máscaras e mãos - Centro Universitário Barão de Mauá
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primordial para a construção <strong>de</strong> um país rico, esclarecido e soberano.<br />
Esta esperança <strong>de</strong>positada na educação era mais um elemento<br />
constituinte do po<strong>de</strong>rio dos respeitados bacharéis, uma vez que o ensino<br />
era por estes ministrado. Nas primeiras décadas não há acadêmicos<br />
com formação exclusiva em licenciatura, até porque, eram raros os cursos<br />
para normalistas e universida<strong>de</strong>s. Jorge Nagle escreveu:<br />
[...] enquanto o tema da escolarização era proposto e analisado <strong>de</strong> acordo<br />
com um amplo programa <strong>de</strong>sta ou daquela corrente ou movimento, ela<br />
servia a propósitos extra-escolares ou extra-pedagógicos; era uma peça<br />
entre outras, peça importante, sem dúvida, mas importante justamente pelas<br />
suas ligações com problemas <strong>de</strong> outra or<strong>de</strong>m, geralmente problemas <strong>de</strong><br />
natureza política. Nesse momento, a escolarização era tratada por homens<br />
públicos e por intelectuais que, ao mesmo tempo, eram “educadores”, num<br />
tempo em que os assuntos educacionais não constituíam, ainda, uma ativida<strong>de</strong><br />
suficientemente profissionalizada. Apenas na década final da Primeira<br />
República a situação vai ser alterada, com o aparecimento do “técnico” em<br />
escolarização, a nova categoria profissional, este é o que vai daí por diante<br />
tratar, com quase exclusivida<strong>de</strong>, dos assuntos educacionais [...]. (1974,<br />
p.101-102)<br />
As discussões quanto à precisão <strong>de</strong> profissionais capacitados<br />
na arte <strong>de</strong> lecionar, a preocupação com a criação <strong>de</strong> cursos normais,<br />
técnicos e superiores, fazem com que os médicos e advogados percam<br />
pouco do prestígio como educadores, pois, não possuíam a formação<br />
didática, tampouco especializada no conteúdo ensinado.<br />
Pelos estudos <strong>de</strong> Barboza (2006, p.29-30), estabelecemos os<br />
responsáveis pelo encargo da educação. Além dos estabelecimentos<br />
escolares educacionais privados, os municípios eram incumbidos do<br />
ensino primário, enquanto o ensino secundário e superior eram,<br />
respectivamente mantidos pelo Estado e União.<br />
Ainda segundo Nagle (1974, p.277), a ação do Estado em<br />
esten<strong>de</strong>r suas funções quanto à educação, foi uma, entre outras práticas,<br />
ao se consi<strong>de</strong>rar o quadro problemático da socieda<strong>de</strong> brasileira na<br />
DIALOGUS, Ribeirão Preto, v.4, n.1, 2008. 146