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Discorrendo oobre o método de exaustão de Eudoxo, Howard Eves (EVES, 2004: 418)<br />
comenta que, os gregos antigos sabiam que se pode construir um quadrado de área igual a de<br />
qualquer polígono. Seria então possível construir um quadrado de área igual à do círculo<br />
(quadratura do círculo. Antífon teria antecipado a ideia de que por sucessivas duplicações do<br />
número de lados de um polígono, seria então possível construir um quadrado de área igual à<br />
do círculo. A corajosa abordagem de Antífon continha o germe do famoso método de<br />
exaustão grega. Na realidade, o método de exaustão tinha por base o chamado axioma de<br />
Arquimedes: Dadas duas grandezas de mesma espécie, pode-se achar então um múltiplo da<br />
menor que supere a maior, demonstre a proposição básica do método de exaustão: se de uma<br />
grandeza qualquer subtrai-se uma parte não menor que a sua metade, e assim por diante, se<br />
chegará por fim a uma grandeza menor que qualquer outra predeterminada da mesma espécie.<br />
A Quarta Definição do Livro V dos Elementos de Euclides afirma: Magnitudes são ditas ter<br />
uma razão entre si, aquelas que multiplicadas podem exceder uma a outra. E no Livro X, a<br />
Primeira Definição afirma que Magnitudes são ditas comensuráveis as que são medidas pela<br />
mesma medida, e incomensuráveis, aquelas das quais nenhuma medida comum é possível<br />
produzir-se.<br />
Uma mudança radical ocorreu quando a discussão sobre o infinito atual entrou em cena no<br />
âmbito da matemática. Bolzano está formalmente na origem desta mudança, mesmo levando<br />
em conta que alguns pensadores já haviam expressado ideias que consideravam a existência<br />
do infinito atual. Leibniz foi um deles (WALDEGG, 2005: 563-564).<br />
Bolzano faz uma distinção entre agregado (Inbegriff), multidão (Vielheit) e conjunto (Menge).<br />
Bolzano chama de agregado uma coleção de objetos com determinada relação interna entre<br />
seus membros. Caso contrário, em se tratando de um grupo de objetos sem levar em conta<br />
qualquer relação entre eles, fala-se de conjunto (Menge, em alemão; insieme, em italiano). E,<br />
finalmente, quando os objetos de um agregado são vistos como indivíduos de uma dada<br />
espécie, Bolzano diz tratar-se de uma multidão (Vielheit, em alemão; moltitudine, em<br />
italiano). (ver Bolzano, § 4).Bolzano comenta (§ 10) fica a pergunta, se através de uma<br />
simples definição daquilo que é chamado multidão infinita, estaremos em condição de<br />
determinar o que é o infinito em si. Em seguida (§ 11) Bolzano escreve sobre Hegel e seus<br />
seguidores que chamam o infinito largamente utilizado pelos matemáticos como mau infinito<br />
(il cativo infinito), como grandeza crescente, mas que permanece finita em cada instante. Ao<br />
contrário, uma reta ilimitada em ambos os sentidos seria um verdadeiro infinito. No § 14<br />
Bolzano polemiza com aqueles que negam a existência de um conjunto infinito, porque seus<br />
elementos não podem ser reunidos e formar um todo, nem mesmo podem ser reunidos por<br />
meio do pensamento. Bolzano replica que isso não é verdade, pois, pode-se formar a ideia de<br />
um conjunto numeroso sem conhecimento de seus elementos individuas, como é o caso do<br />
conjunto dos habitantes de uma grande cidade, os habitantes da cidade de Praga, por exemplo.<br />
Este seria um exemplo de agregado, segundo Bolzano. Outra coisa que Bolzano refuta é a<br />
opinião de que um conjunto não existe, a menos que exista alguém para pensa-lo. Segundo<br />
Bolzano, existem conjuntos e totalidades sem a necessidade de alguém que as pensa<br />
(esistonoinsiemi e totalitáanchesenzache ci sai un essereche li pensi).