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NT - Crimes de tortura - 24 09 09 - Câmara dos Deputados

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CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ COM REDAÇÃO FINAL<br />

Nome: Conjunta - Direitos Humanos / Legislação Participativa<br />

Número: 1599/<strong>09</strong> Data: <strong>24</strong>/<strong>09</strong>/20<strong>09</strong><br />

A discussão proposta pelo Fábio tem a ver com o art. 1º, § 1º, da Lei nº 6.683,<br />

quando então eu era um misto <strong>de</strong> advogado <strong>de</strong> persegui<strong>dos</strong> políticos e Deputado<br />

Fe<strong>de</strong>ral mais votado do centro para a esquerda no Rio <strong>de</strong> Janeiro.<br />

Nessa condição, tive muitas experiências, mas <strong>de</strong>staco duas, pela sua<br />

importância: ter sido advogado <strong>de</strong> persegui<strong>dos</strong> políticos — segundo os<br />

companheiros, o que mais <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u gente do Oiapoque ao Chuí — e Deputado<br />

Fe<strong>de</strong>ral no momento em que se discutia nesta Casa a anistia política. Por quê?<br />

Porque o povo e os estudantes reclamavam nas ruas, por toda parte, <strong>de</strong> tal modo<br />

que a ditadura entrou em <strong>de</strong>clínio e, tendo entrado em <strong>de</strong>clínio, enten<strong>de</strong>u que a<br />

única forma <strong>de</strong> salvar... Cumprimento meu querido companheiro Chico Alencar, do<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro, batalhador e vítima, testemunha e vítima do período, embora seja<br />

muito jovem. Portanto, se o que eu disser aqui merecer alguma correção, peço ao<br />

Chico, ao Jarbas e a qualquer <strong>dos</strong> presentes que me corrijam, me aju<strong>de</strong>m a<br />

restabelecer a verda<strong>de</strong>.<br />

Àquela altura, por gran<strong>de</strong>s tensões, o nossos partido, que seria o partido do<br />

“sim”, virou um partido <strong>de</strong> oposição e disse “não” — havia o partido do “sim”, o MDB,<br />

e o partido do “sim, senhor”, a Arena. E, ao dizer “não”, o MDB começou a lutar<br />

contra a ditadura, sobretudo quando ficou claro, a partir da eleição <strong>de</strong> 1974, e <strong>de</strong>pois<br />

na <strong>de</strong> 1978, que o povo brasileiro não queria a ditadura, na medida em que tivemos<br />

quase 5 milhões <strong>de</strong> votos a mais. Mesmo assim a nossa bancada era sempre<br />

minoritária, <strong>de</strong>vido a vários artifícios, e vejam bem quais eram os artifícios legais,<br />

não só pelo bionismo, pelos biônicos, pela <strong>de</strong>sproporcionalida<strong>de</strong> marcante do<br />

processo eleitoral, em que alguns Esta<strong>dos</strong> que eram da ditadura podiam eleger um<br />

Senador ou um Deputado com votação mínima, enquanto que o partido do “não”, o<br />

MDB, exigia-se, pela <strong>de</strong>sproporcionalida<strong>de</strong> estadual, uma votação extremamente<br />

maior. Nós éramos maioria, mas éramos minimiza<strong>dos</strong> aqui pelos artifícios da<br />

ditadura. Já havia o grito das ruas, e até o Papa chegou a fazer pronunciamento a<br />

respeito <strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> país católico do mundo “que <strong>tortura</strong> e mata, é preciso parar<br />

com isso”. O Papa nunca dá um recado como esse, mas <strong>de</strong>u! Além disso, por<br />

exemplo, eu recebia <strong>de</strong> retorno informações que falavam sobre fatos concretos,<br />

alguns <strong>dos</strong> quais eu quero mencionar; enviava, por exemplo, a pedido <strong>de</strong> um jornal<br />

universitário <strong>dos</strong> Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong>, ou da Europa, ele retornava sem o corte <strong>de</strong> uma<br />

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