Livro em PDF - Racionalismo Cristão
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Como v<strong>em</strong>os, de todos os vícios o do álcool é o mais maléfico e prejudicial à saúde, por<br />
intoxicar o corpo e obcecar o espírito.<br />
Do ponto de vista moral, o alcoolismo atrofia o caráter, porque o viciado vai perdendo o<br />
domínio próprio, ficando à mercê das circunstâncias ocasionais; e do ponto de vista social o<br />
alcoólatra torna-se um peso morto para a sociedade, porque deixa de trabalhar e produzir.<br />
O alcoolismo é mais danoso do que o câncer e a guerra; no entanto, os poderes públicos<br />
e a sociedade fing<strong>em</strong> ignorá-lo.<br />
Se houvesse uma estatística verdadeira das pessoas que morr<strong>em</strong> <strong>em</strong> conseqüência do<br />
álcool e das que são afastadas da sociedade e vão para as penitenciárias e para os manicômios,<br />
ficaríamos estarrecidos e envergonhados de haver no mundo tantas vítimas desse vício<br />
terrível.<br />
Não fomos, não somos alcoólatras e nunca nos <strong>em</strong>briagamos uma só vez durante os<br />
nossos sessenta e um anos de vida, porque aos dez nos de idade declaramos guerra ao álcool,<br />
levados pela revolta e pela tristeza de vermos pessoas da nossa família caír<strong>em</strong> nas garras de<br />
tão monstruoso vício, cujas conseqüências muito nos fizeram sofrer. Por isso, cresc<strong>em</strong>os<br />
odiando o álcool e haver<strong>em</strong>os de combatê-lo por toda a nossa vida como o maior inimigo do<br />
gênero humano.<br />
Ninguém melhor do que os dirigentes desta Associação de utilidade pública pode alertar<br />
e persuadir os que ainda beb<strong>em</strong>, visto que todos eles já sentiram no próprio organismo os<br />
efeitos danosos do álcool, mas, num impulso de corag<strong>em</strong> e decisão, se libertaram do vício, e<br />
agora, fortes e saudáveis, se dispõ<strong>em</strong> a lutar contra esse inimigo traiçoeiro que lhes causou<br />
tantas infelicidades e fez verter muitas lágrimas de suas esposas, dos seus filhos e dos seus<br />
pais.<br />
Há qu<strong>em</strong> diga que o nosso corpo necessita de álcool para estimular o apetite e dar<br />
alegria. Essa absurda afirmativa está <strong>em</strong> completo desacordo com as leis biológicas e<br />
espirituais.<br />
DOM ÁLCOOL<br />
O insigne educador C. Wagner disse esta verdade:<br />
Recordai-vos de que todo aquele que disser viva a minha pátria será hipócrita se não<br />
disser abaixo o álcool.<br />
E para terminarmos esta simples palestra, permitam-nos que façamos nossas as palavras<br />
de Catule Mendès:<br />
Conhecei-me? Eu sou o príncipe que aparece nas alegrias, o companheiro de todos os<br />
gozos modernos, o companheiro da morte, o príncipe que governa o mundo.<br />
Estou presente a todas as reuniões e nenhuma se efetua s<strong>em</strong> minha presença.<br />
Fabrico crimes, faço nascer nas mentes os pensamentos maus, mancho os lares, sou pai<br />
dos filhos anônimos, enveneno a razão, trago a desonra, a depravação, os suicídios, a<br />
loucura, o crime <strong>em</strong> todas as suas formas.<br />
Extingo as famílias, persigo os netos, os avós, faço perder a vergonha, a dignidade, a<br />
honra, a educação.<br />
Ponho um véu sobre os olhos e faço aparecer o crime como vingança; a abjeção como<br />
dignidade; a imoralidade como conquista galante.<br />
Hei ganho mais conquistas que Alexandre, jungido mais povos ao meu carro que Roma,<br />
dominado mais povos que Átila.