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O desenvolvimento, na primeira metade do século XX, da ... - Unesp

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famosa participação <strong>na</strong> Conferência de Paz de Haia, em 1907, sen<strong>do</strong> representa<strong>do</strong> por Rui<br />

Barbosa. O “progresso” <strong>da</strong> República podia ser verifica<strong>do</strong> em diversos setores <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de, e<br />

para divulgá-lo, o Governo Federal promoveu a Exposição Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l <strong>do</strong> Rio de Janeiro, em<br />

comemoração à Abertura <strong>do</strong>s Portos (BASTOS; SILVA, 1983:229).<br />

Quase duas déca<strong>da</strong>s <strong>da</strong> publicação de A música no Brasil surge, em 1926, o trabalho de<br />

Re<strong>na</strong>to Almei<strong>da</strong>, História <strong>da</strong> Música Brasileira, O pode ser considera<strong>do</strong> como o principal porta-<br />

voz <strong>da</strong> tendência estético-ideológica <strong>do</strong> movimento modernista. “Re<strong>na</strong>to Almei<strong>da</strong> [...] foi um <strong>do</strong>s<br />

principais defensores <strong>da</strong> tendência <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l-modernista <strong>na</strong> música brasileira durante os anos<br />

vinte e trinta” (PEREIRA, 1995:38).<br />

O livro de Almei<strong>da</strong> teve duas edições, a <strong>primeira</strong>, como se disse, publica<strong>da</strong> em 1926, foi<br />

considera<strong>da</strong> pelo autor um livro “impressionista” (MARIZ, 1983:96). Sua segun<strong>da</strong> edição,<br />

corrigi<strong>da</strong> e aumenta<strong>da</strong>, publica<strong>da</strong> em 1942, obteve repercussões positivas <strong>na</strong> crítica especializa<strong>da</strong>,<br />

tor<strong>na</strong>n<strong>do</strong>-se, segun<strong>do</strong> Mário de Andrade, “... o livro base que nos faltava, ponto indispensável de<br />

parti<strong>da</strong> para os estu<strong>do</strong>s e ensaios de caráter monográfico, que agora tem onde se estribar”<br />

(ANDRADE, 1963:354).<br />

Tal escolha recebeu o apoio de Mário de Andrade pelo fato <strong>do</strong> autor “... ter <strong>da</strong><strong>do</strong> à nossa<br />

música popular importância igual a que deu para a música erudita” (ANDRADE, 1963:354). A<br />

justificativa de Almei<strong>da</strong> para tal escolha é o fato de o autor constatar então que a música<br />

brasileira deveria ser estu<strong>da</strong><strong>da</strong> em suas “origens” (MARIZ, 1983:96).<br />

Essa igual<strong>da</strong>de <strong>da</strong> música popular frente à erudita corresponde à ideologia <strong>do</strong> movimento<br />

modernista, a partir <strong>da</strong> qual era preciso <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lizar a música brasileira “... pela regra eter<strong>na</strong> de<br />

transpor eruditamente a obra anônima <strong>do</strong> povo” (ANDRADE, 1963:354).<br />

Assim, o que temos aponta<strong>do</strong> é que, conforme vários autores, grande parte <strong>da</strong> pesquisa<br />

histórico-musical pratica<strong>da</strong> ao longo <strong>do</strong> <strong>século</strong> <strong>XX</strong> no Brasil vinculou-se, conforme apontou<br />

Avelino Pereira, a uma ideologia <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lista e elegeu como uma de suas metas a criação uma<br />

história “oficial” <strong>da</strong> música brasileira. Esta se prestaria, em primeiro lugar, a decifrar os fatos e<br />

elementos latentes de <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>li<strong>da</strong>de “brasileira”, e em segun<strong>do</strong> lugar, indicar os caminhos<br />

estéticos “modernos” aos novos compositores (PEREIRA, 1995:10).<br />

A tendência <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lista de afirmação de uma música <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l parece trazer consigo o<br />

desejo de se determi<strong>na</strong>r precisamente a suposta origem desta música, bem como seus cria<strong>do</strong>res,<br />

seu <strong>desenvolvimento</strong> etc, o que acaba inevitavelmente por apresentar, além <strong>da</strong>s biografias de<br />

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