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Tv Tupi: Uma Linda História De - Coleção Aplauso - Imprensa Oficial

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Quando eu estava com 12 anos, fui convidada por Sagramour de Scuvero,<br />

moça valente, para participar de um elenco teatral, que iria se<br />

apresentar todos os domingos no Centro do Professorado Paulista, na<br />

Rua da Liberdade. E lá iam também a Lia de Aguiar, o Cassiano Gabus<br />

Mendes, o Geraldo Blota, todos um pouco mais crescidos do que eu.<br />

Minha irmã, Poema, que era pequena, foi também. O programa era<br />

retransmitido pela Rádio São Paulo. O auditório era de 1200 lugares.<br />

Verdadeiro teatro. Daí, para ganhar um espaço no radioteatro de<br />

Oduvaldo Viana foi um passo. Ganhava cachês.<br />

Em 1944, porém, foi que assinei meu primeiro contrato. Passei a ser<br />

profissional. Isso foi na Rádio Panamericana, atual Jovem Pan. E eu já<br />

me considerava uma veterana...<br />

Entre os anos de 1944 e 1947 perdi cinco vezes o emprego. E eu precisava<br />

tanto trabalhar, pois minha mãe era viúva e nós éramos cinco<br />

filhos, três menores do que eu.<br />

As rádios estavam se adaptando, era uma fase de política em ebulição,<br />

várias emissoras trocavam de dono e lá ia eu de embrulho. Mandavam<br />

embora os mais novos, os mais sem importância.<br />

Cheguei à Rádio <strong>Tupi</strong> em 1947, como disse no começo. A admiração<br />

foi total. Para começar, o ônibus ia até a porta, pois havia auditório,<br />

havia público. E depois estavam juntas as Rádios <strong>Tupi</strong> e Difusora. Chamavam<br />

Associadas. E havia o radioteatro, para o qual me candidatei,<br />

com elenco grande. E havia o auditório enorme. Lindo!<br />

O meu teste foi feito por Walter Forster, diretor artístico da Rádio<br />

<strong>Tupi</strong> e o operador de som, o Lima Duarte, bem jovem. Fui aprovada.<br />

Comecei a trabalhar. Salário bom. Bem maior do que eu tinha<br />

nas Rádios Panamericana, Cosmos, Cruzeiro, Cultura e na Standard<br />

Propaganda, por onde eu tinha passado. Rezei, agradeci e fiz uma<br />

promessa: Nunca mais saio daqui. Ficarei até o fim dos meus dias. Sou<br />

atriz. Quero morrer atriz.<br />

Nas Rádios <strong>Tupi</strong> e Difusora, bem como na TV <strong>Tupi</strong>, que aconteceu<br />

em 1950, fiz de tudo: atriz de rádio e televisão, redatora de rádio e<br />

televisão, produtora, ensaiadora, garota-propaganda, apresentadora,<br />

cronista de programa jornalístico. E tudo isso em contrato. Incrível!<br />

Esses contratos eram bienais e se renovavam, com algum aumento,<br />

para nossa felicidade, minha principalmente, que havia feito aquele<br />

juramento, aquele, que aparece a algumas linhas atrás.<br />

Eu havia me casado, tivera dois filhos, Heitor e Thais, me formara em<br />

Direito pela USP, mas não pensava em sair da rádio (era assim que<br />

chamávamos esse conjunto de emissoras). A <strong>Tupi</strong> era meu lar, era meu<br />

mundo, era meu tudo. Quando meus filhos eram pequenos, eu os levava<br />

no cestinho, no moisés, e todos me ajudavam a tomar conta deles.<br />

Todos eram a minha família.<br />

Mas, um dia...

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