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Ed.03 - A prática do Serviço Social no Morhan

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86 Cader<strong>no</strong>s <strong>do</strong> <strong>Morhan</strong><br />

A morte social é aquela que eu sofri quan<strong>do</strong> jovem<br />

ainda, é aquela onde eu perdi a possibilidade de estudar,<br />

não pude mais estar junto <strong>do</strong> convívio com a minha<br />

família, junto da sociedade, participar em todas as coisas<br />

como qualquer outro ser huma<strong>no</strong> livre como um pássaro.<br />

(Mora<strong>do</strong>r 1)<br />

Desse mo<strong>do</strong>, o entendimento de que a manutenção das carências<br />

e conflitos sociais também se dá pela manutenção <strong>do</strong>s excluí<strong>do</strong>s,<br />

é de fundamental importância para o estabelecimento de uma<br />

relação de causalidade. Onde, segun<strong>do</strong> Silva (2001) esses excluí<strong>do</strong>s<br />

são: o inconsciente social, to<strong>do</strong>s os ruí<strong>do</strong>s da comunicação <strong>no</strong><br />

processo da evolução social, corporifican<strong>do</strong>-se na vida <strong>do</strong> excluí<strong>do</strong>,<br />

não poden<strong>do</strong> este progresso passar por outro caminho, que não a<br />

re-inserção social destes.<br />

Santos afirma que morte social seria:<br />

A mudança radical de identidade – mudança de formas<br />

de sociabilidade – após a pessoa ter assumi<strong>do</strong> a<br />

condição de <strong>do</strong>ente – ainda pode, contu<strong>do</strong>, persistir em<br />

meio à sociedade enquanto houver a discriminação contra<br />

o <strong>do</strong>ente. Este teria que viver, então, fecha<strong>do</strong> entre<br />

‘os muros altos e instransponíveis <strong>do</strong> me<strong>do</strong>, da ig<strong>no</strong>rância<br />

e <strong>do</strong> preconceito’ construí<strong>do</strong>s pela sociedade mal<br />

informada. (SANTOS, 1984 p.24)<br />

Sob a orientação <strong>do</strong> cenário descrito anteriormente e <strong>no</strong>s depoimentos<br />

aqui expostos, sobretu<strong>do</strong> nas respostas <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s<br />

à pergunta (o que é para você morte social?), de mo<strong>do</strong> bem amplo,<br />

pode-se dizer que há duas grandes formas de morte social, uma<br />

que aqui vou chamar de morte social endógena, ou seja, <strong>do</strong> sujeito<br />

para o próprio sujeito e a outra exógena, isto é, da sociedade para<br />

com o sujeito.<br />

Morte social é quan<strong>do</strong> a própria pessoa ela não espera<br />

mais nada, ela não quer mais nada da vida, ela vive porque<br />

respira, porque fala, faz questão de estar isolada, faz<br />

questão de não se interessar por absolutamente nada,<br />

isso pra mim é morte social, é tá alheio a tu<strong>do</strong>, alheio às<br />

mudanças sejam elas melhores ou piores, mas é ta totalmente<br />

alheio ao seu meio. (Assistente <strong>Social</strong> 1)

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