strong>stilar o veneno <strong>de</strong> seu<br />

ódio racial. Esperamos que o<br />

Ministério Público e a Polícia<br />

Fe<strong>de</strong>ral investiguem e tomem<br />

providências, e que o comércio<br />

e os moradores do Batel,<br />

recusem, daqui para frente,<br />

anúncios e exemplares <strong>de</strong>ssa<br />

nefasta publicação.

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