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Introdução<br />

superior que resolvem trabalhar a arte através <strong>de</strong> suas manifestações, ou melhor, <strong>de</strong><br />

acordo com sua materiali<strong>da</strong><strong>de</strong> artística (música, <strong>da</strong>nça, teatro, cinema etc.),<br />

enfatizando a arte como fazer e, conseqüentemente, compartimentando-a.<br />

Ao criar suas habilitações a aca<strong>de</strong>mia está vendo em primeiro plano a<br />

aplicação <strong>da</strong> técnica, montando a posteriori seu currículo nesse intuito e que, diga-se<br />

<strong>de</strong> passagem, resolve muito bem a formação <strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-obra artística 4 . No entanto, o<br />

que transparece é unicamente uma visão <strong>da</strong> diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> artística quando pensa<strong>da</strong><br />

como ofício. Tal atitu<strong>de</strong> exclui a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> haver uma integração entre<br />

manifestações aparentemente díspares – como artes visuais e a música, por exemplo –<br />

e que é fun<strong>da</strong>mental para o exercício do diretor <strong>de</strong> arte e mídia, pela ligação com o<br />

audiovisual e, mais recentemente, com a multimídia.<br />

Sobre a multiplici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> manifestações artísticas se faz necessária uma<br />

abor<strong>da</strong>gem também múltipla ou multidimensional, aqui encarna<strong>da</strong> pela tarefa do<br />

diretor <strong>de</strong> arte e mídia e sua relação com os <strong>de</strong>mais especialistas. Cabe ressaltar que<br />

não quero postular uma possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> humana <strong>de</strong> total domínio técnico <strong>de</strong> um campo<br />

tão vasto quanto o <strong>da</strong> arte, mas a plausibili<strong>da</strong><strong>de</strong> do fazer, compreen<strong>de</strong>r e refletir sobre<br />

a obra artística – seja ela <strong>de</strong> que natureza for –, função exigi<strong>da</strong> do profissional <strong>de</strong> arte<br />

e mídia. Essa possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> não está vincula<strong>da</strong> ao domínio técnico <strong>da</strong>s manifestações<br />

em si, mas naquilo que estas possuem em comum e que está diretamente ligado à<br />

reflexão sobre a experiência artística tendo como base uma estética filosófica 5 , em<br />

particular aquela proposta por Luigi Pareyson.<br />

Cabe ressaltar que, para Pareyson, à estética po<strong>de</strong> ser entendi<strong>da</strong>, <strong>de</strong>ntre<br />

4 Esta prática <strong>de</strong> compartimentar o ensino <strong>da</strong> arte faz parte <strong>de</strong> muitas correntes educacionais e remonta<br />

às primeiras aca<strong>de</strong>mias <strong>de</strong> arte próprias do Renascimento com sua ênfase no <strong>de</strong>senho, na pintura, na<br />

escultura e na arquitetura, em <strong>de</strong>trimento às outras manifestações como, por exemplo, a música, que<br />

tomava outro caminho. A evolução <strong>de</strong>stas aca<strong>de</strong>mias passa pelas escolas técnicas e vai <strong>da</strong> iniciativa<br />

priva<strong>da</strong> para a estatal. Mas é no século XIX com to<strong>da</strong>s as suas transformações tecnológicas, políticas,<br />

sociais e econômicas, conjuntamente com o pensamento romântico – gestado em meados do século<br />

XVIII e em pleno vigor – que esta compartimentação ou fragmentação po<strong>de</strong> ser percebi<strong>da</strong>,<br />

principalmente por relegar a reflexão estética a um segundo plano, conforme nos diz Osinki, em que o<br />

“progresso espantoso <strong>da</strong> técnica, com a <strong>de</strong>scoberta <strong>de</strong> novos materiais, não foi acompanhado pela<br />

reflexão estética, predominando os ornamentos carregados e <strong>completa</strong>mente <strong>de</strong>svinculados <strong>de</strong><br />

qualquer função (2001, p. 45).<br />

5 A utilização do termo “estética filosófica” po<strong>de</strong> parecer, até certo ponto, um pleonasmo, já que a<br />

estética <strong>de</strong>ve acontecer <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um caminho filosófico. Porém, o termo será mantido já que existem<br />

outras adjetivações impostas à estética, a exemplo <strong>de</strong> uma estética sociológica, psicológica etc.<br />

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