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Márcio Vianna - Mônica Prinzac

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O presente dura pouco tempo<br />

olhamos um padrão de elementos repetidos e saltamos da percepção de<br />

determinadas formas para outras.” 20<br />

Esse efeito de desconstrução foi usado em todos os espetáculos da primeira fase<br />

da trajetória de <strong>Márcio</strong> <strong>Vianna</strong>. Nas primeiras experiências foi usado como elemento da<br />

cena ou recurso da narrativa. Porém, foi na Farra que o efeito assumiu-se como<br />

linguagem propriamente dita.<br />

As realizações desta primeira fase foram fundamentais não somente pelo<br />

impulso criativo e experimental, mas pela construção de uma base para o dialogo com<br />

as experiências posteriores. O espetáculo Para acabar com o julgamento de Deus foi<br />

importante pelo contato com o universo de Artaud – questionando uma linguagem<br />

desvitalizada e experimentando os elementos cênicos para repensar o fazer teatral.<br />

Marat Marat pelos objetivos claramente definidos em relação a uma linguagem<br />

associada a temática e o rigor na forma de conduzi-los. Vincent e Confessional pela<br />

busca de uma relação nova com o público – investindo no espaço para atingir a emoção.<br />

E finalmente a Farra - funcionando como síntese - pela soma de descobertas<br />

apreendidas com o texto, a cena, o público e os atores. A Farra foi a transformação da<br />

cena teatral em um happening onde a arte do ator/espectador se viu lapidada através do<br />

cansaço, da alegria e da dor.<br />

Segunda fase – A criação coletiva<br />

Em 1991 foram realizados dois espetáculos: O caso dos irmãos Feininger e<br />

Coleção de Bonecas.<br />

Feininger tinha como objetivo repetir e aprofundar a experiência de<br />

Confessional, onde o público com uma visão individualizada da cena, poderia interagir<br />

e alterar o resultado da prática teatral. Baseado numa situação fictícia de tribunal, o<br />

público comportava-se como júri. Os atores dialogavam com a platéia utilizando apenas<br />

um esqueleto da argumentação e o texto era improvisado em cima do perfil assegurado<br />

para cada personagem - em resposta as perguntas dos espectadores.<br />

O espetáculo foi realizado numa proposta (nova para <strong>Márcio</strong>) de `criação<br />

coletiva´. Os atores junto com o diretor assinavam a criação do espetáculo que, sem uma<br />

20 COELHO, Luiz Antonio L.. A repetição na cultura. Em SOUZA, Solange Jobim e (org). Mosaico: imagens do conhecimento.<br />

Rio de Janeiro: Rios Ambiciosos, 2000.

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