310-320 - Universidade de Coimbra
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litteratura e (Arte<br />
A ¥0Z <strong>de</strong> sibylla<br />
Picaram-me os olhos<br />
Enquanto dormia,<br />
'Stou cega mas vejo<br />
Melhor do que via.<br />
O meu lindo noivo<br />
Com suas mãos bellas<br />
Caminha p'lo céo<br />
A apanhar estrellas. ..<br />
.Agora o 'stou vendo<br />
Em lindos jardins<br />
Com suas mãos bellas<br />
A apanhar jasmins...<br />
Lá anda o meu noivo<br />
Pelos areaes<br />
Com suas mãos bellas<br />
A apanhar coraes.<br />
Eis chega o meu noivo,<br />
Que, doido d'amores,<br />
Me offrece coraes,<br />
Estrellas e flores...<br />
De dia ou <strong>de</strong> noite<br />
P'ra mim sempre é dia...<br />
'Stou cega mas vejo<br />
Melhor do que via...<br />
(Do Rei Galaor.)<br />
EUGENIO DE CASTRO.<br />
Concursos para magistério<br />
secundário<br />
Concluiram-se hontem os trabalhos<br />
do concurso para o magisté<br />
rio secundário no lyceu d'esta ci<br />
da<strong>de</strong>. Ficaram approvados os seguintes<br />
candidatos:<br />
i." grupo (português e latim.)—<br />
Srs. Sílvio Pellico Lopes Ferreira<br />
Netto e Eduardo Silva.<br />
2. 0 grupo (português e francês)—<br />
Srs. Alberto Vidal, Carlos <strong>de</strong> Mesquita<br />
e Balthasar Teixeira.<br />
6.° grupo (physica e chymica) —<br />
Srs. José Augusto dos Santos<br />
e Alfredo Pereira Barreto Barbosa.<br />
Com um caracter in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />
saiu á publicida<strong>de</strong> em Braga um<br />
novo jornal, sob o título O Diário<br />
do Minho.<br />
Ao novo collega larga vida.<br />
O tribunal commercial resolveu,<br />
em sessão d'ante-hontem;—mandar<br />
ven<strong>de</strong>r as dívidas da falléncia <strong>de</strong><br />
Joaquim Noronha da Silveira, arbitrar<br />
em I3Í6OOO réis a remuneração<br />
ao administrador da massa,<br />
e mandar ven<strong>de</strong>r as fazendas e mo-<br />
Folhetim da «RESISTENCIA»<br />
ARSENE HOUSSAYE<br />
L U G I A<br />
Livro I<br />
I<br />
EM QUANTO PODE FICAR UM BOUQUET BARATO<br />
—Sessenta e três mil e quinhentos<br />
francos e um bouquet, disse, sorrindo,<br />
M. Eugène Marx, para provar<br />
que jogava a sangue frio.<br />
—Aposto o bouquet e os sessenta<br />
e três mi! e quinhentos francos,<br />
disse Gontran.<br />
—Não vás atraz do teu dinheiro,<br />
gritou-lhe uma jogadora.<br />
—Não é atraz do dinheiro que<br />
elle corre, é atraz do meu bouquet,<br />
disse mo<strong>de</strong>stamente ma<strong>de</strong>moiselle<br />
Lúcia.<br />
No espírito <strong>de</strong> Gontran passouse<br />
um terrível combate. Se elle<br />
per<strong>de</strong>sse, quem havia d'emprestarlhe<br />
nas vinte e quatro horas os<br />
cento e vinte mil francos perdidos ?<br />
A mãe já lhe havia dado todas as<br />
suas economias; a irmã, com o pretexto<br />
da compra duns quadros, tinha-lhe<br />
aberto o seu mealheiro.<br />
Não ha amigos que emprestem<br />
cento e vinte mil francos, sobre<br />
tudo entre jogadores...<br />
bília do negociante António José<br />
Garcia.<br />
Apreciou ainda, dando parecer<br />
favoravel, as theses propostas pela<br />
firma José Francisco da Cruz, Telles,<br />
na acção que a mesma firma<br />
move contra António Ignácio da<br />
Silva e mulher, <strong>de</strong> Trancoso.<br />
Segundo <strong>de</strong>spacho do sr. juiz <strong>de</strong><br />
direito, terám logar no dia 20 d'êste<br />
mês as arrematações para venda<br />
das dívidas activas <strong>de</strong> Noronha, e<br />
das fazendas e mobília <strong>de</strong> Garcia.<br />
DESASTRE<br />
O alumno do 2. 0 anno do Lyccu<br />
sr. José Augusto da Silva Teixeira,<br />
que na manhã <strong>de</strong> quinta feira<br />
esperava a hora d'entrada para a<br />
aula sentado no muro, bastante<br />
alto, que fica em frente dos Arcos<br />
do Jardim, teve a infelicida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
cair sobre a rua que dá passagem<br />
para o bairro <strong>de</strong> Santa Cruz, resultando-lhe<br />
fracturar o terço su-<br />
perior da perna esquerda e um<br />
grave ferimento no lábio inferior.<br />
Soccorreram-o os condiscípulos,<br />
que o conduziram ao hospital on<strong>de</strong><br />
foi pensado.<br />
Sentindo o <strong>de</strong>sastre soffrido pelo<br />
sympáthico estudante, enviamos a<br />
seu pae, o sr. Augusto da Silva<br />
Teixeira, a expressão do nosso pezar.<br />
O illustre professor <strong>de</strong> Medicina<br />
e exímio operador sr. dr. Sousa<br />
Refoios, fez hontem no hospital e<br />
em presença do curso do 5.° anno,<br />
a ovariotomia a Antónia Augusta<br />
Pires, solteira, <strong>de</strong> 34 annos, natu<br />
ral <strong>de</strong> Ton<strong>de</strong>lla.<br />
A <strong>de</strong>licada operação teve optimo<br />
resultado.<br />
Está nesta cida<strong>de</strong> o nosso prezado<br />
amigo sr. Arthur <strong>de</strong> Sousa<br />
Moreira, abastado capitalista resi<strong>de</strong>nte<br />
em Lisbôa.<br />
Eleição camarária<br />
A eleição da câmara municipal<br />
<strong>de</strong> Goes, realizada em 27 <strong>de</strong> fevereiro<br />
passado, <strong>de</strong>u resultado seguinte:<br />
EFFECTIVOS<br />
Manuel Nogueira Ramos, Francisco<br />
Pereira Pinto, Alfredo Elio<br />
Nogueira Dias, Joaquim Antunes<br />
Garcia Júnior, João Barata Lima,<br />
José Francisco Simões e Manuel<br />
Nunes Alves.<br />
SUBSTITUTOS<br />
António Dias Duarte, Joaquim<br />
Antunes dAlmeida, José Nunes<br />
d'Almeida, Manuel Rodrigues (do<br />
Manjão), Abílio Martins Adão, António<br />
Barata Correia (<strong>de</strong> Goes) e<br />
José Joaquim Barata.<br />
A música tocava sempre, mas<br />
ninguém dançava nem valsava; toda<br />
a gente viéra assistir a êste<br />
duello do bouquet. Gontran não<br />
mostrava o que sentia, sorrindo e<br />
meneando-se com graça para escon<strong>de</strong>r<br />
a commoção.<br />
O golpe fez-se esperar, mas o<br />
banqueiro ganhou ainda.<br />
Pôs as cartas sobre a mêsa, como<br />
quem estava já cançado.<br />
— Suppônho, disse Gontran, que<br />
não tem a pretensão <strong>de</strong> não continuar<br />
o jôgo.<br />
M. Eugène Marx olhou-o fixamente.<br />
— Suppônho que não terá a pretensão<br />
<strong>de</strong> continuar êste jôgo até<br />
romper o dia!<br />
— Pois bem! Dê-me o bouquet,<br />
disse o namorado.<br />
— Oh! Isso nunca! disse o banqueiro<br />
com um ar cavalheirêsco,<br />
para encobrir a alegria que tinha<br />
<strong>de</strong> ganhar cento e vinte oito mil<br />
francos.<br />
Todos se conservavam calados.<br />
— Pois bem! disse Gontran,<br />
topo a banca! Tem ainda sete ou<br />
oito cartas, vamos até ao fim.<br />
—Está bem! disse o banqueiro.<br />
Pegou nas cartas e voltou a dama<br />
<strong>de</strong> cópas.<br />
— Esta nunca me trahiu, disse<br />
elle.<br />
E, erguendo a cabeça para Gontran:<br />
—Quer retirar a parada ? Tenho<br />
a certêza <strong>de</strong> voltar uma dama.<br />
RESISTENCIA —# Domingo, 6 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1898<br />
Á câmara<br />
Ao cimo da viella, que era a antiga<br />
estrada <strong>de</strong> Lisbôa, do largo do<br />
Rocio á estrada actual, junto a uma<br />
proprieda<strong>de</strong> do sr. António Maria<br />
Antunes, está um tapume <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira<br />
a vedar, para uso exclusivo<br />
d'aquélle senhor, ou seu arrendatário,<br />
uma quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> terreno<br />
que pertence ao município.<br />
Visto por occasião do embargo<br />
que a câmara fez a uns muros, que<br />
alli se andavam construindo, <strong>de</strong>terminou-se<br />
que fôsse arrancado o tal<br />
tapume, para <strong>de</strong>ixar á livre utilização<br />
do público o espaço abusivamente<br />
occupado, mas a verda<strong>de</strong><br />
é que semelhante <strong>de</strong>terminação não<br />
foi respeitada, e que o tapume ainda<br />
lá se conserva.<br />
É <strong>de</strong>scuido ou esquecimento?<br />
Que a câmara se não sinta com<br />
forçaS bastantes para <strong>de</strong>mover o<br />
sr. Antunes a fazer <strong>de</strong>sapparecer<br />
o vergonhoso e immundo casebre<br />
do Caes, já não extranhamos, mas<br />
que a sua fraquêza vá até não po<strong>de</strong>r<br />
obrigá-lo á remoção do tapume,<br />
tratando-se <strong>de</strong> <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r uma<br />
pertença do município, é muito para<br />
consi<strong>de</strong>rar...<br />
Ahi fica accusado mais êste abuso.<br />
A' câmara pertence pôr-lhe<br />
termo, fazendo intimar os respectivo<br />
proprietário para, em prazo<br />
que lhe fixe, se <strong>de</strong>sapossar do que<br />
lhe não pertence.<br />
*<br />
É extraordináriamente sensível a<br />
falta d'água que estám soífrendo os<br />
habitantes <strong>de</strong> Cellas. Ha alli uma<br />
única fonte accessivel, que fornece<br />
pouquíssima, tendo valido-a nascente<br />
achada na cêrca do convento.<br />
Últimamente, porém a câmara mandou-a<br />
reparar, e essa obra que está<br />
parecendo a <strong>de</strong> Santa Engracia,<br />
é a causa <strong>de</strong>terminante da falta que<br />
a gente d'aquêlle logar vem sentindo,<br />
facto que pelo visto não pesa<br />
á nossa vereação a quem, no<br />
entanto pedimos as necessárias providências.<br />
Encetou o quarto anno da sua<br />
publicação o nosso intemerato collega<br />
O Pôvo da Figueira, orgão<br />
da commissão municipal repúblicana.<br />
Em lucta ha três annos contra<br />
todos os crimes da monarchia, sempre<br />
ao lado do seu partido com<br />
toda a sua- energia, <strong>de</strong>dicação e<br />
lealda<strong>de</strong>, O Pôvo da Figueira tornou-se<br />
crédor da gratidão do Partido<br />
Republicano e do país.<br />
Felicitâmo-lo, pois, vivamente, fazendo<br />
votos pelo seu futuro.<br />
A administração do concelho da<br />
Mealhada requisitou ao commissário<br />
<strong>de</strong> polícia d'aqui a captura <strong>de</strong><br />
— Pois então, volte a dama, disse<br />
o namorado.<br />
O banqueiro voltou um rei.<br />
— Os reis sám como as rainhas,<br />
disse Gontran, tentando uma graça<br />
política.<br />
O banqueiro gastou todas as<br />
cartas sem encontrar rei nem rainha.<br />
Deitou a última carta sobre a<br />
mêsa e respirou. Os espéctadores<br />
continham a respiração e olhavam<br />
uns para os outros.<br />
— Aposto pelo rei.<br />
— Aposto pela dama.<br />
Todos tinham palpite pela figura.<br />
A mêsa cobriu-se d'apostas.<br />
Gontran estava num supplício.<br />
A severa figura do pae passava-lhe<br />
pela vista; nem se atrevia a olhar<br />
para Lúcia, porque era ella que o<br />
lançava naquella ancieda<strong>de</strong>.<br />
— Gontran é um bom jogador,<br />
disse ma<strong>de</strong>moiselle Lúcia ao vizinho<br />
do lado; olhe, nem pestanejou.<br />
O vjzinho respon<strong>de</strong>u-lhe :<br />
— E que, se não sair o rei, terá<br />
sempre uma dama para se consolar.<br />
Tinham partido. O banqueiro<br />
pegou nas cartas e voltou a dama<br />
<strong>de</strong> paus.<br />
— Uma dama! gritaram <strong>de</strong> todos<br />
os lados. E accrescentaram:<br />
— Duzentos e cincoenta e seis<br />
mil francos!<br />
M. Eugène Marx pegou no bouquet<br />
e onereceu-o a Gontran.<br />
— Dou-lhe o bouquet.<br />
—Acceito, disse <strong>de</strong>s<strong>de</strong>nhosamen-<br />
José Francisco Carneiro, resi<strong>de</strong>nte<br />
no Sargento-Mór, sobre quem pesa<br />
grave accusação <strong>de</strong> ter dado ha<br />
dias umas bordoadas num indivíduo<br />
d'alli, <strong>de</strong>ixando-o em estado tal<br />
que morreu pouco <strong>de</strong>pois.<br />
Effectuaram a prisão uns guardas<br />
que hontem fôram áquelle logar<br />
e trouxeram o accusádo, que é remettído<br />
ámanhã para a Mealhada.<br />
Recebemos um exemplar do folheto<br />
publicado pelo sr. António<br />
Macieira, sob o título <strong>de</strong>—Uma<br />
execução.<br />
Agra<strong>de</strong>cemos.<br />
A agência do banco <strong>de</strong> Portugal<br />
está pagando, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> ante-hontem,<br />
aos accionistas do mesmo banco,<br />
o divi<strong>de</strong>ndo relativo ao 2. 0 semestre<br />
<strong>de</strong> 1897, na razão <strong>de</strong> 5 por<br />
cento.<br />
Tem últimamente apparecido<br />
nesta cida<strong>de</strong> alguns casos <strong>de</strong> gripe,<br />
felizmente sem gravida<strong>de</strong>.<br />
Joaquim Martins, carreiro, que<br />
hontem seguia ao lado do seu carro,<br />
em que levava material para a<br />
fabrica do gaz, caiu a<strong>de</strong>ante duma<br />
das rodas que lhe passou sobre a<br />
coxa direita.<br />
Conduzido ao hospital verificouse<br />
ter tido a felicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> soffrer<br />
apenas algumas contuzões.<br />
O cortador José Raposo, o Beira,<br />
preso na quarta feira por estar<br />
no mercado, em frente dos talhos,<br />
a provocar motins e a amesquinhar<br />
os empregados do novo fornecedor<br />
<strong>de</strong> carnes António Paschoal, respon<strong>de</strong>ndo<br />
inconvenientemente ás<br />
admoestações da polícia, passou<br />
para a ca<strong>de</strong>ia, com participação ao<br />
po<strong>de</strong>r judicial. Chamado ante-hontem<br />
a perguntas foi reprehendido<br />
e posto em liberda<strong>de</strong>, lavrando-se<br />
termo <strong>de</strong> residência.<br />
Morreu ante-hontem, víctima <strong>de</strong><br />
tuberculose, o sr. Joaquim Correia<br />
dAlmeida, empregado da câmara<br />
municipal no serviço do cemitério.<br />
Passou quinta-feira o anniversário<br />
da coroação <strong>de</strong> Leão XIII. Por<br />
êsse motivo tem havido Te-Deuns<br />
em todas as cathedraes do reino.<br />
O sr. Diogo Santos pediu o exclusivo<br />
da exploração <strong>de</strong> pesca por<br />
barcos a vapôr na bahia <strong>de</strong> Lourenço<br />
Marques.<br />
Decididamente as reformas e os<br />
exclusivos estám-nos a dar caracter<br />
...<br />
te Gontran, mas com a condição<br />
<strong>de</strong> lh'o- pagar.<br />
— Entãç! Então?! disse a dona<br />
da casa. Esses jógos mettem-me<br />
mêdo, façamos uma banca mo<strong>de</strong>sta<br />
e não perturbêmos a dança.<br />
Gontran tinha-se approximado<br />
do banqueiro.<br />
— On<strong>de</strong> mora?<br />
M. Eugène Marx <strong>de</strong>u-lhe um bilhete.<br />
— Muito bem! Antes do meio<br />
dia ir-lhe-ei levar os duzentos e cincoenta<br />
e seis mil francos.<br />
As mulheres estavam admiradas.<br />
— Que homem êste Gontran.<br />
Fôram felicitar Lúcia; mas felicitaram<br />
muito mais o que tinha<br />
ganho.<br />
— Olha lá! gritou-lhe a que estava<br />
interessada num franco, sabes<br />
que meta<strong>de</strong> é minha.<br />
— Olha lá, disse-lhe outra, sabes<br />
que fui eu que te <strong>de</strong>i sorte? Vê<br />
êste fetiche.<br />
E mostrava-lhe uma pequena<br />
mão <strong>de</strong> coral.<br />
— E eu, disse Córa, mostrandolhe<br />
a mão.<br />
— Ouve! gritou uma quarta,<br />
<strong>de</strong>ves-me agra<strong>de</strong>cer o não ter eu<br />
feito banca.<br />
Numa palavra, se M.Eugène Marx<br />
as fôsse a atten<strong>de</strong>r a todas ficaria<br />
sem nada do dinheiro que tinha ganho.<br />
Gontran approximou-se <strong>de</strong> Lúcia.<br />
— Vens ?<br />
•MM JÁ !<br />
AGRADECIMENTO<br />
Joaquim Augusto <strong>de</strong> Carvalho e<br />
Santos agra<strong>de</strong>ce por êste meio, em<br />
quanto o não pô<strong>de</strong> fazer pessoalmente,<br />
a todas as pessoas que se<br />
interessaram pela sua saú<strong>de</strong>, e que<br />
felizmente vê quasi restabelecida.<br />
A todas o seu reconhecimento.<br />
Declaração <strong>de</strong> um médico<br />
E' a vigésima-segunda cura que faço <strong>de</strong><br />
enfermida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> estômago e intestinos,<br />
com muita felicida<strong>de</strong> na minha clínica,<br />
empregando as pílulas anti-dyspecticas<br />
do dr. Heinzelmann, e estou convencidíssimo<br />
que qualquer pessoa po<strong>de</strong>rá empregar<br />
essas pílulas, por não conterem substâncias<br />
nocivas e para segurança da sua<br />
efficácia nas enfermida<strong>de</strong>s dos intestinos.<br />
(a) Dr. Juan Lauro Martinej.<br />
(Assignatura reconhecida).<br />
Frasco, 600 réis. Em <strong>Coimbra</strong>: pharmácia<br />
Nazareth.<br />
Liga das Associações <strong>de</strong> Soccórros<br />
Mútuos <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, para<br />
o estabelecimento <strong>de</strong> pharmácias<br />
AVISO<br />
Por or<strong>de</strong>m do Ex. m0 Sr. Presi<strong>de</strong>nte<br />
sam convidados os senhores<br />
que fazem parte da assembleia<br />
geral da mesma Liga, a reunir no<br />
dia 7 do próximo mês <strong>de</strong> março,<br />
pelas 7 horas da noite, na sala da<br />
Associação dos Artistas.<br />
Or<strong>de</strong>m dos trabalhos—Discussão<br />
do regulamento interno.<br />
<strong>Coimbra</strong>, 25 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong><br />
1898.<br />
O Secretário d'Assembleia Geral,<br />
Jorge da Silveira ÇMoraes.<br />
Associação <strong>de</strong> Soccórros Mútuos dos<br />
Artistas <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong><br />
AVISO<br />
A direcção da Associação dos<br />
Artistas <strong>de</strong>' <strong>Coimbra</strong>, faz público,<br />
que estám patentes, na sala da<br />
mesma associação, por espaço <strong>de</strong><br />
i5 dias a contar <strong>de</strong> hôje, das 7 ás<br />
9 horas da noite, o relatório e contas<br />
da direcção e respectivo parecer<br />
do conselho fiscal, relativos ao<br />
anno <strong>de</strong> 1897.<br />
<strong>Coimbra</strong>, 5 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1898.<br />
O presi<strong>de</strong>nte, Jorge da Silveira<br />
Moraes.<br />
Vinagreiras<br />
Ven<strong>de</strong>m-se duas, cada uma das<br />
quaes leva 40 a 48 almu<strong>de</strong>s, tendo<br />
cada uma mais <strong>de</strong> 6 almu<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
sarra <strong>de</strong> vinagre, bem como 3 pias<br />
<strong>de</strong> pedra para azeite, em bom estado<br />
<strong>de</strong> conservação, para vér e<br />
tractar com Alípio Léite, ou na<br />
rua do Viscon<strong>de</strong> da Luz, 60.<br />
— Sam quatro horas.<br />
— Não. Quero dançar!<br />
Elle <strong>de</strong>u-lhe o bouquet.<br />
— Ah! Obrigada.<br />
E a actriz olhou para o pé do<br />
ramo, como se <strong>de</strong>vesse encontrar<br />
nêlle uma nota <strong>de</strong> banco. Tinha<br />
ainda o papel primitivo.<br />
— Queres dançar comigo, Gontran<br />
?<br />
— Não! Sabes muito bem que<br />
eu não danço. Sabes que perdi e<br />
que tenho <strong>de</strong> ír para casa.<br />
— Bem! Então a<strong>de</strong>us!<br />
Gontran levou a mão ao coração.<br />
— A<strong>de</strong>us ! suspirou elle.<br />
Lúcia agarrou-se ao primeiro que<br />
passou e pôs-se a dançar <strong>de</strong> coração<br />
leve.<br />
Gontran não podia arrancar-se<br />
d'alli. Olhava para Lúcia com furor.<br />
Lúcia teve remorsos e voltou a ter<br />
com elle, sem se importar com o<br />
par.<br />
— Gontransinho, faz uma cara<br />
bonita a tua bichinha branca. Foste<br />
muito gentil jogando sobre o meu<br />
bouquet; mas tinhas andado melhor,<br />
se me tivesses dado todo o<br />
dinheiro que per<strong>de</strong>ste.<br />
Gontran que começára a amansar,<br />
indignou-se e repelliu a mão<br />
<strong>de</strong> Lúcia.<br />
— Vá, vá, disse com modos carinhosos,<br />
disse uma tolice. Tu bem<br />
sabes que eu te adoro. Foi bonito<br />
o que fizeste ha bocado!<br />
(Continua),