07.05.2013 Views

máscaras e mãos - Centro Universitário Barão de Mauá

máscaras e mãos - Centro Universitário Barão de Mauá

máscaras e mãos - Centro Universitário Barão de Mauá

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Primeira República. As formulações educacionais “refletiram amplos<br />

movimentos sociais em <strong>de</strong>senvolvimento”: combate ao estadualismo,<br />

processo <strong>de</strong> diversificação e recomposição da estratificação social,<br />

emergência da burguesia industrial atrelada à formação do proletariado,<br />

o aumento da velocida<strong>de</strong> da urbanização, e toda uma corrente <strong>de</strong> idéiasnacionalismo,<br />

catolicismo, socialismo, tenentismo.<br />

Cabe ressaltarmos que existiam diferentes intenções nos diversos<br />

níveis <strong>de</strong> ensino. As teses publicadas nos “Annaes da III Conferência<br />

Nacional <strong>de</strong> Educação” (1929, p.327-331/ 589), mostram que, no ensino<br />

secundário, a finalida<strong>de</strong> era preparar as elites, ou seja, uma pequena<br />

parcela da população, que, pela formação em várias carreiras, seriam as<br />

propulsoras da economia e da produção no país. Já no ensino primário,<br />

<strong>de</strong>stinado à gran<strong>de</strong> massa, configurava a preocupação com uma<br />

educação higienizadora, a fim <strong>de</strong> acabar com as doenças e epi<strong>de</strong>mias,<br />

e a alfabetização como instrução <strong>de</strong> noções elementares, apenas para o<br />

indivíduo tornar-se apto ao trabalho que, progressivamente, passa do<br />

campo às cida<strong>de</strong>s, nos comércios e fábricas.<br />

Esta forma <strong>de</strong> hierarquizar pela escolarida<strong>de</strong> do sujeito, na<br />

seguinte lógica básica, em que se dirige um <strong>de</strong>terminado tipo <strong>de</strong> escola<br />

para o povo, e outra para as elites; torna a educação uma das feições do<br />

po<strong>de</strong>r. Segundo Foucault:<br />

[...] Todo conhecimento, seja ele científico ou i<strong>de</strong>ológico, só po<strong>de</strong> existir a<br />

partir <strong>de</strong> condições políticas que são as condições para que se formem<br />

tanto o sujeito quanto os domínios do saber. A investigação do saber não<br />

<strong>de</strong>ve remeter a um sujeito <strong>de</strong> conhecimento que seria sua origem, mas a<br />

relação <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r que lhe constituem. Não há saber neutro. Todo saber é<br />

político. E isso não porque cai nas malhas do Estado, é apropriado por ele,<br />

que <strong>de</strong>le se serve como instrumento <strong>de</strong> dominação, <strong>de</strong>scaracterizando seu<br />

núcleo essencial. Mas porque todo saber têm sua gênese em relações <strong>de</strong><br />

po<strong>de</strong>r. (1988, p.XXI)<br />

Esta análise proposta pelo filósofo francês po<strong>de</strong> ser aplicada<br />

aos professores e teóricos da Primeira República. O sujeito instruído<br />

DIALOGUS, Ribeirão Preto, v.4, n.1, 2008. 147

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!