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“tamanhos” diferentes de conjuntos infinitos. A conclusão a que Cartor chegou foi que os<br />
conjuntos infinitos podem possuir potências diferentes. Em 1883, no mesmo ano em que<br />
morria Karl Marx, Cantor publicou a primeira versão dos números transfinitos, sob o título<br />
Grundlagen einer allgemeinen Mannigfaltikeitslehre. Vilela escreve:<br />
“Cantor admite ser conhecido o significado de potência de conjuntos quando inicia<br />
o artigo de 1883, definindo o “infinito atual”, conceito que merece longas<br />
discussões nesse texto. Ele define na primeira seção do artigo o infinito impróprio,<br />
ou infinito atual, que significa considerar o infinito como um todo ao lado da noção<br />
de infinito próprio, comumente aceita” (VILELA, 1995: 55).<br />
A autora ainda escreve: “... a primeira forma se apresenta como um infinito variável [o<br />
infinito potencial] e a segunda como um infinito absolutamente determinado [o infinito atual]<br />
(Cantor, 1883, s 1 p. 70, apud VILELA, 1995: 55).<br />
Felix Klein afirma o seguinte:<br />
Teorema sobre a função exponencial<br />
À primeira vista, parece natural considerar que a potência do conjunto dos números<br />
naturais é menor do que a potência de todos os números racionais. Esta última, por<br />
sua vez, parece ser menor do que a potência de todos os números algébricos. E, por<br />
fim, a potência de todos os números algébricos parece ser menor do que a potência<br />
de todos os números reais, pois, cada um desses conjuntos surge do anterior por<br />
meio do acréscimo de novos elementos. Contudo, na realidade, esta conclusão é<br />
falsa, embora, em se tratando de conjuntos finitos, qualquer conjunto tem potência<br />
maior do que qualquer uma de suas partes, esta propriedade não se aplica a<br />
conjuntos infinitos (KLEIN, 1987: 356).<br />
Na equação e β = b, os números b e β não podem ser algébricos ao mesmo tempo, exceto o<br />
caso trivial β = 0, b = 1. Em outras palavras, a função exponencial do número algébrico β e o<br />
logaritmo natural do número algébrico b, exceção feita ao caso trivial supra mencionado, são<br />
números transcendentais. Como caso particular, na equação e iπ = -1, π é um número<br />
transcendental. Felix Klein comenta que incrível que o gráfico da função y = e x , no conjunto<br />
(0 < x < ∞), apesar de representar uma curva contínua, não contenha sequer um número<br />
algébrico.<br />
Sétimo Problema de Hilbert (1900)<br />
Para um número algérbrico a ≠0 e 1, b um número algébrico irracional, mostrar que o número<br />
a b é transcendente. Este teorema foi demonstrado em 1934, pelo matemático soviético,<br />
Aleksander Gelfond; e logo, em seguida, demonstrado também pelo matemático alemão<br />
Schneider. Como todo número que seja raiz quadrada de um número primo é algébrico<br />
irracional, e existem infinitos números primos,então a função y = a x , onde a a ≠0 e 1, x um<br />
número irracional algébrico fornece um conjunto de infinitos números transcendentes.<br />
Já dissemos como Galileu se preocupou com a questão do infinito, em cogitando sobre alguns<br />
conjuntos numéricos. Outro aspecto do infinito presente nos trabalhos de Galileu, e em toda a<br />
ciência clássica moderna foi notado por Boris Kouznetsov.