cultivo de centeio entre 1220 e 1258, uma vez que, mesmo com a redução do número de freguesias, em 1258, de setenta para dezoito 46 , não foi alterada a proporção da produção, continuando em crescimento ascencional. 46 Cf. P.M.H., onde o Couto do Mosteiro de Bouro não está indicado como collatione, no entanto surge como se tal o fosse. De acordo com o índice chorographico, p. 446. 23
2.4. Cevada Este cereal está enquadrado na mesma condição citada para o trigo, sendo um produto que suportava o calor além do tempo seco no verão forte do norte de Portugal medieval. Possuindo uma grande adaptabilidade a qualquer tipo de solo, a cevada, além de se juntar na composição do pão medieval, tinha ainda a vantagem de servir como alimento base dos animais 47 , os cavalos, os burros e mulas, dos senhores cavaleiros, da nobreza e do rei, por que não dizer de forma em geral. Esta gramínea 48 foi um cereal produzido em larga escala tinha suas palhas aproveitadas para a ração animal, no entanto era ignorada em outras regiões 49 . No Bouro foi cultivada nas freguesias de São Miguel de Vilar, Santa Maria de Dossão, São Tiago de Chamoim, Santa Marinha de Covide e São Paio de Carvalheira, e aparecia como pagamento ao senhor da terra. As medidas utilizadas eram teiga, quartário, alqueire (por medida de braga) em 1220. Já em 1258, a medida utilizada era o alqueire, no entanto ocorria a mesma situação do centeio anteriormente citado, as freguesias produtoras agora diferentes, não eram mais as mesmas devido a transferência de algumas para outros julgados. Vejamos agora as freguesias de São Paio de Carvalheira, São Tiago de Chamoim, Santa Maria de Covide e Santa Marinha de Vilar, que formavam um grupo integrado na produção de cevada na região do entre rio Cávado e o rio Homem, local onde estavam demarcadas as fronteiras do julgado de Bouro no reinado de D. Afonso III. Sabe-se este rei só passou uma vez por aquela região do Cávado 50 . 47 Orlando Ribeiro, Portugal Mediterrâneo e o Atlântico. Os cereais e a organização comunitária dos campos, pp. 59-60. 48 Iria Gonçalves, A Alimentação, p. 32. 49 Iria Gonçalves, “Sobre o pão Medieval Minhoto: O testemunho das Inquirições de 1258”, Revista de Arqueologia Medieval, Vol.6, 1999, p. 231. 50 Iria Gonçalves, “Alguns aspectos da visita régia ao entre Cávado e Minho, no século XIII”, Revista Estudos Medievais, nº 10, Porto, 1993, p. 37. 24
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