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Aplicação de feromônios no manejo de pragas em fruteiras de clima ...

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Processo infeccioso do Nucleopolyedrovirus: um estudo <strong>em</strong> Bombyx mori<br />

Profª Drª Rose Meire Costa Brancalhão - Unioeste, CCBS, Laboratório <strong>de</strong> Biologia Celular. Rua Universitária, 2069.<br />

Cascavel/Paraná. CEP 85.814-110. E-mail: rosecb@gmail.com<br />

Bombyx mori é um inseto holometábola <strong>de</strong> suma importância para a agroindústria brasileira, o País se utiliza<br />

eco<strong>no</strong>micamente do produto <strong>de</strong> secreção <strong>de</strong> suas glândulas-da-seda, o fio <strong>de</strong> seda. A ca<strong>de</strong>ia produtiva da seda apresenta<br />

um faturamento bruto anual da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> US$ 129 milhões, a maior parte na forma <strong>de</strong> divisas auferidas com exportações,<br />

uma vez que 97% da produção <strong>de</strong> fios <strong>de</strong> seda é <strong>de</strong>stinado a este mercado. O Paraná é o principal estado produtor,<br />

explorando uma área <strong>de</strong> 34 mil hectares <strong>de</strong> amoreira, que abrange 214 municípios e 6.749 criadores; permitindo a<br />

geração <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 35.000 <strong>em</strong>pregos diretos na zona rural. A ativida<strong>de</strong> engloba o cultivo da amoreira, a produção e o<br />

preparo dos ovos, e a criação das lagartas <strong>de</strong> B. mori. Adicionalmente, o pó <strong>de</strong> fio <strong>de</strong> seda é hoje <strong>em</strong> dia <strong>em</strong>pregado <strong>em</strong><br />

produtos cosméticos, alimentícios e similares. A criação <strong>de</strong> B. mori t<strong>em</strong> se <strong>de</strong>senvolvido sobretudo nas pequenas<br />

proprieda<strong>de</strong>s rurais, on<strong>de</strong> predomina o trabalho familiar, representando uma alternativa importante para a melhoria da<br />

renda <strong>de</strong>stas proprieda<strong>de</strong>s e contribuindo <strong>de</strong> forma significativa para a diminuição do êxodo rural. Somando-se a estas<br />

características, a ativida<strong>de</strong> contribui para o <strong>de</strong>senvolvimento sustentável do país, <strong>em</strong> virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu relevante aspecto<br />

social e por apresentar baixo impacto ao meio ambiente, uma vez que não se po<strong>de</strong> utilizar agrotóxicos na proprieda<strong>de</strong>.<br />

Na produção do bicho-da-seda é <strong>de</strong> extr<strong>em</strong>a importância a obtenção <strong>de</strong> híbridos resistentes a doenças causadas por<br />

fungos, vírus, bactérias e protozoários, que po<strong>de</strong>m acarretar a perda total da produção. B. mori é susceptível ao vírus da<br />

poliedrose nuclear, gênero Nucleopolyhedrovirus, subgrupo múltiplo, família Baculoviridae, isolado <strong>no</strong> estado do<br />

Paraná. Este vírus, BmMNPV, é poliorga<strong>no</strong>trófico e estudos in vivo <strong>de</strong> diferentes tecidos alvo, <strong>em</strong> conjunto com dados<br />

da literatura, permitiram traçar o caminho infeccioso percorrido pelo vírus <strong>no</strong> corpo das lagartas <strong>de</strong> B. mori. Após a<br />

penetração pela via oral, os poliedros do BmMNPV são dissolvidos <strong>no</strong> lúmen intestinal pela ação <strong>de</strong> enzimas e do pH<br />

alcali<strong>no</strong>. Com a dissolução do poliedro há liberação dos vírions, que atravessam a matriz peritrófica e penetram nas<br />

células colunares do epitélio do intesti<strong>no</strong> médio. Os vírions atravessam o citoplasma e se dirig<strong>em</strong> diretamente para a<br />

região basal da célula, <strong>de</strong> on<strong>de</strong> brotam, sendo liberados na h<strong>em</strong>olinfa e/ou traquéia. Os vírions são então distribuídos para<br />

diversos tecidos ou células alvo, on<strong>de</strong> se multiplicam, como: gordura, tegumento, traquéia e glândula-da-seda. Após a<br />

infecção <strong>de</strong> células alvo, vírions retornam ao epitélio intestinal e se multiplicam <strong>no</strong> núcleo das células colunares. Estas<br />

células, quando infectadas, diferent<strong>em</strong>ente do que ocorre <strong>em</strong> outros tecidos susceptíveis, são liberadas para o lúmen<br />

intestinal. Este mecanismo po<strong>de</strong> possibilitar a regeneração do epitélio intestinal, e se relaciona a resistência do inseto<br />

frente à infecção viral. Contudo, <strong>de</strong>vido ao gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> células infectadas e ao comprometimento <strong>de</strong> funções<br />

metabólicas vitais, a morte do animal é inevitável. A citopatologia da infecção causada pelo BmMNPV não difere <strong>de</strong><br />

outros NPV: inicialmente o núcleo hipertrofia, com a formação do estroma virogênico, on<strong>de</strong> os vírions são produzidos;<br />

segue-se a oclusão dos vírions <strong>em</strong> um cristal protéico, o poliedro; <strong>no</strong> final do ciclo infeccioso, tanto os vírions não<br />

ocluídos quanto os poliedros são liberados para a h<strong>em</strong>olinfa <strong>de</strong>vido à lise celular.<br />

PALAVRAS-CHAVE: Bombyx mori, Nucleopolyhedrovirus, intesti<strong>no</strong>, glândula-da-seda, traquéia, citopatologia,<br />

histopatologia.

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