07.05.2013 Views

máscaras e mãos - Centro Universitário Barão de Mauá

máscaras e mãos - Centro Universitário Barão de Mauá

máscaras e mãos - Centro Universitário Barão de Mauá

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Nesta linha <strong>de</strong> raciocínio, a civilização tem algo <strong>de</strong> bárbaro, pois<br />

julga e regulariza todas as coisas na razão <strong>de</strong> polir, dá a tudo um mol<strong>de</strong>,<br />

e consi<strong>de</strong>ra como “mal absoluto” o que não se enquadra nestes padrões<br />

e tenta resistir. Arquiteta solidamente provas <strong>de</strong> que há os indivíduos<br />

elevados, os civilizados (a gente endinheirada), e indivíduos bárbaros, (a<br />

gentalha ignorante) e, por isso, <strong>de</strong>stituída do direito <strong>de</strong> participar das<br />

<strong>de</strong>cisões da vida pública.<br />

[...] Enfim, o termo aplica-se à realida<strong>de</strong> contemporânea com tudo que ela<br />

comporta <strong>de</strong> irregularida<strong>de</strong>s e <strong>de</strong> injustiças. Nessa última acepção, a<br />

civilização é o alvo visado pela reflexão crítica, ao passo que na primeira<br />

acepção evocada seu caráter i<strong>de</strong>al fazia <strong>de</strong>la um conceito normativo que<br />

permite discriminar e julgar os não-civilizados, os bárbaros, os menos<br />

civilizados. A crítica se exerce, então, em duas direções: crítica dirigida<br />

contra a civilização; crítica formulada em nome da civilização.<br />

(STAROBINSKI, 2001, p.20)<br />

Desse modo, a civilização é máscara da barbárie, pois, através<br />

<strong>de</strong> um falso i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> educação ao alcance <strong>de</strong> todos, das ca<strong>de</strong>iras<br />

escolares como índices da mo<strong>de</strong>rnização, dissimula-se um sistema<br />

educacional que propositalmente <strong>de</strong>siguala, seja pela intenção do ensino,<br />

ou pelas altas taxas para freqüentar a escola oficialmente mencionada<br />

como pública.<br />

Educação e mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> em Ribeirão Preto<br />

Nos escritos <strong>de</strong> Doin et al (2007) e Almeida (2006), recriaremos<br />

resumidamente o cenário <strong>de</strong> Ribeirão Preto, chamada <strong>de</strong> capital do café,<br />

no período da primeira república.<br />

A partir da meta<strong>de</strong> do século XIX, o café veio a ser o principal<br />

produto da economia cafeeira, e a cida<strong>de</strong>, a maior fornecedora para a<br />

exportação.<br />

DIALOGUS, Ribeirão Preto, v.4, n.1, 2008. 151

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!