cadeias produtivas de base agrária e desenvolvimento regional

setores locais (atacado, indústria, varejo). Isso
mostra a importância dos setores comerciais
(varejo, atacado), em especial estaduais e
nacionais, e a fraqueza da indústria, de dar
impulsos fortes à economia regional. Mas ensina
também, a importância de apoio aos setores
locais, em especial ao primário, para que possam
responder à incrementos na demanda final
adequadamente com um aumento na sua
produção.
Uma estratégia geral para um
desenvolvimento sustentável da região Baixo
Tocantins, apoiado pelo PPDS-Jus, deveria ter em
vista essas duas opções: usando a agricultura
como base de exportação, gerando ingressos de
fora para novos investimentos, e ao mesmo
tempo desenvolver o mercado local para que o
dinheiro fique na região e que se desenvolvam
circuitos locais.
Já existe um mercado local potencial,
substituindo uma parte dos 20% de produtos, que
no momento ainda são comprados fora da região,
pela produção local. Outra possibilidade de
desenvolver o mercado local é o fomento à
demanda institucional, por exemplo, da merenda
escolar.
Isso incluiria também uma diversificação
da produção, que no momento tem uma forte
predominância de alguns produtos, entre outros,
de commodities, e diminuiria a dependência dos
acontecimentos nos mercados internacionais.
Ficou claro que uma maior agregação de
valor para gerar renda e emprego é necessária.
Alguns produtos como óleo de andiroba, açaí,
palmito etc. tem um grande potencial para esse
fim. Para esses produtos, entre outros, também
seria interessante buscar nichos de mercado
como, por exemplo, o mercado orgânico e/ou
justo. Uma industrialização de novos produtos,
por exemplo, de frutas, também será necessário
para agregar mais valor na região. A formação
de clusters tornaria alguns setores mais
competitivos.
Uma organização mais eficiente dos
produtores e produtoras, seja em cooperativas
ou em associações, poderia aperfeiçoar a
comercialização e aumentar a concorrência entre
os agentes mercantis. Junto com uma melhoria
da infra-estrutura de comercialização para baixar
os custos, isso poderia melhorar os preços do
produtor e/ou do consumidor, diminuindo
algumas margens excessivas dos comerciantes.
Outra possibilidade seria apoiar a venda direta
dos produtores ao consumidor local, fornecendo
a infra-estrutura necessária, como transporte,
feiras etc.
Claro que todas as estratégias propostas
aqui, sejam elas o apoio à diversificação, à infraestrutura,
ao cooperativismo, à industrialização,
à formação de clusters, à busca de nichos de
mercado, ao desenvolvimento do mercado local,
à organização de novas formas de
comercialização, etc., precisariam ainda de
estudos específicos, por exemplo, planos de
negócio, incluindo custos detalhados. Acreditase
que as informações contidas nesse artigo
possam servir como ponto de partida para a
realização dessas estratégias dentro do PPDS-Jus.
Amazônia: Ci. & Desenv., Belém, v. 3, n. 6, jan./jun. 2008. 90