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Cinésio Silva-TMEM.pdf - Universidade Aberta

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2.6. A castanha<br />

Fruto do castanheiro, também marcou a sua importância cravando a sua presença no<br />

solo 68 do Portugal medievo. No julgado de Bouro não foi diferente, esta espécie de fruto, a<br />

castanha e sua árvore estava presente em suas terras, serviam de suporte alimentar e<br />

sustentação na construção de casas com a utilização da sua madeira. Pagando as rendas<br />

devidas ao rei, sob a forma de fruta fresca ou seca conforme as inquirições de 1220 e 1258.<br />

Devido às condições do solo e favorecimento do clima, o castanheiro existia e brotava em<br />

todas às áreas, tinha uma significativa importância na alimentação da população de modo<br />

geral, principalmente na dos colonos quando os depósitos da sua colheita do período passado<br />

estava a chegar ao fim e a nova safra não estava ainda pronta para ser colhida. Assim a<br />

castanha substituía 69 o pão à mesa nesses meses de escassez de alimentos. Além desta dádiva,<br />

o castanheiro 70 servia com a sua madeira para as construções e reparos nas casas e castelos<br />

como consta na documentação consultada. As landes, frutos de árvores que serviam para a<br />

alimentação de animais juntamente com as rações, aparecem poucas vezes na documentação<br />

acima citada, ou seja, apenas em duas freguesias 71 em 1220, e em quatro 72 no ano de 1258, o<br />

que indica que este produto formava um complexo alimentar com os frutos de outras<br />

árvores 73 , assim como as landes 74 , os sobreiros e os carvalhos que davam seus frutos ou<br />

sementes que serviam na engorda dos animais. A castanha aparece sempre em conjugação<br />

com outros, com excepção da freguesia de São Paio de Carvalheira, lugar onde os moradores<br />

68 Cf. Orlando Ribeiro, “A composição granítica dos solos, aliada à influência dos ventos húmidos do Atlântico,<br />

que atenuava o calor e securas estivais, criavam as condições geo-climáticas propícias à difusão do Castanheiro”<br />

in Portugal, o Mediterrâneo e o Atlântico, «Esboço de Relações Geográficas», Lisboa, Livraria Sá da Costa<br />

Editora, 1963, p. 102.<br />

69 A. H. Oliveira Marques, Ob.cit., 1987, p.11; Lúcio de Azevedo, História de Portugal: «Organização<br />

Económica», vol. II, Barcelos, 1929, p. 398.<br />

70 Odília Alves Gameiro, Ob cit., p. 162.<br />

71 São Tiago de Chamoim e Santa Maria de Covide.<br />

72 São Paio de Carvalheira, São Tiago de Chamoim, Santa Marinha de Chorence, Santa Maria de Vilar.<br />

73 Odília Alves Gameiro afirma: “ Em relação ao castanheiro, a árvore mais documentada entre todas as outras<br />

árvores, são numerosíssimos os casos os casos em que sua presença é assinalada, como exemplar isolado ou<br />

como conjunto de muito variado número de indivíduos”. A título de exemplo: P.M.H., pp. 319, 417-419, 434-<br />

436, 634, 674-675, 714-715, 1443,1468.<br />

74 Iria Gonçalves, “A Árvore na paisagem rural do Entre Douro e o Minho, O testemunho das Inquirições de<br />

1258” in 2º Congresso de História de Guimarães. Actas do Congresso, Vol. 6, Guimarães. Câmara Municipal de<br />

Guimarães/<strong>Universidade</strong> do Minho. 1996, pp. 5-15.<br />

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