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Metodologia, a arte <strong>de</strong> dirigir o espírito<br />

[...] estabelece o diálogo experimental como o diálogo <strong>da</strong> razão<br />

com a reali<strong>da</strong><strong>de</strong>, do homem com a natureza. Galileu tomou como<br />

pressuposto que os fenômenos <strong>da</strong> natureza se comportavam<br />

segundo princípios que estabeleciam relações quantitativas entre<br />

eles. Os movimentos dos corpos eram <strong>de</strong>terminados por relações<br />

quantitativas numericamente <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s (KOCHE, 1999, p. 52).<br />

A conseqüência <strong>de</strong> tal pensamento será percebi<strong>da</strong> através <strong>da</strong> Revolução<br />

Industrial, <strong>da</strong> automação do trabalho humano e outros <strong>de</strong>sdobramentos a partir do<br />

final do século XVIII (MORAES, 2005, p. 39). Essa base científica irá perdurar absoluta<br />

até por volta do início do século XX, século que virá repleto <strong>de</strong> mu<strong>da</strong>nças e no qual<br />

uma parcela <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> científica irá perceber que, diferente do que se pensava<br />

até então, não havia mais a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> um conhecimento universal e perene, mas<br />

sim “apenas a alternativa <strong>de</strong> se conhecer parcelas <strong>da</strong> reali<strong>da</strong><strong>de</strong>” (MOTTA, 2004).<br />

Torna-se evi<strong>de</strong>nte que o método científico é responsável por todo o progresso<br />

tecnológico atual, mas que, ao mesmo tempo, não conseguiu ser a panacéia<br />

pretendi<strong>da</strong>, <strong>de</strong>ixando como herança diversos problemas sem respostas e levando,<br />

segundo Moraes, há uma per<strong>da</strong> “para a raça humana em termos <strong>de</strong> sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

estética, sentimentos e valores ao direcionar atenção e importância para tudo o que<br />

fosse mensurável e quantificável” (MORAES, 2005, p. 39).<br />

Enquanto a ciência encontra-se na tarefa <strong>de</strong> quantificar e fragmentar a<br />

reali<strong>da</strong><strong>de</strong>, a filosofia, por outro lado, vai ao encontro do todo <strong>da</strong> reali<strong>da</strong><strong>de</strong>, mesmo que<br />

sua ferramenta seja a subjetivi<strong>da</strong><strong>de</strong> do pesquisador, configurando o que se<br />

convencionou chamar <strong>de</strong> pesquisa quantitativa e pesquisa qualitativa,<br />

respectivamente. Enquanto a primeira nutre do mensurável, a segun<strong>da</strong> busca medi<strong>da</strong>s<br />

ou critérios que a justifiquem no que diz respeito ao método,<br />

De maneira geral, todos os processos <strong>de</strong> pesquisa, ain<strong>da</strong> que<br />

reivindiquem uma i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> própria, <strong>de</strong>vem justificar as razões<br />

que os conduzem a adotar tais procedimentos. Se as justificativas<br />

avança<strong>da</strong>s forem convincentes e chegarem a persuadir a<br />

comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> científica, po<strong>de</strong>r-se-á <strong>de</strong>sse modo, reconhecer e<br />

legitimar uma nova linha <strong>de</strong> pesquisa. To<strong>da</strong> tentativa que não se<br />

justifique suficientemente por alterar esta or<strong>de</strong>m será rejeita<strong>da</strong><br />

por seus pares e con<strong>de</strong>na<strong>da</strong> ao esquecimento (BRITO; LEONARDO,<br />

2001, p. 10)<br />

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