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Psicopatologia da Criança - Associação de Estudos do Alto Tejo

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PSICOPATOLOGIA DA CRIANÇA NO SUL DA BEIRA INTERIOR (PERSPECTIVA ETNOLÓGICA)<br />

Francisco Henriques<br />

Introdução<br />

1. Este projecto nasceu em 1997 enquanto recolhíamos elementos para um outro, O Louco e os<br />

Outros – Contributo para o Conhecimento <strong>do</strong> Louco e <strong>da</strong> Loucura nas Comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s Rurais <strong>do</strong><br />

Sul <strong>da</strong> Beira Interior (Henriques, 1998).<br />

Na altura, julgámos pertinente trabalhar o tema <strong>da</strong> psicopatologia infanto-juvenil <strong>de</strong> forma<br />

autónoma pelo especial cui<strong>da</strong><strong>do</strong> com que as populações rurais <strong>da</strong> região li<strong>da</strong>m com a<br />

sintomatologia psicopatológica apresenta<strong>da</strong> pelas crianças e a<strong>do</strong>lescentes e pela quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> e<br />

quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s então recolhi<strong>do</strong>s.<br />

Biologicamente to<strong>do</strong> o investimento <strong>da</strong>s espécies é feito na perpetuação <strong>do</strong>s seus genes. Por<br />

este facto, nas comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s humanas a criança é alvo <strong>de</strong> cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s especiais; <strong>de</strong> outro mo<strong>do</strong><br />

estaria em perigo a própria espécie. Assim, a criança surge como sinónimo <strong>de</strong> perpetuação <strong>da</strong><br />

espécie e <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

A noção <strong>de</strong> criança não é estática, evoluiu com as épocas históricas e com as culturas e, <strong>de</strong>ntro<br />

<strong>de</strong>stas, consoante a perspectiva com que era encara<strong>da</strong>. A criança, tal como hoje a concebemos,<br />

é uma invenção <strong>do</strong> século XIX.<br />

Ao longo <strong>de</strong>ste trabalho enten<strong>de</strong>mos por criança o ser humano <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o momento <strong>do</strong> nascimento<br />

até à sua passagem à i<strong>da</strong><strong>de</strong> adulta, o que nas comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s rurais <strong>da</strong> área <strong>de</strong> estu<strong>do</strong> podia<br />

ron<strong>da</strong>r os 16 ou 17 anos.<br />

Em termos gerais, este projecto preten<strong>de</strong> <strong>da</strong>r continui<strong>da</strong><strong>de</strong> à investigação realiza<strong>da</strong> em 1997 e<br />

incluí<strong>da</strong> no <strong>do</strong>cumento já cita<strong>do</strong> e publica<strong>do</strong> em livro, O Louco e os Outros, direccionan<strong>do</strong> o<br />

objecto para o grupo etário <strong>da</strong>s crianças e a<strong>do</strong>lescentes.<br />

No <strong>de</strong>curso <strong>da</strong> sua execução procurámos conhecer as vivências <strong>da</strong> população rural <strong>da</strong> região <strong>de</strong><br />

Castelo Branco em relação à sintomatologia psicopatológica <strong>da</strong> área infanto-juvenil.<br />

Tentámos contribuir para a i<strong>de</strong>ntificação e caracterização <strong>do</strong>s fenómenos psicopatológicos em<br />

causa e, consequentemente, para uma melhor compreensão e aceitação <strong>da</strong> <strong>do</strong>ença mental na<br />

criança, por parte <strong>do</strong>s técnicos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />

Somos <strong>de</strong> opinião que a globali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>stes objectivos po<strong>de</strong>m proporcionar uma melhoria no<br />

acto <strong>de</strong> cui<strong>da</strong>r.<br />

Apercebemo-nos também que os resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong>ste estu<strong>do</strong> ficariam enriqueci<strong>do</strong>s com a<br />

participação <strong>de</strong> um psicólogo, na recolha e tratamento <strong>do</strong> material angaria<strong>do</strong>. Por isso,<br />

convidámos a amiga Dulce Carvalho para colaborar no seu <strong>de</strong>senvolvimento. A participação<br />

<strong>de</strong>sta colega tinha uma tripla vantagem: ser enfermeira com larga experiência pediátrica, ser<br />

enfermeira especialista em Saú<strong>de</strong> Infantil e Pediátrica e ser licencia<strong>da</strong> em Psicologia <strong>do</strong><br />

Desenvolvimento, com consultório priva<strong>do</strong> on<strong>de</strong> exerce.<br />

Com este mesmo fim realizaram-se duas breves sessões <strong>de</strong> trabalho, no ano <strong>de</strong> 1997.<br />

AÇAFA On Line, nº 1 (2008)<br />

<strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Estu<strong>do</strong>s</strong> <strong>do</strong> <strong>Alto</strong> <strong>Tejo</strong>, www.altotejo.org<br />

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