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Cinésio Silva-TMEM.pdf - Universidade Aberta

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2.7. O linho<br />

O linho era um produto que estava implantado e cultivado no julgado do Bouro, com<br />

um cultivo intensivo e expandido por diversas freguesias nos períodos estudados. O linho<br />

possuía características próprias, 76 sendo cultivado em todo território português, chegando a<br />

ser parte produtiva e fundamental da agricultura no Julgado do Bouro nas duas inquirições ali<br />

efectuadas. O solo daquelas terras devido à humidade e o seu plantio estarem mais próximos<br />

dos veios fluviais, tinham suas necessidades em águas atendidas 77 , o que não quer dizer que<br />

não fosse plantado longe destes pontos principais. Bastava ter terreno húmido, para a<br />

germinação ocorrer 78 . Tratava-se, ainda assim, de uma planta herbácea 79 que requeria muita<br />

água para o seu desenvolvimento e crescimento normal, pelo quem nem todos os terrenos<br />

serviam para o seu cultivo.<br />

A sua confecção ou processamento posterior, ocorria de formas diversas e nas<br />

inquirições aparece-nos expressa em forma de “bragal” 80 , um tecido mais grosso e que os<br />

colonos utilizavam para pagar as suas obrigações aos senhores ou ao rei nesses dois períodos,<br />

ou em forma de “lenço”, mais fina, e que apresentava uma qualidade superior com o qual<br />

faziam as suas vestimentas e pagavam ao rei 81 .<br />

76 Flávio Martins, Cultura do Linho – Conselho aos Lavradores, p.11; Maria Fernanda Maurício, Entre o Douro<br />

e o Tâmega e as Inquirições Afonsinas e Dionisinas, Lisboa, Colibri, 1997, pp. 135-136.<br />

77 Maria Fernanda Maurício, Ob., cit., pp. 135-136.<br />

78 Amélia Aguiar Andrade, “A água no entre Lima e Minho do Século XIII”, Estudos Orientais, vol. IV,<br />

Homenagem ao Prof. António Augusto Tavares, Lisboa, Instituto Oriental da <strong>Universidade</strong> Nova, 1977, p. 193.<br />

79 Cf. Alberto Sampaio, “Cultura cuja tradição na Península remontava ao tempo anterior à presença dos<br />

romanos.Todavia, é com a vinda destes que o cultivo se terá intensificado, sendo disso prova, dos factos da<br />

maior parte dos vocábulos ligados a sua produção terem procedência romana como: bragal, estopa, tomentos,<br />

maçar, espadelar, etc” in As vilas do Norte de Portugal, Estudos Históricos, vol. I, Lisboa, 1979, p. 88.<br />

80 Odília Gameiro, Ob. cit., p. 160.<br />

81 Idem, Ob. cit., p. 160.<br />

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