máscaras e mãos - Centro Universitário Barão de Mauá
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[...] Para esse fim sympathico, creio todos terão prazer <strong>de</strong> concorrer. E, é<br />
por isso que me lembrei <strong>de</strong> appellar para os particulares [...] e para as<br />
casas commerciaes <strong>de</strong>sta cida<strong>de</strong>, pedindo pequeninos objetos para a<br />
referida tombola [...] (1909, p.45-46)<br />
Apesar do empenho que os governantes diziam possuir no<br />
tocante à criação <strong>de</strong> novas escolas, as palavras do chefe <strong>de</strong> prefeitura<br />
transparecem que havia gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> crianças excluídas do<br />
ambiente escolar (“[...]meio <strong>de</strong> attrahir para as escolas as pequenas<br />
creaturas que tantas e tantas vão crescendo na ignorancia e no<br />
analphabetismo”).<br />
Ao pensarmos que, pelos projetos urbanísticos implantados no<br />
centro da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ribeirão Preto, sob aspirações haussmanianas, e<br />
assim, conseqüente valorização da área (PAZIANI, 2004), há a<br />
transubstanciação espacial em distinção entre escola do Estado, no<br />
centro, e escolas municipais, na periferia (“[...]foram offerecidos premios<br />
a todas as classes do Grupo Escolar, assim como a todas as escolas<br />
isoladas [...].”).<br />
Além disso, encontramos os rumos incertos da receita pública,<br />
nas débeis cercas entre público e privado, na passagem “Deixando <strong>de</strong><br />
subvencionar as escolas particulares [...]”, e o apelo aos sentimentos<br />
cristãos <strong>de</strong> particulares, para subsidiar uma ação municipal, que<br />
englobava tanto instituições municipais, quanto estadual e privadas.<br />
Através da análise <strong>de</strong> diários <strong>de</strong> classe, <strong>de</strong> ensino municipal e<br />
primário (Diários <strong>de</strong> classe diversos, <strong>de</strong> escolas públicas, da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
Ribeirão Preto, 1900 a 1912), encontra-se gran<strong>de</strong> abandono escolar. Tal<br />
evasão dava-se ou por mortes <strong>de</strong> doenças epidêmicas, ou por solicitação<br />
dos pais, já que os filhos <strong>de</strong>veriam se <strong>de</strong>dicar ao trabalho. Segundo Cunha<br />
(2000), o ginásio estadual igualmente não era, incólume ao grave número<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>sistências, já que, no período estudado pelo autor, do total dos alunos<br />
que ingressaram na escola, computando tanto os admitidos na primeira<br />
série, quanto os que entraram nas séries intermediárias, 83,8% não se<br />
apresentaram para os exames <strong>de</strong> conclusão da sexta série.<br />
DIALOGUS, Ribeirão Preto, v.4, n.1, 2008. 157