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3<br />
propriedade paradoxal: α±β = α! Agora, a aporia do “estádio” mostrou que 2α = α!<br />
(KOUZNETZOV, 1974: 60).<br />
Eli Maor ressalta a ausência de uma notação algébrica adequada e o desconhecimento da<br />
operação de passagem ao limite como obstáculos intransponíveis para os gregos antigos<br />
conceber adequadamente os processos que envolviam o infinito.<br />
Entretanto, sem um bom sistema de notação – uma álgebra no sentido moderno da<br />
palavra – os gregos ficaram privados de sua mais vantagem: a capacidade de<br />
exprimir de modo conciso as relações entre quantidades variáveis. E isso inclui o<br />
conceito de infinito. Por não ser um verdadeiro número, não podemos lidar com o<br />
infinito num sentido puramente numérico. Além disso, o processo de passagem ao<br />
limite, para encontrar o valor várias formas indeterminadas também exige<br />
manipulações algébricas (MAORI, 2004:67-8).<br />
3. As Considerações de Aristóteles e de Outros Pensadores sobre o Infinito<br />
Em Physics, III, iv, p. 217-9, Aristóteles escreve que os pitagóricos e Platão consideraram o<br />
ilimitado ou indeterminado com existência própria, não como um acidente de algo mais. E<br />
que os pitagóricos chegaram a considerar o infinito (ilimitado, indeterminado) cognoscível<br />
pelos sentidos, pois eles não separavam os números das coisas. Os pitagóricos consideravam<br />
que o ilimitado se encontra além do ceu. Platão, pelo contrário, asseverava que nenhum corpo<br />
material estaria além do ceu. No tocante aos números inteiros, os pitagóricos identificaram o<br />
“indeterminado” com os números pares e o “determinado” com os números ímpares. Pois, a<br />
série dos números ímpares, começando com a unidade e terminado em 2n – 1 é igual a n 2 .<br />
Enquanto a série dos números, começando com dois e terminando em 2n é indeterminada.<br />
Aristóteles escreveu em Physics, III, iv, 1993: 223), que tudo é determinado por algum<br />
princípio ou é o próprio princípio, e que o indeterminado não pode ser determinado, não<br />
podendo, portanto, depender de algo como princípio. Além disso, não pode ter começo ou fim<br />
em sua existência, pois tudo que surge deve ter um fim. Comentando sobre as concepções de<br />
alguns filósofos pré-socráticos sobre o infinito, Aristóteles escreve que a crença na existência<br />
de algo “ilimitado” parece se apoiar sobre cinco considerações: 1) O tempo, considerado<br />
como sendo desprovido de limite, 2) A divisibilidade infinita das magnitudes, 3) A gênese e o<br />
perecimento dos seres, 4) Tudo o que é limitado alcança seu limite em algo mais, não<br />
existindo, portanto, limite absoluto, 5) A imaginação pode sempre conceber um “além<br />
fronteira”, de modo que a série dos números inteiros parece não ter limite (ARISTOTLE,<br />
1993: 225).<br />
Em “Sobre os Céus”, Aristóteles volta a tecer considerações sobre o infinito e conclui que “ é<br />
claro que o corpo que gira em círculo não é infinito, ele tem um limite” (ARISTOTLE, 2006,<br />
I, v: 43). E mais adiante “Não pode existir um corpo infinito, e, além disso, não pode existir<br />
um peso infinito” (ARISTOTLE, ibid: 47).<br />
“O mundo como um todo não foi gerado e não pode ser destruído, como alguns alegam, mas é<br />
único e eterno, não tendo princípio ou fim, o tempo é infinito” (ARISTOLE, 2006, II, i:. 131).<br />
Considerações de Copérnico sobre a grandeza do Universo