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máscaras e mãos - Centro Universitário Barão de Mauá

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preposições, mas sim, sobre as raízes históricas, encontradas na Primeira<br />

República, <strong>de</strong>sta noção da educação como re<strong>de</strong>ntora <strong>de</strong> socieda<strong>de</strong>, e,<br />

paradoxalmente, por tal valoração impressa, trazer a lume as mazelas<br />

encontradas nas ações condizentes à instrução da época, ao analisarmos<br />

fontes documentais do ensino, na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ribeirão Preto.<br />

Em 1889, é instaurada a República, com base em um discurso<br />

<strong>de</strong> negação do Império, tido como arcaico; da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong>, finalmente,<br />

conce<strong>de</strong>r o po<strong>de</strong>r à elite brasileira e mostrá-la ao mundo, em <strong>de</strong>trimento<br />

<strong>de</strong> eventuais insistentes monarquistas, através da <strong>de</strong>marcação <strong>de</strong><br />

fronteiras e criação <strong>de</strong> leis inspiradas em um liberalismo às avessas; luta<br />

por interesses em nome <strong>de</strong> um regime, que, ilusoriamente, seria regido<br />

pelo povo, ou ainda, por seus tutores.<br />

Para os republicanos, Império e analfabetismo são espíritos afins.<br />

A república, na voz dos que tomaram a autorida<strong>de</strong>, traria o progresso,<br />

seria capaz <strong>de</strong> elevar o Brasil ao patamar do conhecimento e verda<strong>de</strong>,<br />

por meio do nacionalismo e permanente combate contra quaisquer<br />

interesses ditos <strong>de</strong>mocráticos. O prefácio <strong>de</strong> Raul <strong>de</strong> Pompéia, <strong>de</strong>fensor<br />

do regime nos primeiros anos, ao Diccionario Geographico do Brasil,<br />

<strong>de</strong>monstra tais idéias:<br />

Vamos por uma ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> renascimento.<br />

[...] A hora historica <strong>de</strong> supremas ancias que nos é dado viver, é a hora <strong>de</strong><br />

um gran<strong>de</strong> advento doloroso, glorioso <strong>de</strong> realida<strong>de</strong>s. E a crise política,<br />

com o espetaculo do seu horror, é uma necessida<strong>de</strong> coinci<strong>de</strong>nte,<br />

complementar e connexa com o renascimento espiritual- soldados e<br />

escriptores, a dupla feição <strong>de</strong> combativida<strong>de</strong>, concertando-se no mesmo<br />

intuito <strong>de</strong> ataque e <strong>de</strong> resistencia; votando ao sacrifício por affirmar os<br />

tempos [...]<br />

[...] E a emancipação das almas era da mesma sorte impedida: em quanto<br />

quer dizer civismo, pelo insultante menosprezo do brio militar, que é a<br />

gran<strong>de</strong> prova cívica e em quanto vale <strong>de</strong> gloria espiritual, pela eterna<br />

repulsa <strong>de</strong> todo esforço literario que se não contivesse nos mol<strong>de</strong>s obrigados<br />

do favoritismo palaciano, <strong>de</strong> todo exito scientifico que, em proveito dos<br />

homens <strong>de</strong> saber aqui nascidos, preterisse certas notabilida<strong>de</strong>s mais ou<br />

DIALOGUS, Ribeirão Preto, v.4, n.1, 2008. 142

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