a aquisição da concordância nominal de número no ... - UFSC
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o conceito <strong>de</strong> parâmetro foi introduzido para respon<strong>de</strong>r ao<br />
problema lógico <strong>da</strong> <strong>aquisição</strong>, mas consi<strong>de</strong>rar que a variação entre<br />
as línguas é uma função do léxico <strong>no</strong>s leva à estaca inicial, pois as<br />
línguas, nesse caso, po<strong>de</strong>riam variar <strong>de</strong> forma infinita e as crianças<br />
não teriam um espaço finito para <strong>de</strong>finirem sua gramática. Estudos<br />
matemáticos têm mostrado que os parâmetros têm que ser em<br />
<strong>número</strong> bastante peque<strong>no</strong>, do contrário a criança levaria a vi<strong>da</strong><br />
inteira apren<strong>de</strong>ndo a sua língua (2002, p. 317).<br />
A partir <strong>de</strong> constatações como estas, passou-se a investigar a vinculação dos<br />
parâmetros (e, conseqüentemente, <strong>da</strong> variação lingüística) ao léxico funcional <strong>da</strong>s<br />
línguas, hipótese que permanece na teoria até hoje. Mais especificamente, a partir do<br />
trabalho <strong>de</strong> Borer (1984), acredita-se que a variação paramétrica esteja liga<strong>da</strong><br />
majoritariamente à morfologia flexional <strong>da</strong>s línguas e suas proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s.<br />
Em <strong>de</strong>corrência <strong>de</strong>ssa idéia, observou-se um inchaço na quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> categorias<br />
funcionais postula<strong>da</strong>s pelos sintaticistas em suas análises <strong>da</strong>s línguas particulares. 17 Com<br />
isso, corre-se o risco <strong>de</strong> per<strong>da</strong> do po<strong>de</strong>r explicativo dos parâmetros, tornando-os meros<br />
artefatos <strong>de</strong>scritivos (tais como eram as regras anteriormente). É preciso consi<strong>de</strong>rar<br />
sempre que um parâmetro atua num nível mais abstrato <strong>da</strong> gramática, e por isso,<br />
segundo Kato (1995, p. 68), “constitui uma proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> que é responsável por um ou<br />
mais tipos concretos <strong>de</strong> construção”. Isso leva a previsões fortes, por exemplo, que “a<br />
criança não precisa ser exposta a to<strong>da</strong>s as construções que o valor do parâmetro prediz.<br />
Algumas po<strong>de</strong>riam ser <strong>de</strong>dutivamente adquiri<strong>da</strong>s e isso respon<strong>de</strong>ria ao problema lógico<br />
<strong>da</strong> <strong>aquisição</strong>” (ibi<strong>de</strong>m, p. 68). Para além disso, visto que os parâmetros são os<br />
responsáveis pela variação lingüística, sua conexão com a mu<strong>da</strong>nça lingüística fica<br />
evi<strong>de</strong>nte. Sendo assim, ain<strong>da</strong> segundo Kato (1995), prevê-se que qualquer mu<strong>da</strong>nça em<br />
alguma <strong>da</strong>s proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s morfológicas envolvi<strong>da</strong>s em um parâmetro acarretará<br />
mu<strong>da</strong>nças nas <strong>de</strong>mais construções.<br />
As idéias <strong>de</strong> parâmetros ligados à morfologia flexional e suas conseqüências para<br />
a <strong>aquisição</strong> <strong>de</strong> linguagem e para a mu<strong>da</strong>nça lingüística serão fun<strong>da</strong>mentais para a<br />
17 Conforme veremos na seção 1.4 e <strong>no</strong> capítulo 2, o Programa Minimalista “enxuga a máquina”, entre outras<br />
coisas, restringindo o inventário <strong>de</strong> categorias funcionais <strong>da</strong>s línguas naturais e vinculando a existência <strong>de</strong> uma<br />
categoria funcional a uma motivação semântica na interface.<br />
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