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Livro em PDF - Racionalismo Cristão

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ALVORADA NO SERTÃO<br />

Aos primeiros alvores da manhã, quando no nascente surg<strong>em</strong> de forma irisada os raios<br />

luminosos do Sol, através de tênues camadas atmosféricas, que se acumulam na orla do<br />

horizonte, prenunciando um novo dia, tudo se alegra e a natureza, como adormecida pela<br />

obscuridade da noite, desperta e vibra, s<strong>em</strong> os ruídos estridentes e os gases poluidores das<br />

grandes cidades. A Terra, que, pelo seu movimento de rotação, se apresenta entorpecida<br />

durante a noite, por falta de luz solar, ressurge cheia de vida e esplendor ao despontar da<br />

aurora, envolta <strong>em</strong> aurifulgentes clarões.<br />

E, nesse cântico de contentamento espontâneo, adornado de um maravilhoso rosicler<br />

que se irradia <strong>em</strong> cambiantes jorros de luz, os pássaros <strong>em</strong> lindos e polifônicos gorjeios<br />

saúdam o alvorecer do dia.<br />

Diante dessa apoteótica majestade da natureza, o hom<strong>em</strong> deve sentir-se no seu<br />

verdadeiro lugar de partícula da Inteligência Universal e, meditando, analisando e deduzindo<br />

racionalmente, ver quão grande é a sua pequenez perante a Força Criadora. Entretanto, o<br />

orgulhoso, o imbecil e o pseudo-sábio não procuram compreender e sentir essa verdade<br />

insofismável de que o ser humano é fisicamente Matéria e espiritualmente Força, porque<br />

Força e Matéria são os únicos el<strong>em</strong>entos básicos de que se compõe o Universo.<br />

Ao recordar-me dos dias fagueiros da minha infância, l<strong>em</strong>brei-me de uma alvorada no<br />

sertão e, como Casimiro de Abreu, também tenho “saudades da aurora da minha vida, da<br />

minha infância querida, que os anos não traz<strong>em</strong> mais”. Não obstante as oito décadas que me<br />

distanciam da primeira quadra da minha vida, ainda me l<strong>em</strong>bro de cenas bucólicas do sertão<br />

<strong>em</strong> que nasci, quando o viver, para mim, era de alegria e de integração no meio ambiente <strong>em</strong><br />

que eu vivia despreocupadamente.<br />

VISLUMBRANDO A ETERNA AURORA<br />

Em certas noites límpidas, eu me detinha a observar o firmamento, e extasiava-me com<br />

o tr<strong>em</strong>ular longínquo das estrelas, pensando eu, nos meus devaneios de menino sonhador, se<br />

poderia um dia ver de perto a luz desses astros que iluminam o infinito.<br />

Hoje, no último quartel da vida e vivendo b<strong>em</strong> longe da terra natal, só me restam<br />

r<strong>em</strong>iniscências desse distante passado que se foi para s<strong>em</strong>pre na vorag<strong>em</strong> do t<strong>em</strong>po...<br />

Cabe-me agora vislumbrar o que me aguarda na vida espiritual, para encetar novas<br />

lutas, porque a alma é imortal e s<strong>em</strong> inércia na sua longa caminhada para a evolução integral.<br />

(São Paulo, 1984)

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