cadeias produtivas de base agrária e desenvolvimento regional

comerciais e onde se concentram a maior parte
dos consumidores regionais de produtos
agrícolas. A relativa proximidade da capital Belém
4.1 AÇAÍ: CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO
Foi pesquisada a produção de 35 mil
toneladas de açaí, ver Tabela 1. O setor mais
importante na cadeia é o varejo rural: 71% do
volume da produção passa pelas mãos dos
atravessadores rurais que normalmente
buscam o produto no lote do produtor. Na
média, o açaí passa 3,42 vezes pelas mãos de
produtores/intermediários até chegar ao
consumidor.
A indústria local, i.e., os batedores de açaí,
beneficia 12,7 mil toneladas para o consumo
local. Também, já existem duas agroindústrias
locais em Igarapé-Miri que vendem o açaí
beneficiado para o atacado nacional (2 mil t).
Outro destino do açaí da região é o mercado
estadual, principalmente Belém. Os maiores
fornecedores da indústria de beneficiamento
estadual, que consiste nos pequenos maquinários
e nas agroindústrias de pequeno e médio porte,
são o varejo rural com 6,7 mil toneladas e o
atacado local, com 6,1 mil toneladas, que
transportam o açaí até a capital. Os pequenos
maquinários vendem diretamente para o
consumidor estadual (7,9 mil toneladas),
representa um grande mercado (potencial) para
a produção da região e facilita sua conexão com
mercados nacionais e internacionais.
4 AS DUAS CADEIAS MAIS IMPORTANTES: AÇAÍ E PIMENTA DO REINO
enquanto a agroindústria vende para o varejo
estadual (8,5 mil t). Do total da produção
pesquisada, 39% é destinada ao consumo local,
48% ao consumo estadual, e 13% ao consumo
nacional e internacional. O mercado
internacional, fornecido pelo atacado local, é uma
empresa norte-americana que compra de quatro
cooperativas da região 2,5 mil toneladas para
serem vendidas nos EUA.
A distribuição da produção mostra uma
concentração no município de Igarapé-Miri, com
51% da produção local 3 , ver Tabela 2. Da
produção pesquisada, 33 mil toneladas são
oriundas dos nove municípios da área do PPDS-
Jus (o resto vem na entressafra de fora,
principalmente da ilha de Marajó), superando
quase três vezes o consumo local de 13 mil t.
Como foi observado, o superávit é vendido
principalmente para o consumidor estadual. No
entanto, o consumo em alguns municípios é
maior do que a produção, notoriamente no caso
de Baião, Mocajuba e Abaetetuba. Esses
municípios compram açaí dos municípios
vizinhos durante a safra.
Amazônia: Ci. & Desenv., Belém, v. 3, n. 6, jan./jun. 2008. 62