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a aquisição da concordância nominal de número no ... - UFSC

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encontre, <strong>de</strong> algum modo, um correlato em termos <strong>de</strong> mecanismos e processos cerebrais<br />

(p. 121). Assim sendo, restaria aos a<strong>de</strong>ptos <strong>de</strong>ssa hipótese buscar corroboração biológica<br />

para suas idéias.<br />

Meisel (1997) fornece uma possível evidência em favor dos maturacionistas: o<br />

trabalho <strong>de</strong> Greenfield (1991). Neste trabalho, a autora investiga a neurofisiologia e a<br />

neuroanatomia e conclui que<br />

o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong>s conexões cerebrais constitui a base para o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento estrutural <strong>da</strong> linguagem. [...] Circuitos específicos<br />

que conectam diversas zonas corticais <strong>de</strong>senvolvem-se como<br />

resultado <strong>da</strong> diferenciação gradual através <strong>da</strong> qual “zonas corticais<br />

múltiplas são ‘po<strong>da</strong><strong>da</strong>s’ para se chegar a um <strong>número</strong> me<strong>no</strong>r <strong>de</strong><br />

conexões mais específicas e <strong>de</strong> maior alcance” (Greenfield, 1991, p.<br />

544). No caso <strong>da</strong> área <strong>de</strong> Broca, o crescimento <strong>de</strong>ndrítico leva a<br />

uma diferenciação <strong>de</strong> duas áreas adjacentes funcionalmente<br />

distintas, e isto ocorre exatamente durante o período em que<br />

estruturas gramaticais complexas surgem na linguagem <strong>da</strong> criança,<br />

começando em tor<strong>no</strong> dos dois a<strong>no</strong>s <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> (Meisel, 1997, p. 33).<br />

Resultados como esses, se confirmados em relação à linguagem, po<strong>de</strong>m indicar<br />

que a hipótese maturacional está correta. No entanto, conforme Meisel (1997), esse tipo<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>scoberta só explica por que GU não limitaria os usos iniciais <strong>da</strong> linguagem (antes<br />

dos 2;0 a<strong>no</strong>s). Para que se confirme um calendário maturacional dos princípios <strong>de</strong> GU,<br />

outro tipo <strong>de</strong> evidência se faz necessário.<br />

1.3.2 A HIPÓTESE CONTINUÍSTA<br />

A hipótese continuísta <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> a idéia <strong>de</strong> que as crianças, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início,<br />

apresentam estruturas sintáticas semelhantes às dos adultos: a linguagem inicial <strong>da</strong><br />

criança já se encontra restringi<strong>da</strong> pelos princípios <strong>da</strong> GU. O próprio termo “continuísmo”<br />

indica que há uma continui<strong>da</strong><strong>de</strong> entre a gramática infantil e a adulta. 40 Existem duas<br />

40 Isto quer dizer que os símbolos disponíveis na representação gramatical infantil são os mesmos <strong>da</strong><br />

representação adulta; por exemplo, não há um período em que a criança não conte com a projeção <strong>da</strong>s<br />

categorias funcionais. O que po<strong>de</strong> haver é uma subespecificação dos traços <strong>de</strong>ssas categorias, a qual gera<br />

superficialmente efeitos que foram analisados como ausência <strong>de</strong> estrutura funcional por alguns autores,<br />

conforme já mencionado na <strong>no</strong>ta 34. Numa abor<strong>da</strong>gem como a do Programa Minimalista, na qual as categorias<br />

funcionais <strong>de</strong>vem ser semanticamente motiva<strong>da</strong>s, a ausência <strong>da</strong>s mesmas implicaria uma lacuna na<br />

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