Modelagem matemática no futebol - Programa de Pós-Graduação ...
Modelagem matemática no futebol - Programa de Pós-Graduação ...
Modelagem matemática no futebol - Programa de Pós-Graduação ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
12 PRODUTO EDUCACIONAL<br />
afirmação, enten<strong>de</strong>mos que a educação começa <strong>no</strong> dia em que nascemos e dura<br />
enquanto <strong>no</strong>ssos sentidos forem capazes <strong>de</strong> receber qualquer estímulo. A fase escolar<br />
é quando estamos submetidos a condições que proporcionam – ou pelo me<strong>no</strong>s,<br />
<strong>de</strong>veriam proporcionar – uma ampliação na capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvermos uma<br />
relação harmoniosa com as coisas, os indivíduos e as emoções.<br />
Para que a escola cumpra o ambicioso objetivo <strong>de</strong> “ensinar a apren<strong>de</strong>r”, <strong>no</strong><br />
sentido <strong>de</strong>scrito anteriormente, <strong>de</strong>vem-se promover ativida<strong>de</strong>s na quais o estudante<br />
seja o ator principal do processo. Despertar o interesse do alu<strong>no</strong>, <strong>de</strong>safiá-lo, motivá-lo<br />
a resolver uma situação problemática. Não esperamos encontrar pessoa engajada <strong>no</strong><br />
processo educativo, a quem tais situações não seriam bem-vindas. Entretanto,<br />
reconhecemos, em <strong>no</strong>ssa prática, um domínio in<strong>de</strong>sejável <strong>de</strong> práticas engessadas<br />
sobre as práticas flexíveis: das listas <strong>de</strong> exercícios sobre os verda<strong>de</strong>iros <strong>de</strong>safios ao<br />
intelecto; das respostas exatas sobre a apreciação <strong>de</strong> hipóteses alternativas; da<br />
autorida<strong>de</strong> sobre a auto<strong>no</strong>mia.<br />
A análise dos resultados <strong>de</strong> <strong>no</strong>ssa ativida<strong>de</strong> em sala <strong>de</strong> aula apontou para uma<br />
atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> constante indagação por parte dos alu<strong>no</strong>s participantes. A incerteza<br />
subjacente ao material <strong>de</strong> estudo (resultados <strong>de</strong> jogos <strong>de</strong> <strong>futebol</strong>) fez com que os<br />
alu<strong>no</strong>s não conseguissem chegar a conclusões estáveis. Com esse caráter da ativida<strong>de</strong>,<br />
os alu<strong>no</strong>s foram conduzidos a uma constante busca por informações, <strong>de</strong> modo a<br />
refinar suas conjecturas e a própria capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> avaliá-las.<br />
O cuidado para formular e julgar conjecturas é uma característica saudável do<br />
ato <strong>de</strong> pensar. Acreditamos que a escola tem o papel primordial, além <strong>de</strong> árduo e<br />
controverso, <strong>de</strong> “ensinar a pensar”. Primordial <strong>no</strong> sentido em que as atitu<strong>de</strong>s, <strong>de</strong>ntro e<br />
fora da escola, serão mais ou me<strong>no</strong>s qualificadas quanto for o indivíduo apto a pensar.<br />
Árduo, pois o hábito <strong>de</strong> pensar não po<strong>de</strong> ser imposto, nem mesmo conseguido<br />
mediante avisos ou conselhos. Controverso, pois, ao assumir que ensinar a pensar é o<br />
papel da escola, faz-se necessário <strong>de</strong>clarar o que enten<strong>de</strong>mos por pensar.<br />
Dewey (1979, p. 165) afirma que<br />
Pensar é o ato cuidadoso e <strong>de</strong>liberado <strong>de</strong> estabelecer relações entre<br />
aquilo que se faz e suas consequências. Por ele <strong>no</strong>ta-se não somente<br />
que estas coisas estão relacionadas, como também as<br />
particularida<strong>de</strong>s da sua associação. [...] Aparece o estímulo ao ato <strong>de</strong><br />
UFOP – 2011