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1 INTRODUÇÃO - Repositórios Digitais da UFSC

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3.2 O Sujeito Coletivo<br />

A base <strong>da</strong> presente discussão teórica tem sido as interações sociais, ou, as práticas<br />

sociais efetua<strong>da</strong>s pelos sujeitos <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de. Por isso, pretende-se, neste item, discorrer mais<br />

especificamente sobre este sujeito e suas práticas, uma vez que a socie<strong>da</strong>de não é forma<strong>da</strong><br />

apenas pela união de indivíduos, mas por convívio entre si e com o ambiente.<br />

O sujeito <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de não sobrevive isola<strong>da</strong>mente, ele interage com o entorno –<br />

horizontalmente quanto profere discursos e desenvolve práticas específicas com sujeitos<br />

próximos de sua situação profissional e social, mas tem interações também verticais quando<br />

elas se dão com sujeitos que apresentam discursos e práticas diferentes <strong>da</strong>s suas. Esta<br />

interação, este contato com o entorno dá a ele as possibili<strong>da</strong>des necessárias para seu<br />

desenvolvimento enquanto ser social. Isto quer dizer que ao interagir com outros sujeitos e<br />

com as agências formadoras desta instância maior, este sujeito está criando vínculos que lhe<br />

<strong>da</strong>rão as condições mínimas para a sobrevivência, como condição de se alimentar, de ter<br />

acesso à instrução, de se comunicar, etc. Berger e Luckmann (1978) sugerem que o homem,<br />

animal racional, tende instintivamente, a se organizar e a partir dessa organização,<br />

desenvolver suas ativi<strong>da</strong>des, por isso, além de se relacionar com um ambiente natural, nato,<br />

relaciona-se também com um ambiente cultural e social que lhe é mediatizado, justamente<br />

através <strong>da</strong> interação. Assim, não apenas a sobrevivência do ser humano<br />

depende de certos dispositivos sociais, mas a direção de seu<br />

desenvolvimento orgânico é socialmente determina<strong>da</strong>. Desde o momento do<br />

nascimento, o desenvolvimento orgânico do homem, e na ver<strong>da</strong>de grande<br />

parte do seu biológico enquanto tal está submetido a uma contínua<br />

interferência socialmente determina<strong>da</strong>. (BERGER e LUCKMANN, 1978, p.<br />

71)<br />

Com vistas na exposição acima, um sujeito é ímpar no sentido <strong>da</strong> individuali<strong>da</strong>de, mas<br />

passa a ser/viver coletivo em função do meio em que se relaciona. Por isso, também para<br />

Moscovici (2001, p. 49), “o indivíduo sofre a pressão <strong>da</strong>s representações dominantes na<br />

socie<strong>da</strong>de e é nesse meio que pensa ou exprime seus sentimentos.”<br />

47

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