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Metodologia, a arte <strong>de</strong> dirigir o espírito<br />

Saltam aos olhos dois fatos relevantes, o primeiro diz respeito à quebra entre<br />

o mundo objetivo <strong>da</strong> razão e o mundo subjetivo <strong>da</strong> pessoa, ao mesmo tempo em que<br />

elimina uma série <strong>de</strong> temores irracionais e ignorantes. Já no fato seguinte – diante <strong>da</strong><br />

inabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> resolução dos problemas mais relevantes para a humani<strong>da</strong><strong>de</strong> por parte<br />

do mundo racionalista –, vê-se o fenômeno <strong>da</strong> multiplici<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>da</strong> fragmentação dos<br />

conhecimentos, muitas <strong>da</strong>s vezes produzindo resultados em direções opostas. O<br />

sentimento agora é o <strong>de</strong> pensar o mundo a partir <strong>da</strong> “perspectiva <strong>de</strong> uma possível,<br />

necessária e crescente interação entre o sujeito e a razão, a subjetivi<strong>da</strong><strong>de</strong> e a<br />

objetivi<strong>da</strong><strong>de</strong>” (POURTOIS; DESMET, 1999, p. 29).<br />

O próximo passo não irá mais perpassar pela ênfase em uma ou em outra<br />

maneira <strong>de</strong> pensar o mundo, a marcha agora será a do diálogo no intuito <strong>de</strong> promover,<br />

utilizando as palavras <strong>de</strong> Capra, um pensamento sistêmico que “envolve uma mu<strong>da</strong>nça<br />

<strong>da</strong> ciência objetiva para a ciência ‘epistêmica’, para um arcabouço no qual a<br />

epistemologia – ‘o método <strong>de</strong> questionamento’ – torna-se parte integral <strong>da</strong>s teorias<br />

científicas” (CAPRA, 1996, p. 49).<br />

A arte não ficaria <strong>de</strong> fora <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s essas mu<strong>da</strong>nças, muito pelo contrário. As<br />

mais diversas manifestações artísticas tomaram <strong>de</strong> empréstimo muitos dos novos<br />

conhecimentos. Uma <strong>da</strong>s razões é que a arte também é exerci<strong>da</strong> através <strong>da</strong> técnica 1 –<br />

um dos motivos para se falar <strong>de</strong> uma arte <strong>de</strong> fazer política, <strong>de</strong> uma arte <strong>da</strong> medicina<br />

etc. Como coincidência ou não, é no início do século XX, em pleno burburinho <strong>da</strong>s<br />

ciências <strong>da</strong> natureza que a arte, após o abandono do juízo <strong>de</strong> gosto, se espelha nessas<br />

mu<strong>da</strong>nças e <strong>de</strong>ixam (as artes) <strong>de</strong><br />

ser pensa<strong>da</strong>s exclusivamente do ponto <strong>de</strong> vista <strong>da</strong> produção <strong>da</strong><br />

beleza para serem vistas sob outras perspectivas, tais como<br />

expressão <strong>de</strong> emoções e <strong>de</strong>sejos, interpretação e crítica <strong>da</strong><br />

reali<strong>da</strong><strong>de</strong> social, ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> criadora <strong>de</strong> procedimentos inéditos<br />

para a invenção <strong>de</strong> objetos artísticos, etc. (CHAUÍ, 2000, p. 411).<br />

1 Marilena Chauí expõe este fato <strong>da</strong> seguinte maneira: “A palavra arte vem do latim ars e correspon<strong>de</strong><br />

ao termo grego techne, técnica, significando: o que é or<strong>de</strong>nado ou to<strong>da</strong> espécie <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> humana<br />

submeti<strong>da</strong> a regras. Em sentido lato, significa habili<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong>streza, agili<strong>da</strong><strong>de</strong>. Em sentido estrito,<br />

instrumento, ofício, ciência. Seu campo semântico se <strong>de</strong>fine por oposição ao acaso, ao espontâneo e ao<br />

natural. Por isso, em seu sentido mais geral, arte é um conjunto <strong>de</strong> regras para dirigir uma ativi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

humana qualquer” (2000, p. 405).<br />

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