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Cinésio Silva-TMEM.pdf - Universidade Aberta

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1. Introdução<br />

CAPÍTULO II<br />

Os Homens e a Propriedade<br />

Foi o monarca D. Afonso II, quem fez o primeiro levantamento dos bens e direito da<br />

coroa, aos actos de usurpações e abusos cometidos pela nobreza e clero, sendo seguido,<br />

depois, por D. Afonso III em 1258 e, consequentemente, por outros monarcas da primeira<br />

dinastia 120 . Os homens medievos tiveram a sua estrutura na sociedade sem ter percepção de<br />

si mesmo como indivíduo que, integrado dentro de um grupo social específico, sob a<br />

dependência do rei ou de qualquer outro senhor. O isolamento e a sua dependência<br />

tornavam-no um homem frágil, e vulnerável.<br />

Mais tarde, com o pequeno desenvolvimento dos grupos e o crescimento das<br />

cidades, foi possível perceber uma afirmação do homem, com outra dimensão muito<br />

diferente da que temos do camponês. Haja em vista que ele fazia sempre parte do grupo<br />

onde o espaço em que vivia estava permanentemente na dependencia de um senhor. existia<br />

cooperação entre eles, fosse esse homem servo, vassalo, camponês ou homem livre. Estando<br />

estes homens incluídos numa sociedade que apresentava formas sociais de funcionalidade<br />

específicas, onde era notória as diferenças sociais nos diversos grupos parece pouco<br />

provável.<br />

Classificando-os em grupos, analisamos em primeiro lugar, os homens que por não<br />

possuírem privilégio, honra, cultura ou poder, constituíam a maioria da população. Fosse ela<br />

formada por pobres, humildes, camponeses ou vilãos, classificados na forma de gente<br />

simples ou povo. Tendo como ponto único de diferenciação a religiosidade cristã, que os<br />

diferenciava dos infiéis. Em segundo lugar, trataremos daqueles que detinham o poder<br />

revestido pela riqueza, pela posse de terra, esses homens que possuíam honras, privilégios,<br />

liberdades, em suma, da nobresa. Por fim, ainda pertencendo ao grupo privilegiado, como os<br />

120 Maria Helena da Cruz Coelho, “A Terra e os Homens da Nóbrega” in Homens, Espaço e Poderes (século<br />

XI-XV), Notas do Viver Social, vol. I, Livros Horizonte, 1990, pp. 170-198.<br />

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