Capítulo 5 Capital Humano e Bem-Estar Social em Moçambique
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nestas aréas.<br />
Pobreza e <strong>B<strong>em</strong></strong>-<strong>Estar</strong> <strong>em</strong> <strong>Moçambique</strong>: 1996-97<br />
Nas aréas rurais os rapazes continuam a ser previlegiados -- mantendo os outros<br />
constantes , a média de eficiência dos rapazes é de 5 - 7 pontos percentuais acima da das<br />
raparigas. Uma diferença entre estes resultados e aqueles sobre a última classe frequentada é que<br />
nas aréas rurais existe algum papel a nível do AF que influi na eficiência escolar. Um aumento<br />
proporcional no consumo per capita aumenta a eficiência escolar da criança <strong>em</strong> 7 pontos de<br />
percentag<strong>em</strong> nas aréas rurais.<br />
Resumindo, a educação do adulto é um determinante importante para o sucesso escolar<br />
das crianças que ingressam e completam os estudos. Porém, o que importa são os níveis mais<br />
altos de educação atinguidos pelos adultos e não apenas a alfabetização. Para as mulheres adultas<br />
o EP1 é que t<strong>em</strong> maior impacto tanto na eficiência assim como para o último grau atingido<br />
pela criança.<br />
5.6. Conclusões e Implicações para as Políticas<br />
O estoque de capital humano é extr<strong>em</strong>amente baixo <strong>em</strong> <strong>Moçambique</strong> e reflecte a história<br />
dos conflictos que o país viveu. Apenas 40 porcento dos adultos do grupo etário de 18-65 são<br />
letrados e apenas 16 porcento das mulheres da zona rural sab<strong>em</strong> ler ou escrever. Os indíces<br />
correntes de ingressos nas escolas primárias são de 49 porcentos e a desigualdade <strong>em</strong> relação ao<br />
genéro aparenta ser muito menor do que na geração corrente de adultos (<strong>em</strong>bora diferenças ainda<br />
persistam).<br />
Devido a história da guerra, a destruição das infra-estruturas, e a migração da população,<br />
o papel da educação na determinação dos resultados económicos e sociais é de particular<br />
interesse <strong>em</strong> <strong>Moçambique</strong> partindo do princípio de que esta relação pode não ser a mesma que<br />
a do outros países <strong>em</strong> desenvolvimento. Os resultados deste documento mostram que, de facto,<br />
o papel da educação é muito forte na determinação da saúde, educação e b<strong>em</strong>-estar material do<br />
AF.<br />
Em todos os resultados analizados neste documento, tanto monetários b<strong>em</strong> como os não-<br />
monetários, constatou-se que a educação do adulto é altamente significante e quantitativamente<br />
importante. Além disso, a escolaridade do adulto, especialmente das mulheres, t<strong>em</strong> uma<br />
grande influência nas zonas rurais de <strong>Moçambique</strong>. Por ex<strong>em</strong>plo, o estado de nutrição da<br />
criança a longo prazo, a probabilidade de tomar todas as doses de vacinações e a probabilidade<br />
de ter um cartão de saúde têm uma correlação muito forte com a educação da mulher nestas<br />
aréas. Porém, <strong>em</strong> relação ao estado nutricional da criança das aréas urbanas, ao invés da<br />
escolaridade da mulher é o rendimento do AF que t<strong>em</strong> mais importancia.<br />
O papel da educação da mulher também t<strong>em</strong> papel no b<strong>em</strong>-estar material. A adição de<br />
uma mulher com EP2 , nas aréas rurais, aumenta o consumo per capita <strong>em</strong> 34 por cento enquanto<br />
que a adição de um hom<strong>em</strong> aumenta o consumo apenas <strong>em</strong> 18 por cento.<br />
Análises mais rigorosas dos resultados escolares da criança mostram também que tanto<br />
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