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Tv Tupi: Uma Linda História De - Coleção Aplauso - Imprensa Oficial

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Capítulo 12<br />

A Grande Inauguração<br />

Recorda Sonia Maria Dorce para o Museu da Televisão Brasileira: Não<br />

me lembro da data. Eu era pequena, mas me lembro que o papai trouxe<br />

para casa um aparelho grandão. Meu pai era o maestro Francisco Dorce.<br />

Ele era diretor-artístico do programa da Rádio Difusora, que se chamava<br />

Clube do Papai-Noel. E era amigo de todos. Acho que foi Chateaubriand<br />

que deu, e aí ele trouxe pra casa aquele móvel bonito, que a gente<br />

não podia mexer. Era uma coisa sagrada. <strong>De</strong> vez em quando a gente<br />

abria a portinha. Tinha um vidro meio redondo lá dentro, que não se<br />

sabia o que era. A gente via um índio parado, monte de risqui nhos, uns<br />

ângulos . Até que um dia meu pai disse: Hoje vai aparecer imagem aí<br />

dentro. Minha avó, calabresa, disse: Imagina! Eu não acredito de jeito<br />

algum. O papai botou a televisão na janela, pra que muitas pessoas<br />

vissem aquele programa. A minha avó, incrédula, disse depois : Meu<br />

<strong>De</strong>us! E não é que apareceu mesmo? É mágica! Na minha rua fizeram<br />

festa, com pipoca e guaraná. Foi uma grande noite. E só eu não vi.<br />

É que a garotinha Sonia, de 5 anos de idade, apareceu na televisão .<br />

Ela foi com o pai à rádio, tal qual se falava naquele tempo. Na verdade<br />

ela foi à Televisão <strong>Tupi</strong>. Lá no estúdio pequeno, vestiram-na com uma<br />

calcinha especial, um cocar na cabeça com uma peninha e só. Ela era o<br />

indiozinho da televisão. Mandaram e ela disse: Está no ar a televisão<br />

do Brasil. Era o indiozinho, o símbolo, o logotipo da televisão <strong>Tupi</strong><br />

de São Paulo.<br />

Sonia Maria Dorce não estava estreando. Aos 5 anos de idade, que<br />

era o que tinha em 1950, Sonia já era profissional. <strong>De</strong>sde os 3 anos<br />

de idade cantava e declamava. E cantava até em espanhol. Seu pai, o<br />

maestro Chico Dorce, sempre dava a ela as coisas mais difíceis. Acredi<br />

tava nela e a menina correspondia. Era a Shirley Temple brasileira.<br />

Loirinha, cabelos cacheados, fazia muito sucesso, da mesma forma<br />

que a atrizinha americana, estrelinha da Hollywood, que conquistava<br />

o mundo. Sonia Dorce era a rainha do programa Clube do Papai-Noel.<br />

Verdadeira crian ça prodígio. Eu não me achava menina prodígio e nem<br />

sabia quem era Shirley Temple. Nunca tinha visto filme dela. E o papai<br />

tinha muito cuidado com isso. Eu devo muito à criação maravilhosa<br />

que ele deu a mim e à minha irmã. Nunca deixou perceber que eu era<br />

isso, de criança prodígio. Eu seguia ao largo desse estrelismo. Muito<br />

ao contrário. Eu tinha de estudar e estudar muito.<br />

Jorge Edo: Foi entrando gente, gente e mais gente no estúdio. Eu esta va<br />

no controle do telecine. Quando fui pôr as câmeras em funcio namento<br />

verifiquei que a câmera do estúdio pequeno, que era opera da pelo<br />

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