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Tv Tupi: Uma Linda História De - Coleção Aplauso - Imprensa Oficial

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Capítulo 66<br />

Greves<br />

As Emissoras Associadas havia muito tinham problemas. <strong>De</strong>sde o falecimento<br />

de Chateaubriand, quando foi criado o Condomínio Acionário,<br />

a situação era instável. Hora melhorava, hora piorava. Vinham as novidades,<br />

os contratos, os sucessos, a salvação. Vinha a esperança, mas<br />

essa ia por água abaixo. Parecia tudo estar montado em cima de areia<br />

movediça. Não se acreditava mais em explicações, em conversas. O<br />

próprio Cassiano Gabus Mendes hora estava, hora saia. O diretor-geral<br />

da Rede <strong>Tupi</strong> era Rubens Furtado. Homem correto, bom profissional,<br />

dedicado ao trabalho, mas...<br />

Rubens Furtado nasceu em Juiz de Fora, Minas Gerais. E foi aí que come<br />

çou seu trabalho na ZYT-9 – Rádio Industrial de Juiz de Fora. Na déca<br />

da de 1940 já era um dos principais nomes do rádio mineiro. No final<br />

de 1940 foi morar em São Paulo. Em 1950 começou a trabalhar na TV<br />

<strong>Tupi</strong>, sendo superintendente da Rede <strong>Tupi</strong> de Televisão até 1980. Estava<br />

havia 30 anos nas Associadas, quando coube a ele a ingrata missão de<br />

receber os representantes federais e dar por lacrada a <strong>Tupi</strong>, a emissora<br />

pioneira. <strong>De</strong>pois disso Furtado transferiu-se para a Rede Bandeirantes<br />

e por muitos anos foi seu superintendente-geral, tendo passado antes<br />

pela Bloch Editores, onde também teve cargo de chefia .<br />

No começo, a força do nome <strong>Tupi</strong> segurava tudo. E o amor que todos tinham<br />

pela casa ajudava também. Nos fins de 1970 era irritação em cima<br />

de irritação. Os desequilíbrios continuavam. Os estáveis, os funcionários,<br />

ganhavam pouco. E não recebiam nada. Os free lancers ganha vam mais.<br />

Mas tudo isso já não importava. Esses também seriam prejudi ca dos.<br />

Perderiam o emprego. E não receberiam nada também.<br />

E o amor pela casa? Onde andava esse amor? E a casa? Onde estava a<br />

casa? Faltava confiança na direção-geral. Na presidência. E a solução<br />

que surgia era: GREVE.<br />

Maio de 1980 – 900 funcionários entraram em greve. Os salários estavam<br />

com três meses de atraso. Sem um comando forte, as empresas<br />

estavam indo à falência. A revista O Cruzeiro morreu. O Diário da<br />

Noite e o Diário de São Paulo, também. O prédio da Rua 7 de Abril foi<br />

penhorado. A TV <strong>Tupi</strong> ia ser a próxima vítima.<br />

Julho de 1980 – 2 mil funcionários aderiram à greve. Os programas<br />

começaram a sair do ar desde o começo do ano. Um após o outro. As<br />

novelas que ainda estavam sendo transmitidas, iam se retirando... O<br />

novelista Rubens Ewald Filho, autor da novela Drácula, para colaborar<br />

com os grevistas, não entregou os cinco capítulos que já estavam escritos.<br />

Ela foi a penúltima a sair do ar.<br />

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