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Márcio Vianna - Mônica Prinzac

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Formação e percurso<br />

O presente dura pouco tempo<br />

<strong>Márcio</strong> não tinha nada do estereótipo de um diretor de teatro experimental.<br />

Diretor do departamento jurídico da IBM, ensinou direito na PUC e foi um advogado<br />

militante. O primeiro contato de <strong>Márcio</strong> com a arte foi através da fotografia, sempre<br />

uma influência em seu trabalho. Antes do teatro fez trabalhos experimentais em vídeo e<br />

desenvolveu projetos para uma rádio. Em 1986 matriculou-se na CAL onde foi aluno de<br />

Moacyr Góes e conheceu suas primeiras parcerias no teatro. Em 88 participou do<br />

Projeto Sesc Ensaios dirigido por Bia Lessa e, em um exercício de pesquisa cênica,<br />

estreou junto com Marco Velloso sua primeira peça de teatro: Para Acabar com o<br />

Julgamento de Deus. A partir daí, sempre assinou os textos de suas peças, apontava o<br />

filósofo Cioran e o escritor Jorge Luis Borges como duas fortes influências e não parou<br />

mais de produzir até a sua morte repentina em 1996.<br />

<strong>Márcio</strong> criou duas companhias de teatro: Grupo A Contrador e Cia Muito<br />

Prazer. Ocupou durante um ano o teatro Gláucio Gil onde instalou um Projeto de Teatro<br />

Experimental chamado CEU: Centro de Exercício de Utopias e denominava o projeto<br />

“como um espaço comprometido com a pesquisa, a experimentação e, principalmente,<br />

com a crença de que o teatro pode e deve ajudar na reflexão sobre o homem<br />

contemporâneo.” Na porta do teatro foi pendurada uma faixa com duas perguntas: Que<br />

tempo é este? Que Teatro é este? Para os atores dizia: “A cada dia, ao entrar e ao sair<br />

deste teatro devemos nos deparar com as questões: Que artistas somos nestes tempos tão<br />

conturbados? Que público somos deste teatro? Deste tempo? E deste país?” Seus<br />

personagens preferidos eram Van Gogh, Antonin Artaud e Louis Altusser. Os temas<br />

recorrentes eram a loucura, a perda e a morte. A preocupação latente era com o que é o<br />

teatro e o que este pode fazer pelo homem. Os nomes das companhias, os títulos e os<br />

temas das peças já, por si, introduzem a trajetória deste diretor.

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