15.04.2013 Views

Tv Tupi: Uma Linda História De - Coleção Aplauso - Imprensa Oficial

Tv Tupi: Uma Linda História De - Coleção Aplauso - Imprensa Oficial

Tv Tupi: Uma Linda História De - Coleção Aplauso - Imprensa Oficial

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

148<br />

Mauricio se espantou, é claro, mas ficou feliz. Conhecia a personalidade<br />

das principais figuras do cenário político da época e escolheu Jânio<br />

Quadros, para sua primeira crônica. Jânio havia recebido um murro na<br />

cara, na Câmara Municipal de São Paulo, e saiu sangue. E ele deixou<br />

aquilo no rosto e mostrava para todo mundo. É o sangue do povo, é<br />

o sangue do povo. Foi o que Mauricio contou em seu depoimento ao<br />

Museu da Televisão.<br />

Eu escrevi sobre isso. E li na televisão, na minha crônica, que se chamava<br />

Em Dia com a Política. Achei que foi bom, tudo mais, mas aí, no dia seguinte,<br />

aconteceu um fato que mudou a minha vida. Eu estava descen do<br />

a rua Marconi, e já entrando na rua 7 de Abril, onde eram os Diários<br />

Associados, quando uma mulher de cinqüenta e poucos anos, simpática,<br />

me parou e disse: Eu vi o senhor ontem na televisão. Eu o reconheço<br />

porque o senhor tem cabelos grisalhos. Mas eu quero dizer que o senhor<br />

é um homem insolente. Eu me espantei. Insolente, como? O senhor não<br />

me consultou. O senhor poderia ter trocado idéias comi go e não fez<br />

nada disso. Mas como é que eu podia fazer isso? É televisão! E a mulher<br />

disse: Perguntando: o senhor gostou? E a senhora, o que pensa sobre<br />

isso? Enfim, olhando para mim, que estava olhando para o senhor. Eu<br />

sei o que digo. Eu morei em Nova York e sei como fazem televisão.<br />

Fui para a redação, depois para casa, só pensando no que tinha me<br />

falado aquela mulher. Rasguei a crônica que tinha feito para aquela<br />

noite e pensei, pensei... Mandei colocar uma máquina de escrever no<br />

estúdio. <strong>De</strong>corei toda a minha crônica. Fingi que estava acabando de<br />

escrever, tirei o papel da máquina e conversei com o telespectador<br />

sobre o assunto da crônica. Foi uma beleza. Todos gostaram. No dia<br />

seguinte, Assis Chateaubriand me chamou e disse: Parabéns. O senhor<br />

foi o único que entendeu como se faz televisão. E eu, dentro de mim,<br />

agradeci imensamente a mulher que me chamou de insolente.<br />

E a equipe ?<br />

Aí é que está, continua Mauricio Loureiro Gama. Não tinha elenco,<br />

produtor do jornal. Eu produzia, eu datilografava, eu dizia, era tudo<br />

eu. Aí, com o passar dos tempos, o jornal foi ficando maior, tinha colunas<br />

e era complicado fazer tudo sozinho. Aí eu comecei a mostrar o<br />

que diziam outros jornais. O Correio da Manhã, do Rio de Janeiro, o<br />

Jor nal do Brasil , O Estado de S. Paulo, e isso já ia engrandecendo o jornal<br />

a que dei o nome de Revista Diária dos Diários e Revistas, um jogo<br />

de palavras. <strong>Uma</strong> maneira que inventei de preencher o tempo, sempre<br />

eu mesmo. E assim acho que foi nascendo e crescendo, ficando mais<br />

nítido como jornal. Era o embrião do que é hoje. Esse jornal passou a<br />

se chamar Diário de São Paulo na TV. Era apresentado às oito e meia<br />

da noite, diariamente.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!