Cinésio Silva-TMEM.pdf - Universidade Aberta
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VI-<br />
2.2. O trigo<br />
O cultivo dos mais variados tipos de cereais desenvolvia-se melhor de acordo com a<br />
natureza do solo e as características da sua irrigação. Era um cultivo exigente e, por isso,<br />
ocupava os melhores terrenos e requeria uma rotatividade frequente. Necessitava de invernos<br />
frios sem excesso e verões quentes e secos. Tendo o seu plantio entre Janeiro e Dezembro e<br />
sendo colhido entre Maio e Junho, a humidade em excesso o prejudicava, e embora resistisse<br />
à neve quando protegido, não se dava bem com as altitudes acima dos 150 metros. No<br />
entanto, podia ser encontrado em alturas superiores. Devido à sua importância, os cereais ou o<br />
“pão” medieval nas terras de Bouro apresentavam-se nas seguintes espécies 32 : trigo, centeio e<br />
cevada. O trigo, era o cereal mais nobre entre os cereais, uma vez que fornecia um pão alvo e<br />
mais apreciado por todos, um tipo de pão procurado pelos consumidores de maior poder<br />
aquisitivo pelos senhores ou pela nobreza que podia consumir este tipo de cereal (pão) de<br />
melhor qualidade, plantado em áreas de clima frio ou quente, adaptava-se com certa<br />
facilidade. No entanto em Portugal medieval este cereal apresentou-se como primeiro dentre<br />
os outros por razões já citadas anteriormente, ainda que a sua produção não fosse suficiente<br />
32 Salvador Magalhães Mota, Cisterciense, Camponeses e Economia Rural no Minho na Época do Antigo<br />
Regime – O Mosteiro de Santa Maria de Bouro e o seu domínio, Vol. II, Lisboa, Imprensa Nacional – Casa da<br />
Moeda, 2006, p. 88-89.<br />
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