1 INTRODUÇÃO - Repositórios Digitais da UFSC
1 INTRODUÇÃO - Repositórios Digitais da UFSC
1 INTRODUÇÃO - Repositórios Digitais da UFSC
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Só a partir <strong>da</strong> metade <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 90, com uma relativa estabilização <strong>da</strong> economia<br />
brasileira, é que as questões sociais vieram à tona. 8 É neste período que também o<br />
bibliotecário assume, diante <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de, o discurso que auto-afirma uma postura mais social,<br />
relacionando o acesso à informação com o exercício <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia. A técnica, antes único<br />
objeto de seu trabalho, começa a ser vista como mais um meio para servir a socie<strong>da</strong>de. Esta<br />
postura é mais social no sentido de promover a ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia através <strong>da</strong> informação – que também<br />
é o papel <strong>da</strong> sua instituição, a biblioteca. É também a partir de então que começa a surgir a<br />
preocupação com a imagem do bibliotecário, até então, visto pela socie<strong>da</strong>de com pouco valor,<br />
pouco mais que um guar<strong>da</strong>dor de livros. Porém, muito ain<strong>da</strong> se tem para fazer neste sentido,<br />
para que o bibliotecário exerça plenamente seu papel social.<br />
Por ser um profissional cujo produto do trabalho é a informação sobre os documentos e<br />
seus conteúdos, seu valor social é significante, pois, segundo Araújo (1989 apud Araújo e<br />
Freire 1999) “a informação é a mais poderosa arma de transformação do homem. O poder <strong>da</strong><br />
informação, aliado aos meios de comunicação de massa, tem capaci<strong>da</strong>de ilimita<strong>da</strong> de<br />
transformar culturalmente o homem, a socie<strong>da</strong>de e a própria humani<strong>da</strong>de como um todo”.<br />
Por ser ela – a informação, seus documentos e seus conteúdos – o produto do trabalho<br />
do bibliotecário, é que a atuação deste profissional está relaciona<strong>da</strong> com o exercício e com a<br />
concretização <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia, pois este elemento informacional pode libertar ao transformar<br />
conceitos e compreensões.<br />
A respeito <strong>da</strong> conscientização do próprio profissional bibliotecário sobre seu valor<br />
social, Targino (1991) lembra que ele deve agir como difusor do conhecimento, de onde<br />
advém seu potencial como autor de mu<strong>da</strong>nças sociais. Assumindo esta postura o bibliotecário<br />
estará incorporando à informação a dinamici<strong>da</strong>de e a fluidez que permite a construção do<br />
conhecimento que é base para a formação de sujeitos críticos.<br />
8 Em geral, processos de ajuste <strong>da</strong> economia costumam estar vinculados à piora nas condições sociais <strong>da</strong> população. A<br />
déca<strong>da</strong> de 90 foi um período de ajuste econômico bem sucedido às custas <strong>da</strong> área social. A inflação que assolava o país<br />
nos anos anteriores, então controla<strong>da</strong>, não podia mais levar a responsabili<strong>da</strong>de pela situação caótica de segmentos<br />
como <strong>da</strong> saúde e <strong>da</strong> educação.<br />
25