Amazônia: Ci. & Desenv., Belém, v. 3, n. 6, jan./jun. 2008. 82
Começando com a pergunta para quem os produtores ven<strong>de</strong>m mais os seus produtos, a Tabela 23 mostra que os agentes mais importantes são os atacadistas locais (R$ 35,0 milhões, ou 37% do total <strong>de</strong> R$ 93,6 milhões), o varejo rural (R$ 21,0 milhões, ou 22%), a indústria <strong>de</strong> beneficiamento local (R$ 18,4 milhões, ou 20%) e o varejo urbano (R$ 9,0 milhões, ou 10%). Produtos somente no valor <strong>de</strong> R$1,1 milhão (1%) são vendidos pelos agricultores, diretamente ao consumidor local, este compra a maior parte (do total <strong>de</strong> R$ 64,1 milhões) do varejo urbano (R$ 35,7 milhões, ou 56%), e, ainda, R$ 18,2 milhões ou 28% da indústria <strong>de</strong> beneficiamento local 6 . Em relação ao VBP local, <strong>de</strong>stacam-se o setor atacado (R$ 66,6 milhões) e a indústria <strong>de</strong> beneficiamento (R$ 62,9 milhões), enquanto o varejo rural ven<strong>de</strong> somente a meta<strong>de</strong> disso (R$ 31,7 milhões). Em comparação com a indústria <strong>de</strong> beneficiamento, a indústria <strong>de</strong> transformação é muito menos expressivo no nível local (VBP <strong>de</strong> R$10,8 milhões). Comparando o nível local com o estadual e nacional, a indústria <strong>de</strong> transformação local ganha contra a indústria estadual (VBP <strong>de</strong> R$ 8,4 milhões), mas per<strong>de</strong> contra a indústria nacional (R$ 18,9 milhões). Ao contrário, a indústria <strong>de</strong> beneficiamento local Amazônia: Ci. & Desenv., Belém, v. 3, n. 6, jan./jun. 2008. ven<strong>de</strong> um pouco mais do que a indústria estadual e nacional em conjunto (R$51,6 milhões e R$ 6,9 milhões, respectivamente). A indústria <strong>de</strong> beneficiamento também agrega a meta<strong>de</strong> (VAB <strong>de</strong> R$ 33,1 milhões, ou 51% do total <strong>de</strong> R$ 65,3 milhões) do valor no nível local. Isso <strong>de</strong>vido ao mark-up <strong>de</strong> 111%. Interessantemente, a indústria <strong>de</strong> transformação tem exatamente o mesmo mark-up, mas com R$ 5,7 milhões um VAB seis vezes menor. A margem das indústrias locais <strong>de</strong> 111% é menor que a das indústrias estaduais (190% e 150%). O resto do VAB local é quase igualmente distribuído entre o varejo rural (R$ 6,9 milhões), o atacado (R$ 9,1 milhões) e o varejo urbano (R$ 10,5 milhões). O mark-up do varejo rural, que são principalmente os chamados atravessadores e os bo<strong>de</strong>gueiros, muitas vezes mal vistos por causa do pagamento <strong>de</strong> preços baixos ao produtor, é com 28% um pouco menor do que o do varejo urbano (31%). Mas, essas margens do varejo são ainda quase duas vezes maiores que a do atacado (16%). Aplicando o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Leontief à Tabela 23, consegue-se uma matriz inversa dos impactos diretos e indiretos nos setores <strong>de</strong> um aumento na <strong>de</strong>manda final. 83