Ed.03 - A prática do Serviço Social no Morhan
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que desse a base para a acumulação industrial.<br />
Com a ascensão de Vargas ao poder em 1930 aumentam as<br />
reivindicações e o presidente concebe a CLT em 1943 com a contrapartida<br />
da subordinação sindical ao aparelho estatal. Assim, o<br />
trabalha<strong>do</strong>r tinha que escolher entre obter os benefícios <strong>no</strong> sindicato<br />
de Vargas ou se manter <strong>no</strong> sindicato autô<strong>no</strong>mo gozan<strong>do</strong> de<br />
benefícios a parte. Antunes (2004) completa:<br />
(...) A CLT é por um la<strong>do</strong> resulta<strong>do</strong> das lutas e das pressões<br />
sociais que o varguismo não reconhece, ele incorpora<br />
essas reivindicações e afirma estar se antecipan<strong>do</strong> aos trabalha<strong>do</strong>res,<br />
quebran<strong>do</strong> o sindicato classista. O trabalhismo<br />
varguista não é expressão autêntica das reivindicações <strong>do</strong><br />
trabalho, é um projeto de controle das classes trabalha<strong>do</strong>ras.<br />
Mas é uma arquitetura burguesa bem construída, que<br />
percebia que não seria possível nem um projeto de nação,<br />
nem um projeto de Esta<strong>do</strong>, nem um projeto urba<strong>no</strong>-industrial<br />
para o Brasil que não 0tivesse de algum mo<strong>do</strong> a participação<br />
<strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res. (ANTUNES, 2004, p.18)<br />
Ainda <strong>no</strong> gover<strong>no</strong> Getulista, destaca-se a criação da Legião<br />
Brasileira de Assistência (LBA) pela então primeira-dama, Darcy<br />
Vargas. A LBA tinha como propósito ajudar aos combatentes <strong>do</strong><br />
nazi - fascismo conforme os termos de Sposati:<br />
(...) quan<strong>do</strong> Darcy Vargas, a esposa <strong>do</strong> presidente, reúne<br />
as senhoras da sociedade para acarinhar pracinhas brasileiros<br />
da FEB - Força Expedicionária Brasileira - combatentes<br />
da II Guerra Mundial, com cigarros e chocolates e instala<br />
a Legião Brasileira de Assistência – LBA. A idéia da legião<br />
era a de um corpo de luta em campo, ação. (SPOSATI,<br />
2005,p.19)<br />
Após a guerra, as mulheres <strong>do</strong>s ex-pracinhas e seus filhos foram<br />
alvos privilegia<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s serviços da LBA, que em 1942, passa a ser<br />
uma sociedade civil de finalidades não econômicas. Nos dizeres de<br />
Sposati,<br />
(...) Aqui a assistência social como ação social é ato de<br />
vontade e não direito de cidadania <strong>do</strong> apoio às famílias <strong>do</strong>s<br />
pracinhas, ela vai estender sua ação às famílias da grande<br />
massa não previdenciária. Passa a atender as famílias<br />
quan<strong>do</strong> da ocorrência de calamidades, trazen<strong>do</strong> o vínculo<br />
emergencial à assistência social. (SPOSATI, 2005,p.20)<br />
A <strong>prática</strong> <strong>do</strong> <strong>Serviço</strong> <strong>Social</strong> <strong>no</strong> <strong>Morhan</strong><br />
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