a aquisição da concordância nominal de número no ... - UFSC
a aquisição da concordância nominal de número no ... - UFSC
a aquisição da concordância nominal de número no ... - UFSC
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Vale a pena ressaltar que a existência <strong>de</strong> valores <strong>de</strong>fault não implica que um<br />
parâmetro já venha pré-fixado para o <strong>de</strong>fault. A existência <strong>de</strong> valores <strong>de</strong>fault − ao me<strong>no</strong>s<br />
para os parâmetros aninhados − parece advir logicamente <strong>da</strong> <strong>no</strong>ção <strong>de</strong> subconjunto, o<br />
qual, como vimos anteriormente, apesar <strong>de</strong> não ser um mo<strong>de</strong>lo a<strong>de</strong>quado <strong>da</strong><br />
aprendizagem humana, parece ser uma forma váli<strong>da</strong> <strong>de</strong> relacionar as proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong>s<br />
línguas (Fodor, 2001). Já uma fixação prévia ao contato com o input não é algo tão<br />
óbvio, pelos problemas anteriormente apontados.<br />
A vantagem imediata <strong>da</strong> alternativa proposta por Lebeaux é a eliminação <strong>da</strong><br />
possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> refixação. Além disso, Valian (1988) argumenta que é preciso que to<strong>da</strong>s<br />
as opções paramétricas estejam disponíveis inicialmente para fins <strong>de</strong> parsing: se os<br />
parâmetros são inicialmente fixados num <strong>de</strong>terminado valor, seja ele o <strong>de</strong>fault ou não, o<br />
parser não conseguirá li<strong>da</strong>r com <strong>da</strong>dos potencialmente <strong>de</strong>sconfirmadores do valor<br />
escolhido inicialmente. O mo<strong>de</strong>lo proposto por Fodor (2001) para a fixação paramétrica<br />
(chamado STL, do inglês Structural Triggers Learner) também pressupõe acesso inicial a<br />
to<strong>da</strong>s as possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong><strong>da</strong>s pela GU para que se possa i<strong>de</strong>ntificar e selecionar, via<br />
parsing, os treelets 36 relevantes para ca<strong>da</strong> língua. 37 Exploraremos esse mo<strong>de</strong>lo com mais<br />
<strong>de</strong>talhe <strong>no</strong> capítulo 4.<br />
Tendo em vista a discussão feita até o momento, parece possível afirmar que<br />
existem valores <strong>de</strong>fault para alguns parâmetros, mas a idéia <strong>de</strong> uma pré-fixação <strong>de</strong>fault<br />
é bastante problemática, seja por abrir espaço para uma refixação para a qual nem<br />
sempre a criança terá evidência disponível, seja por questões <strong>de</strong> parsing.<br />
36<br />
Conforme ficará mais claro <strong>no</strong> capítulo 4, um treelet é, literalmente, um “pe<strong>da</strong>ço <strong>de</strong> árvore”, ou seja, um<br />
pe<strong>da</strong>ço <strong>de</strong> estrutura sintática.<br />
37<br />
Fodor (op. cit.) trabalha com mais <strong>de</strong> um STL, em versões <strong>de</strong>terminísticas e não-<strong>de</strong>terminísticas, tentando<br />
<strong>da</strong>r conta <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos <strong>de</strong> input ambíguos; ca<strong>da</strong> versão do STL tem estratégias diferentes para li<strong>da</strong>r com<br />
ambigüi<strong>da</strong><strong>de</strong>, mas ao me<strong>no</strong>s em algumas <strong>de</strong>las o parser <strong>de</strong>ve ser capaz <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar estruturas que não<br />
pertencem à gramática existente, processá-las e i<strong>de</strong>ntificar a(s) possível(is) gramática(s) que conseguirá(ão)<br />
<strong>da</strong>r conta dos <strong>da</strong>dos. Essa i<strong>de</strong>ntificação só é possível se todos os valores disponibilizados pela GU estiverem<br />
acessíveis. Esse é também o espírito <strong>da</strong> competição entre gramáticas proposta <strong>no</strong> mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> aprendizagem<br />
variacional <strong>de</strong> Yang (2004).<br />
44