máscaras e mãos - Centro Universitário Barão de Mauá
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então, seriam bacharéis. Nas palavras <strong>de</strong> Sevcenko:<br />
[...] a consolidação do novo regime se <strong>de</strong>u numa atmosfera <strong>de</strong> euforia e<br />
ostentação. Passados os primeiros momentos da transição da or<strong>de</strong>m militar<br />
para a civil, do marechal Deodoro ao fim do mandato <strong>de</strong> Pru<strong>de</strong>nte <strong>de</strong><br />
Morais, as turbulências <strong>de</strong>ram lugar ao projeto <strong>de</strong> “saneamento financeiro”<br />
do presente Campos Sales, controlando o meio circulante e estabilizando<br />
a dívida externa. No plano político foi articulada a chamada “política dos<br />
governadores”, segundo a qual apenas os candidatos aliados à bancada<br />
situacionista no Congresso tinha seus diplomas eleitorais reconhecidos. O<br />
que permitiu ao governo do Rio <strong>de</strong> Janeiro uma situação <strong>de</strong> controle<br />
centralista, neutralizando o que no início do regime haviam sido <strong>de</strong>nominadas<br />
as “vinte ditaduras”, resultando da redução do princípio fe<strong>de</strong>ral à ação<br />
irrefreada das oligarquias estaduais. Esses arranjos conservadores foram<br />
coroados com o Convênio <strong>de</strong> Taubaté (1904) que, ao criar um<br />
favorecimento cambial arbitrário à cafeicultura, fundou as bases da política<br />
café-com-leite [...].(1999, p.32-33)<br />
A política café-com-leite era ligada, assim, ao coronelismo. O<br />
coronel não necessariamente ocupava cargos como inten<strong>de</strong>nte municipal,<br />
o prefeito da época, mas como <strong>de</strong>tentor dos proventos das ativida<strong>de</strong>s<br />
rurais, economias cafeeira e pecuária, também dispunha <strong>de</strong> força política.<br />
Tais coronéis mantiveram o arrazoado pelo progresso e, com as<br />
influências econômicas e administrativas, pu<strong>de</strong>ram importar a<br />
mo<strong>de</strong>rnização. Para conceituar mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>, nos baseamos nas palavras<br />
<strong>de</strong> Marshall Berman (1997, p. 24):<br />
[...] Ser mo<strong>de</strong>rno é encontrar-se em um ambiente que promete aventura,<br />
po<strong>de</strong>r, alegria, crescimento, autotransformação e transformação das coisas<br />
em redor- mas ao mesmo tempo ameaça <strong>de</strong>struir tudo o que temos, tudo o<br />
que sabemos,. Tudo o que somos. A experiência ambiental da mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong><br />
anula todas as fronteiras geográficas e raciais, <strong>de</strong> classe e nacionalida<strong>de</strong>,<br />
<strong>de</strong> religião e i<strong>de</strong>ologia: nesse sentido, po<strong>de</strong>-se dizer que a mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong><br />
une a espécie humana. Porém é uma unida<strong>de</strong> paradoxal, uma unida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
DIALOGUS, Ribeirão Preto, v.4, n.1, 2008. 144