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a aquisição da concordância nominal de número no ... - UFSC

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Pinker (1994) é ain<strong>da</strong> mais severo ao afirmar que, mesmo que haja uma correção<br />

implícita por parte dos pais, não necessariamente esta seria efetiva, como mostra o<br />

exemplo (4) acima. Ain<strong>da</strong> segundo Pinker (p. 280), Brown & Hanlon (1970) dividiram os<br />

enunciados <strong>de</strong> A<strong>da</strong>m, Eve e Sarah, as três crianças estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s por Brown <strong>no</strong> clássico A<br />

first language (1973), em gramaticais e agramaticais e, para ca<strong>da</strong> enunciado, checaram<br />

se a resposta dos pais expressava aprovação ou <strong>de</strong>saprovação. A proporção foi a mesma<br />

para ambos os casos, o que significa que os pais não forneceram às crianças informação<br />

sobre a (a)gramaticali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> suas sentenças. Exemplos em (6) abaixo (Pinker, 1994, p.<br />

280).<br />

(6) a. Criança: Mamma isn’t boy, he a girl.<br />

Adulto: That’s right.<br />

b. Criança: And Walt Disney comes on Tues<strong>da</strong>y.<br />

Adulto: No, he does <strong>no</strong>t.<br />

Chouinard & Clark (2003) também discutem a existência <strong>de</strong> evidência negativa <strong>no</strong><br />

input, tomando como base a teoria do contraste (Clark, 1987; 1993). Elas afirmam que o<br />

fato <strong>de</strong> estudos como o <strong>de</strong> Brown & Hanlon (op. cit.) apontarem que não há relação entre<br />

<strong>de</strong>saprovações explícitas e os enunciados agramaticais <strong>da</strong>s crianças não implica que não<br />

existam outras fontes <strong>de</strong> evidência negativa para a criança.<br />

Para as autoras, <strong>de</strong>saprovações explícitas não seriam emprega<strong>da</strong>s pelos pais<br />

porque quebram a conversação. Portanto, os pais prefeririam corrigir a fala infantil<br />

usando estratégias me<strong>no</strong>s prejudiciais à estrutura conversacional. 20 Alguns<br />

pesquisadores investigaram os diferentes tipos <strong>de</strong> resposta (expansão, repetição,<br />

recolocação, pedidos <strong>de</strong> esclarecimento) <strong>da</strong>dos pelos pais às crianças e sua relação com<br />

as sentenças infantis bem ou mal-forma<strong>da</strong>s. Segundo Chouinard & Clark (op. cit.), o<br />

problema com esse tipo <strong>de</strong> associação é que nem sempre um <strong>de</strong>terminado tipo <strong>de</strong><br />

20 No entanto, o que se observa é que há, sim, correções por parte dos pais, porém não <strong>de</strong> questões <strong>de</strong><br />

gramaticali<strong>da</strong><strong>de</strong>, como vemos <strong>no</strong>s exemplos em (6). E, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do seu conteúdo, <strong>de</strong>vemos assumir que<br />

qualquer correção gera o mesmo tipo <strong>de</strong> quebra conversacional.<br />

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