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O desenvolvimento, na primeira metade do século XX, da ... - Unesp

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Introdução:<br />

O objeto deste trabalho é a historiografia, produzi<strong>da</strong> <strong>na</strong> <strong>primeira</strong> <strong>metade</strong> <strong>do</strong> <strong>século</strong> <strong>XX</strong>,<br />

que versou sobre a prática musical em São Paulo entre os <strong>século</strong>s XVI e XIX. Entendemos por<br />

historiografia a produção em história e as idéias relacio<strong>na</strong><strong>da</strong>s a ela, cujo estu<strong>do</strong> aponta para a<br />

tentativa de se compreender as maneiras de se conceber o conhecimento histórico de determi<strong>na</strong><strong>do</strong><br />

perío<strong>do</strong> (FURAY; SALEVOURIS, 1988:233).<br />

A ativi<strong>da</strong>de musical em São Paulo não foi um objeto de pesquisas sistemáticas durante a<br />

<strong>primeira</strong> <strong>metade</strong> <strong>do</strong> <strong>século</strong> <strong>XX</strong>, e assim, é pequeno o número de trabalhos que compõem a<br />

historiografia <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> em questão. A ausência de organização <strong>da</strong> pesquisa histórico-musical<br />

sistemática no Brasil em geral e os problemas <strong>da</strong> própria concepção <strong>da</strong> musicologia em nosso<br />

país enquanto discipli<strong>na</strong> <strong>do</strong> conhecimento determi<strong>na</strong>ram a criação de biografias e trabalhos<br />

históricos de caráter literário os quais envere<strong>da</strong>ram para o elogio e para a mera apresentação de<br />

fatos biográficos que permaneceram desarticula<strong>do</strong>s de seu contexto geral (OLIVEIRA, 1992:3-<br />

4). Outro problema enfrenta<strong>do</strong> pelos estudiosos <strong>da</strong> música brasileira em geral tem si<strong>do</strong> o<br />

desconhecimento, i<strong>na</strong>cessibili<strong>da</strong>de e desorganização de arquivos de <strong>do</strong>cumentos históricos<br />

musicais (DUPRAT, 1972:101-102), (OLIVEIRA, 1992:4).<br />

No entanto, é preciso lembrar que mesmo os estu<strong>do</strong>s históricos sistemáticos no Brasil não<br />

tiveram maior impulso crítico senão antes de 1930, com a produção <strong>da</strong> academia ofuscan<strong>do</strong> os<br />

antigos Institutos Históricos (MESGRAVIS, 1998:39). Além disso, conforme afirmou José<br />

Ribeiro <strong>do</strong> Amaral Lapa:<br />

“... os estu<strong>do</strong>s sobre as obras de História e sua significação foram, durante muito<br />

tempo no Brasil, competência <strong>do</strong>s cultores de Literatura. Explica-se tal<br />

ocorrência, uma vez que a História era considera<strong>da</strong> simplesmente um gênero<br />

literário” (LAPA, 1985:49).<br />

Apesar disso, conforme apontou Antonio Alexandre Bispo, acreditava-se estar <strong>na</strong> fase<br />

inicial <strong>da</strong> musicologia no Brasil, e havia razões para se crer neste fato:<br />

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