Capítulo 5 Capital Humano e Bem-Estar Social em Moçambique
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Pobreza e <strong>B<strong>em</strong></strong>-<strong>Estar</strong> <strong>em</strong> <strong>Moçambique</strong>: 1996-97<br />
5.4.4. Acesso aos Serviços de Saúde: Vacinações e Cartões de Saúde<br />
Como foi mencionado anteriormente, o módulo de IAF sobre saúde contém informação<br />
sobre vacinações e posse de cartão de saúde. As vacinações são extr<strong>em</strong>amente importantes para<br />
proteger<strong>em</strong> a criança vulnerável das doenças infecciosas, especialmente <strong>em</strong> países como<br />
<strong>Moçambique</strong> onde estas doenças apresentam maiores cifras <strong>em</strong> relação as outras doenças.<br />
Posse de cartão indica que a criança t<strong>em</strong> feito uso dos serviços de saúde pública ou seja<br />
vacinações ou controle de crescimento. Este é provavelmente o indicador mais importante<br />
sobre o conhecimento das facilidades formais de saúde pública e serviços pelas famílias.<br />
Seguiu-se o mesmo procedimento que o anterior nas estimações das equações de<br />
regressão multivariadas da probabilidade da criança pré-escolar ter doses de vacinações<br />
9 completas e ter cartão de saúde. Para o caso das vacinações, as vacinações completas inclu<strong>em</strong><br />
uma dose completa de DPT e Pólio, uma BCG e uma de sarampo. A amostra do estudo é<br />
constítuida por crianças com mais de 11 meses para dar t<strong>em</strong>po delas adquirir<strong>em</strong> todas as doses<br />
de vacinações. Para o caso de cartões de saúde, usou-se como amostra crianças de 0-24 meses,<br />
partindo da ideia de que a criança que nasce usando as facilidades formais de saúde recebe um<br />
cartão de saúde. Esta opção (0-24 meses) se deve porque a falta de dados sobre cartão de saúde<br />
aumenta dramaticamente depois dos 2 anos.<br />
A Tabela 5.10 fornece as estimativas da probabilidade de crianças de 12-60 meses de<br />
idade tomar<strong>em</strong> as doses completas de vacinações por região. Nas aréas rurais, ter uma mãe<br />
que pode ler ou escrever aumenta a probabilidade de apanhar a dose completa de vacinações<br />
<strong>em</strong> 17 porcento e ter uma mãe com EP2 aumenta esta probabilidade <strong>em</strong> 27 porcento. Nas aréas<br />
urbanas, o impacto da educação da mãe é muito menor (3 porcento para as mães letradas) e para<br />
as mães com EP2 a associação não é estatisticamente significante.<br />
Baseando-se numa série de análises desta secção, a conclusão mais relevante <strong>em</strong> termos<br />
de políticas é que a educação da mulher t<strong>em</strong> um tr<strong>em</strong>endo impacto no b<strong>em</strong>-estar do AF, tanto<br />
material como não material, nas aréas rurais de <strong>Moçambique</strong>. Por ex<strong>em</strong>plo, a adição de uma<br />
mulher adulta com EP2 aumenta o consumo per capita do AF <strong>em</strong> 34 porcento mas, a<br />
alfabetização da mulher (e o EP2) está fort<strong>em</strong>ente relacionada com o estado nutricional da<br />
criança a longo prazo, vacinações e contacto com os serviços formais de saúde.<br />
5.5. Educação do AF e Investimento na Educação Escolar da Criança<br />
5.5.1. Quadro Teórico<br />
Esta secção foca exclusivamente a educação a nível escolar da criança e procura<br />
identificar o impacto da educação do adulto do AF na educação dos m<strong>em</strong>bros jovens do AF.<br />
Aos 12 meses de idade, a criança <strong>em</strong> <strong>Moçambique</strong>, deveria ter tomado 3 doses de vacina contra a<br />
pólio, 1 BCG, 1 contra o sarampo e 3 doses de DPT.<br />
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